Uma pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica constatou que os brasileiros estão ficando mais gordos. O aumento foi de cerca de 6% em relação a 2007, quando registrou um índice de 12 gordos para cada grupo de cem pessoas.
Os adultos consomem mais alimentos gordurosos e são mais sedentários, e a faixa com maior incidência está entre os 56 e 65 anos, justamente a faixa das pessoas nascidas na década de 1950, os chamados born in the 50s.
Motivos como ansiedade, preguiça e estresse estão entre os que estimulam as pessoas a comer mais e ganhar muito peso. A inclinação à bebida alcoólica, sobretudo cerveja, também agrava a situação. Isso sem falar dos próprios estereótipos da meia-idade, que determinam que o "verdadeiro coroa" tem que ficar fora de forma.
Na verdade, não existe uma ditadura da boa forma. Existe o contrário, a ditadura da má forma. Aí as pessoas, incapazes de se amadurecerem pela experiência de vida, acabam querendo parecer "maduras" na aparência, ficando fora de forma porque acha que ter boa forma é ficar preso no mito da "eterna juventude".
Isso é mal, porque, segundo especialistas, a obesidade é uma doença que pode causar vários tipos de infarto e facilitar até mesmo a incidência de câncer. Muitas mulheres, que eram quase franzinas na juventude e arriscam a serem "mais cheinhas" depois dos 40 anos não sabem o risco sério de falecerem de repente, por algum problema cardíaco, câncer ou outra doença agravada pela gordura.
E isso pelo simples medo de ficar em forma aos 50, 55 anos. As pessoas, depois dessa idade, têm medo de viver: têm medo de ouvir músicas agitadas e alegres, de tomar mais sucos, de estar com o corpo em forma e de rir alto durante uma piada. As mulheres, então, acabam tendo o preconceito com a boa forma física, achando que é "ter corpo de gatinha".
As pessoas deveriam abandonar o sedentarismo, moderar na alimentação, procurar ter a melhor forma física possível e deixar de acreditar na visão infantil de que a barriga da meia-idade é consequência das fases da lua, última criancice que homens e mulheres mantém quando chegam os cabelos grisalhos e brancos.
Isso é um recado para a turma dos 56 a 65 anos, embora sirva para toda a idade. E mostra o quanto nossos grisalhos e grisalhas precisam também reformular suas vidas, porque hoje a meia-idade, hoje em dia, é muito menos uma questão de maturidade e experiência de vida e muito mais uma necessidade de se reinventar.
Essa necessidade de reinvenção é urgente, e exige dos "coroas" um esforço e uma perseverança típicos dos mais jovens. Meia-idade é reinvenção, deveria ser vida por inteiro. Nem que seja para um médico de seus 61 anos ir ao Lollapalooza para entrar em contato com sonoridades mais joviais.
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