O SBT não vive só de Rachel Sheherazade com seu reacionarismo no refrigerador para ser despejado na Jovem Pan. Há também pessoas diferentes, de perfil mais coerente, como é o caso da jornalista Rita Lisauskas, ex-Rede TV!, que em seu comentário sobre maternidade, pediu para os pais não tocassem os sucessos da funqueira Anitta em festas infantis.
E olha que Anitta é a "mais light" se compararmos às barbaridades que se tocam em festas infantis, desde que, nos anos 90, os pais impunemente tocavam sucessos do É O Tchan para a criançada dançar, sem qualquer escrúpulo.
Naqueles tempos, a Internet ainda era uma novidade e não havia a blogosfera para desafiar a intelectualidade "bacana" - na Bahia, havia o "pioneiro" desses "coxinhas pós-tropicalistas", o professor da UFBA Milton Moura - que pregava não só a "bundificação" da cultura brasileira, como também a exibição de glúteos até para o público infantil.
Havia até a desculpa, que se tornou mais frequente quando os "bacanas pensantes" faziam toda a blindagem acadêmico-intelectual do "funk carioca", de que a exposição da pornografia funqueira para as crianças era uma forma "popular e intuitiva de educação sexual". Vá entender.
Só que, felizmente, os "bacaninhas" hoje são mais desacreditados - até Milton Moura ficou cansado demais, de tantas críticas contra ele, para defender como antes os "rebolation" e "lepo-lepo" da vida - porque uma blogosfera atuante resolveu provar que criticar a imbecilização cultural nada tem a ver com preconceito contra as classes populares.
E o meu extinto blogue Mingau de Aço contribuiu muito nisso, apesar de ter sido o "patinho feio" da blogosfera de esquerda e remar contra a corrente até mesmo da mídia esquerdista, na época iludida com o hipnotismo verborrágico de um Pedro Alexandre Sanches surgido dos escombros da Folha de São Paulo para forçar a esquerda a apoiar a imbecilização cultural.
Anitta não gostou dos comentários, conforme escreveu o jornalista Miguel Arcanjo Prado, suplente na coluna de Fabíola Reipert (que está de férias), e está de marcação contra Rita Lisauskas. Imagine se Rita resolvesse fazer o mesmo com Valesca Popozuda? Será que esta, aparentemente gentil e cordata, não iria também morder seus beiços e entrar num surto?
Se uma jornalista com a coragem de Rita Lisauskas tivesse agido, lá por volta de 1996, vetando o É O Tchan em festas infantis, talvez os pais minimizassem os efeitos danosos que se tem, quando, entre as mulheres brasileiras, predomina o perfil imbecilizado das moças que preferem se dar bem na vida "mostrando demais" seus corpos siliconados, num "sensualismo" barato e grosseiro.
Não fosse tocar sucessos do É O Tchan para a criançada, talvez tivéssemos mais Emma Watson e menos Geisy Arruda, mais Rachel Bilson e quase nenhuma Solange Gomes, entre as brasileiras, dando um diferencial de decência e coerência para as mulheres brasileiras e uma pá de cal para essa "sensualidade feita na marra" que nada tem do feminismo a que erroneamente se atribui.
Rita Lisauskas está de parabéns, condenando uma prática de pais descuidados que, sem saber, contribuem para a formação de estúpidas "popozudas" de amanhã.
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