O ex-presidente e cotado presidenciável Luís Inácio Lula da Silva obteve vitórias na Justiça, praticamente "limpando" seu nome das acusações plantadas pela Operação Lava Jato.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, anulou os processos correspondentes a acusações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o Instituto Lula e supostas operações irregulares da empreiteira Odebrecht.
A notícia foi dada até mesmo pelo Jornal Nacional da Rede Globo, antes o "paraíso" da hidrofobia jornalística.
Foram dois processos cancelados, totalizando 21 ações de arquivamentos, fechamentos e anulações. Outros 19 foram listados pelo portal Diário do Centro do Mundo, que reproduzimos aqui, antes de seguir com mais comentários.
"1- Caso Tríplex do Guarujá
A defesa provou que Lula nunca foi dono, nunca recebeu nem foi beneficiado pelo apartamento no Guarujá, que pertencia à OAS e foi dado em garantia por um empréstimo na Caixa.
Caso anulado pelo STF em duas decisões, restabelecendo a inocência.
2 – Caso Sítio de Atibaia
A defesa provou que Lula nunca recebeu dinheiro da Odebrecht para pagar reformas no sítio, que também nunca foi dele.
A transferência de R$ 700 mil da Odebrecht, alegada na denúncia, foi na realidade feita para um diretor da empresa, não para obras no sítio.
Caso anulado pelo STF, restabelecendo a inocência.
3 – Tentativa de reabrir o Caso Sítio de Atibaia
A defesa provou que não há condições técnicas para reabrir a ação penal contra ele pelo recebimento de reformas no sítio, que jamais pertenceu a Lula.
A juíza da 12ª. Vara Federal de Brasília acolheu os argumentos da defesa de Lula e rejeitou o pedido do procurador da República Frederico Paiva de abrir uma nova ação penal em relação ao caso perante a Justiça Federal de Brasília, para onde o caso foi remetido após decisão do STF que anulou o processo originário que tramitou na 13ª. Vara Federal de Curitiba.
4 – Caso do Terreno do Instituto
A defesa provou que o Instituto nunca recebeu doação de terreno, ao contrário do que diz a denúncia da Lava Jato, e sempre funcionou em sede própria.
Caso anulado pelo STF.
5 – Caso das Doações para o Instituto
A defesa provou que as doações de pessoas físicas de mais de 40 empresas brasileiras e de outros países para o Instituto, entre 2011 e 2015, foram todas legais, declaradas à Receita Federal, e jamais constituíram qualquer tipo de propina ou caixa 2.
Caso anulado pelo STF.
6 – Caso do Quadrilhão do PT
Esta é mais grave e a mais irresponsável de todas as acusações falsas feitas contra Lula; a de que ele seria o chefe de uma organização criminosa constituída para drenar recursos da Petrobras e de outras empresas públicas.
A 12ª. Vara da Justiça Federal de Brasília arquivou a denúncia por verificar que o MPF fez a gravíssima acusação sem ter apontado nenhum crime, nenhum ato ilegal ou de corrupção que tivesse sido praticado por Lula, seus ex-ministros ou por dirigentes do PT acusados junto com ele.
O juiz afirmou que a denúncia simplesmente tentava criminalizar a atividade política. Caso encerrado, absolvido.
7 – Caso Quadrilhão do PT II
Uma segunda denúncia no mesmo sentido da anterior foi simplesmente rejeitada pela 12ª. Vara da Justiça Federal de Brasília. Caso encerrado e arquivado, inocentado.
8 – Caso Delcídio (obstrução de Justiça)
A defesa provou que era falsa a delação do ex-senador Delcídio do Amaral.
A denúncia era tão frágil que sequer houve recurso da acusação contra a decisão da 10ª. Vara da Justiça Federal de Brasília que absolveu Lula. Caso encerrado, absolvido.
9 – Caso das Palestras
Inquérito aberto em na Vara Federal de Sergio Moro em dezembro de 2015, com objetivo de acusar Lula de ter simulado a realização de palestras, em outra farsa da Lava Jato.
A defesa provou por meio de vídeos, gravações, fotografias e notícias a realização de todas as 72 palestras de Lula organizadas pela empresa LILS, entre 2011 e 2015.
A Polícia Federal e o Ministério Público (Força Tarefa) tiveram de reconhecer que as palestram foram realizadas sem qualquer ilicitude ou simulação.
A legalidade das palestras teve de ser reconhecida em decisão da juíza substituta de Moro, Gabriela Hardt.
Caso encerrado, reconhecendo a inocência.
10 – Caso da Lei de Segurança Nacional
Já na condição de ministro da Justiça, Sergio Moro requisitou à Polícia Federal a abertura de inquérito contra Lula, com base na Lei de Segurança Nacional do tempo da ditadura.
Lula foi intimado e prestou depoimento à PF. O inquérito foi sumariamente arquivado pela 15ª. Vara Federal Criminal de Brasília. Caso arquivado, inocentado.
11 – Caso do filho de Lula (Touchdown)
A defesa demonstrou que eram falsas as acusações do Ministério Público contra Luiz Cláudio Lula da Silva, pela atuação de sua empresa de eventos esportivos Touchdown.
A denúncia foi rejeitada pela 6ª. Vara Federal Criminal de São Paulo. Caso encerrado, inocentado.
12 – Caso do irmão de Lula
A defesa demonstrou que não havia ilegalidade, fraude ou favorecimento nos serviços que Frei Chico, um dos irmãos de Lula, prestou à Odebrecht em negociações sindicais desde antes do presidente ser eleito.
A 7ª. Vara Federal Criminal de São Paulo rejeitou a denúncia falsa. Caso encerrado, inocentado.
13 – Caso do Sobrinho de Lula
A defesa provou que não houve irregularidade, ilegalidade nem favorecimento na subcontratação de uma empresa de um sobrinho do ex-presidente para uma obra da Odebrecht em Angola e que Lula não recebeu qualquer valor decorrente dessa relação contratual.
O Tribunal Regional Federal da Primeira Região trancou o caso porque a denúncia era inepta (sem condições mínimas para ser processada). Caso encerrado e arquivado, inocentado.
14 – Caso Invasão do Tríplex
A 6ª. Vara Federal Criminal de Santos rejeitou a denúncia do Ministério Público referente ao protesto que integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto fizeram contra a condenação injusta de Lula no tríplex do Guarujá, em abril de 2018. Caso encerrado, inocentado.
15 – Caso Carta Capital
Procedimento de Investigação encaminhado à Justiça Federal de São Paulo.
Em mais uma farsa, a Lava Jato tentou caracterizar como ilegais contratos de patrocínio da Odebrecht com a revista Carta Capital. A própria Polícia Federal pediu o arquivamento.
Caso encerrado, inocentado.
16 – Caso da MP 471
Lula foi acusado de ter recebido contrapartida em virtude da edição da MP 471, que prorrogou incentivos à indústria automobilística.
Depois de longa tramitação, o próprio MPF pediu a absolvição de Lula.
O Juízo da 10ª. Vara Federal de Brasília o absolveu destacando que não havia justa causa para manter a ação.
Caso encerrado, Lula inocentado.
17 – Caso da Guiné
Ex-presidente foi acusado da prática dos crimes de tráfico internacional de influência e de lavagem de dinheiro em virtude de o Instituto Lula ter recebido uma doação oficial de uma empresa brasileira que atua há muito tempo na Guiné Equatorial.
Depois de longa tramitação, o Tribunal Regional Federal da 3ª. Região (TRF3) trancou a ação penal em habeas corpus impetrado pela defesa, reconhecendo que não havia elementos mínimos a justificar sua tramitação.
18 – Linha de crédito do BNDES
O juiz Frederico Botelho de Barros Viana, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou o trancamento uma ação do petista. Com a decisão, a ação penal foi imediatamente encerrada
19 – Delação premiada de Leo Pinheiro
O caso se refere à delação premiada de Leo Pinheiro. Segundo a defesa do petista, o depoimento “serviu, no passado, para impor uma condenação injusta contra ele no Caso do Triplex”. A juíza federal maria Carolina Akel Ayoub aceitou o pedido da defesa para trancar a investigação por falta de provas".
Só que isso, em si, não faz de Lula um vencedor por antecipação. Ele venceu várias batalhas, mas a guerra eleitoral não está ganha por isso.
Comparemos essa anulação dos processos contra Lula com o exame anti-doping. O que ocorreu é que a acusação de doping foi anulada, o que faz o esportista ser autorizado a competir em torneios esportivos.
Isso o autoriza a competir, mas não quer dizer que negar o doping seja conceder ao atleta liberado uma medalha de ouro ou um troféu.
Lula está apenas autorizado a competir na campanha presidencial de 2022, do qual ele é virtual favorito, mas não o favorito real.
Pesquisas eleitorais são meras especulações e a forma com que colhem escolhas de entrevistados é muito, muito duvidoso.
Além disso, Lula só é invicto na "bolha" do Instagram e dentro do seu fã-clube histérico e sonhador.
Fora do mundo da fantasia, começam a estourar as reações contra Lula. O antipetismo nas ruas é algo que não deve ser subestimado.
A Folha de São Paulo, por exemplo, despejou 12 matérias contra Lula, mostrando que a hidrofobia sempre esteve longe de ser extinta.
E justamente a Folha de São Paulo, que "governa" o culturalismo brega-identitário que domina nas redes sociais, como se o conceito de "liberdade" fosse uma concessão do fantasma de Otávio Frias Filho.
As esquerdas se iludem com esse culturalismo de tal forma que, ao cultuar os "brinquedos culturais", esbarram no bolsonarismo.
A relatora da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, a petista Erika Kokay, foi mais uma vítima da mitificação emocionalmente tóxica que envolve um lamentável "médium de peruca".
O infeliz agora é oficialmente considerado "herói da Pátria", sujando as páginas do chamado "livro de aço", como é conhecido o Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
Érika mordeu a isca do também deputado Franco Cartafila, do PP mineiro, um dos partidos da base aliada de Bolsonaro no Centrão. Cartafila é ligado ao agronegócio e ao coronelismo do Triângulo Mineiro, considerado um dos fortes redutos do bolsonarismo em Minas Gerais.
Cartafila se baseou na "caridade" que o suposto "médium", que transformou o Espiritismo num chiqueiro, uma "caridade" que todo mundo defende mas ninguém viu nem consegue provar.
Por outro lado, o "médium" fez horrores: defendeu a ditadura militar e foi premiado com isso, sobre ele pesa a morte suspeita de um sobrinho, foi pioneiro de obras literárias fake e sempre defendeu que os oprimidos aguentem calados e conformados suas desgraças, sob a desculpa das "bênçãos eternas".
É claro que o contexto de "herói da Pátria" hoje adotado pelos parlamentares prioriza critérios diferentes daqueles que puseram outros nomes no "livro de aço" que hoje está contaminado da ferrugem deste deplorável mistificador da fé humana.
Em outros tempos, gente digna como Zuzu Angel e Leonel Brizola foram incluídos no livro, e eles e outros tantos humanistas agora têm que "conviver" com um vergonhoso charlatão.
Atualmente, os "heróis" do imaginário direitista são outros: envolvem bandeirantes genocidas, políticos fanfarrões, torturadores da ditadura militar e até feminicidas que dizem zelar "pela Família e pelo Casamento".
Claro que tem que se colocar um charlatão religioso para ser "herói", dentro desse imaginário que pede o Nobel da Paz até para torturadores.
Paciência. A direita está forte, seja ela a moderada ou a extremista, e as esquerdas é que, no conforto dos sofás, fica rindo dentro de suas "bolhas", sem vontade para recuperar o protagonismo que supõem ter mas não têm.
Se nem Lula retoma seu antigo poder de ir às ruas arrastando multidões em protestos gigantescos e diários, isso quer dizer que as esquerdas não estão vencendo.
Lula apenas foi inocentado pelo exame anti-doping, mas está muito longe de ganhar a medalha de ouro.
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