NÃO. O "DOG" NÃO ESTÁ COMENDO COCÔ. O COCÔ DEVE ESTAR NA MENTE DO REDATOR QUE ESCREVEU ESSE RIDÍCULO PORTINGLÊS.
É constrangedor, cafona e inútil falar portinglês, mas o pessoal fala ou escreve e fica se achando.
O pessoal acha que terá cartaz pelo resto do mundo se jogar no seu português umas palavrinhas em inglês.
Teve uma comunidade no Instagram chamada "queridawoman" que tive que bloquear por causa do nome bobo.
Essa moda do portinglês criou até expressões como "doguinho". Puro viralatismo cultural.
E as pessoas ficam se achando, se julgando o primor de modernidade e vanguardismo só por causa desses "dialetos" em inglês.
Imagine uma jovem dondoca dizendo "Eu troquei o meu boy pelo meu pet depois de um flop no meu date e também adoro passear com minha bike pelo calçadão da beach o que é uma vibe geral".
A cabeça fica fundindo. Afinal, falamos português ou inglês?
E aí temos o asneirol linguístico do portal IG (Internet Group) que já tem uma sessão com um título infeliz, "Canal do Pet".
A edição de hoje veio com uma barbaridade (ou melhor, um barbarismo): "Seu dog está comendo cocô"?
A vontade é de responder: "Não. O cocô está na mente de quem escreveu esse asneirol".
Temos expressões como "cachorro", "cãozinho", "cão", e não é preciso apelar para o portinglês para bancar o modernão.
Aliás, é preciso EVITAR o portinglês, porque ele é tão ridículo quanto pessoas se enchendo de tatuagens e breganejos usando visual de lenhador com um topetão transado no cabelo.
Nesse meio cultural brasileiro marcado pela ditadura do brega-popularesco, que é a cultura do atraso que força a barra em parecer moderna sem ser, o portinglês é mais uma força de barra (não existe "forçação": imagine uma palavra com dois "c" cedilhados).
E o Brasil está tão terrivelmente atrasado que assusta quando se vê, nas redes sociais e na chamada opinião pública, o pessoal se achando "moderno", "futurista" e "sábio", dentro dos parâmetros da superioridade ilusória da Síndrome de Dunning-Kruger.
O Brasil está sucateado culturalmente e há muita gente que, não admitindo isso, tenta fazer crer o contrário.
Claro, dentro das "bolhas digitais" e do "gado de Internet", está tudo às mil maravilhas. Para esse "gado", o Brasil é a sucursal do Paraíso da Terra.
Triste país cuja alegria é cega e a positividade é tóxica.
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