O "favorito" das pesquisas, Jair Bolsonaro, começa a mostrar a que veio.
O "mito", que parecia, aos olhos dos midiotas e sociopatas, o "mais preparado" (sic) para governar o país e, em tese, com caminho certeiro para o Palácio do Planalto, estava mais para "pagação de mito".
Se Bolsonaro parecia mais "contido" no primeiro debate de presidenciáveis, pela TV Bandeirantes, no segundo, pela Rede TV!, ele se revelou.
Ele não escondeu seu caráter antipopular e misógino ao dizer que "não empregaria mulheres e homens pagando o mesmo salário".
Dentro daquele jeito grosseiramente dissimulado, Bolsonaro tentou abafar dizendo que "existem mulheres competentes".
Talvez ele estivesse se referindo a Janaína Paschoal ou Joyce Hasselmann, seguidoras do "mito" (a segunda é pré-candidata pelo partido dele, o PSL, a deputada federal por São Paulo), mas aí é com ele.
Bolsonaro bancou o arrogante numa cerimônia de formatura de sargentos da Polícia Militar de São Paulo.
Disse que aqueles que criticam seu programa de governo "são analfabetos". Bolsonaro pediu para as pessoas "lerem com mais atenção" suas propostas.
Então tá. E os analfabetos políticos que exaltam ele, são mais instruídos do que quem o critica e lê muitos livros?
Duas propostas de Bolsonaro já são suficientes para saber o quanto ele merece ser criticado.
Um é a generalização do ensino à distância, dando fim à educação presencial.
As desculpas principais: corte de gastos, simplificação do ensino, prevenção de formação de "patrulhas ideológicas" (dentro da perspectiva policialesca da Escola Sem Partido) e privatização gradual do ensino público.
Ensino presencial, só o militar, já que Bolsonaro quer multiplicar os colégios militares em todo o Brasil. Nada contra colégios militares, mas a ênfase exagerada do "mito" fará com que a Educação se preocupe mais em formar soldados do que cidadãos.
Em um país democrático, um colégio militar nunca colocaria o soldado acima do cidadão, mas um soldado a serviço da cidadania.
Quanto ao ensino à distância generalizado, isso é péssimo.
É uma grande catástrofe não só pedagógica, como social. O fim da educação presencial dificultará o convívio social necessário entre diversas pessoas e o aprendizado social da diversidade e das vivências dos outros.
É justamente o isolamento social, no uso excessivo de computadores e celulares, que está produzindo sociopatas que se tornam potencial (e realmente) criminosos de alta periculosidade, sob a fachada moralista do "cidadão de bem".
Alguns simpatizantes de Bolsonaro já cometeram crimes de morte nos últimos anos, seja um publicitário que matou a filha, um médico que causou mortes por erros de sua natureza e professor que espancou e jogou a ex-mulher de um andar relativamente alto de um prédio.
Que garotos-propaganda o "mito" tinha nas redes sociais!!
Outra proposta é uma tal de carteira de trabalho verde-amarela.
É uma espécie de documento que atesta a precarização do emprego, uma "carteira" de trabalho formal, no sentido de que o trabalho formal, através da reforma trabalhista de Michel Temer, passou a se equiparar nas condições inseguras e precárias do trabalho informal.
Bolsonaro nem era para ser o quinto favorito para a Presidência da República e seu filho Flávio era para ficar chupando dedo como "lanterna" dos candidatos ao Senado.
Mas como o Brasil é surreal, o sobrenome Bolsonaro bate forte no coração de muitos incautos.
Felizmente, começa a se quebrar esse "encanto", pois Bolsonaro, no debate da Rede TV!, sofreu incidentes que lhe foram desfavoráveis.
Primeiro, num debate com a concorrente Marina Silva - neoliberal tida como moderada - , foi derrotado por ela que questionou seu desprezo às mulheres e sua obsessão em querer "resolver tudo no grito".
Se continuar assim, Marina pode chegar ao segundo turno. No debate, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Guilherme Boulos também se destacaram, começando a complicar o caminho do "mito".
Bolsonaro, além disso, sofreu outro ataque, desta vez pela câmera da Rede TV!.
A câmera flagrou ele lendo os temas que deveria falar e que estavam anotados, por caneta azul, na palma de sua mão esquerda.
Para quem exalta os colégios militares, isso é uma indisciplina gravíssima, que daria em expulsão devido a cola de prova.
Nesses estabelecimentos de ensino, "cola" é considerada burla, fraude e ato desonesto, sujeito a punição. É também um desrespeito à autoridade e às leis.
Por ironia, Eduardo Bolsonaro, outro filho do "mito", escreveu postagem reprovando o ato de "colar" em prova. Mas seu pai mostrou sua "colinha" no debate de presidenciáveis da Rede TV!.
Numa semana em que a revista Veja, da decadente Abril (que pediu recuperação judicial vendo que estava incapaz de vender seu espólio), colocava o "posto Ipiranga" de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes (espécie de subcelebridade do neoliberalismo) na capa, o "mito" não teve jeito.
Guedes, em entrevista à referida revista (lembrando que Veja, com sua rancorosa linha editorial, influiu na falência da Abril), até apelou para o coitadismo de seu pupilo, um analfabeto em Economia.
"Tratam Bolsonaro como se fosse um cachorro vadio", disse o economista, num contexto estranho para Veja que era crítica do "mito" a ponto de constatar que ele era o mais beneficiado em fake news, conforme pesquisa sua.
Na edição com Paulo Guedes, até parece que Veja passou a "namorar" Jair Bolsonaro.
Espera-se que o sobrenome Bolsonaro se apague e enfrente muitas derrotas nas urnas.
O Brasil já regrediu demais com o governo Michel Temer. Agora chega. Hora de reconstruir o nosso país, não vamos deixar que nosso Brasil caia no abismo.
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