Vergonhoso esse Brasil mergulhado em profundo atraso.
Vamos a três casos.
Foi a admirável atriz Cacau Protásio gravar uma cena num quartel do corpo de bombeiros, no Rio de Janeiro, para ela sofrer ataques racistas nas redes sociais.
Ela estava alegre, gravou a cena de maneira exemplar, posou ao lado dos bombeiros, dançou e brincou.
Mas teve gente que odiou tudo isso, e se achou no direito de expressar sua intolerância num país de bolsomínions.
Um sujeito que supostamente seria um bombeiro gravou um vídeo ridicularizando Cacau Protásio, chamando-a de "gorda negra" e disparando grosserias.
Isso é extremamente horrível, é um crime e, sendo um crime de racismo, é condenável pela prisão sem direito a fiança.
Há entendimentos jurídicos que apontam para injúria racial, que trazem atenuantes, mas eu não sou um especialista em Direito para avaliar isso, embora eu defenda que racismo é racismo mesmo sendo uma "simples ofensa" nas redes sociais".
E é uma vergonha que, se for mesmo um bombeiro, ter havido esse ataque, justamente de uma categoria profissional dedicada a salvar vidas e prestar o mais absoluto respeito humano.
Cacau já prestou depoimento e deve-se abrir inquérito para apurar o crime.
Outro absurdo partiu do presidente Jair Bolsonaro.
Ele acusou o ator Leonardo DiCaprio e a organização World Wide Fund for Nature (WWF) de financiarem queimadas na Amazônia.
"Quando eu falei que há suspeitas de ONGs, o que a imprensa fez comigo? Agora, o Leonardo DiCaprio é um cara legal, não é? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia", disse o presidente, num encontro com apoiadores no Palácio da Alvorada, ontem.
Isso não faz o menor sentido. É pura invencionice para quem vê comunismo em qualquer coisa que não lhe agrada.
Todo mundo sabe que são os latifundiários que se acham empoderados pelo bolsonarismo que estão botando fogo nas matas da parte brasileira da Amazônia.
Leonardo DiCaprio pode ser rico e, com isso, ser alvo de críticas quanto ao aparente ativismo. Eu acredito que ele tenha boas intenções em suas atividades.
A WWF, por sua vez, eu conheço dos tempos em que trabalhei no IRDEB (Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia), em Salvador.
Eu fiz os textos e a produção do programa Jornal do Verde, da Rádio Educadora, e eu recebia boletins da WWF e escrevia matérias a partir das notícias publicadas.
DiCaprio também negou as acusações, e também negou que esteja financiando as ONGs supostamente acusadas de envolvimento nas queimadas.
Essas acusações ocorrem quando Jair Bolsonaro é denunciado no Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, por "“incitar o genocídio e promover ataques sistemáticos contra os povos indígenas do Brasil".
E aí temos o caso dos "heróis" da Operação Lava Jato, que um dia a mídia hegemônica atribuiu como a "operação que salvou o Brasil de séculos de impunidade".
Em mensagens trocadas com sua namorada, Myra Athayde, em agosto de 2018, o doleiro Dário Messer afirmou que eram pagas propinas, mensalmente, para o procurador Januário Paludo, um dos integrantes da OLJ.
Paludo é o responsável pelas comunidades "Filhos de Januário", no Telegram, onde procuradores, incluindo Deltan Dallagnol, trocavam mensagens confidenciais, depois reveladas pelo jornal The Intercept, através da equipe comandada por Glenn Greenwald.
Isso significa que a Operação Lava Jato nunca passou daquela metafórica ironia de ser um movimento de "corruptos contra a corrupção". Desde que a corrupção venha das esquerdas, é claro.
Vergonhoso.
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