PRAÇA PRINCESA ISABEL, EM SÃO PAULO, É REDUTO DE POPULAÇÃO SEM TETO.
Infelizmente, as esquerdas estão perdidas num identitarismo hedonista e festivo.
Não conseguem compreender, de verdade, a pobreza que ocorre fora de seus lares confortáveis.
Veem os problemas trabalhistas à distância, a ponto de sua solidariedade ser meramente formal, feita mais como um protocolo do que como um apoio real a quem vive de miséria.
A pobreza não é linda como aparece nos relatos animados da intelectualidade "bacana" (ver Esses Intelectuais Pertinentes...).
Ela é dura, é difícil, é dramática e traumática. Ser pobre é viver sob a sombra do medo e da incerteza.
Aqui em São Paulo, pego linhas de ônibus que passam pela Av. Rio Branco, homônima à avenida carioca que frequentei durante anos e que é considerada reduto de escritórios e bancos no Rio de Janeiro.
A Av. Rio Branco paulista, em que pese seu final ser "cortado" por um Centro paulistano não muito diferente do carioca, tem em seu entorno amostras de miséria extrema.
Pessoas vivendo em barracas de acampamento, e pessoas que nem isso têm. Lixo amontoado, pessoas de perfil decadente vivendo do que podem, abatidos pelo medo, pelo desalento, pela raiva.
As esquerdas não percebem a profundidade dessa triste realidade, e sabemos por quê.
É porque o esquerdismo está sendo dominado por uma classe média que vive no conforto e no bem-bom, o que não impediria de ter uma consciência social mais aprofundada. Mas acaba impedindo, sim, salvo exceções.
É uma classe média, em grande parte vinda da burocracia docente universitária, que nem para se manifestar nas ruas tem coragem, porque espera que alguma ordem "de cima" das direções partidárias e sindicais determine o dia, a hora e o local.
Vemos que os trabalhadores, os desempregados, os sem-teto sofrem horrores, e as esquerdas ocupadas nas coxas de Lula.
Lula vai ser eleito pela forma física? Ou porque se tornou um suposto galã? Que é isso, gente?! E o projeto para o Brasil? Tudo será Auxílio Emergencial de R$ 600?
Os sem-teto não só tremem de frio. Tremem de medo. A insegurança ronda todos eles, principalmente durante a madrugada, quando nossos esquerdistas dormem tranquilos achando que Lula já tem o assento presidencial todo reservado para ele.
A ênfase nas causas identitárias não contribui para resolver a fome, a miséria, o desabrigo, a insegurança.
Representatividade não é necessariamente a conquista de direitos e benefícios, mas apenas uma relativa conquista simbólica que não resolve problema algum, porque ela é seletiva.
A miséria na Av. Rio Branco, em São Paulo, é deprimente, é um cenário horrendo, que deveria ser resolvido com uma assistência corajosa a esses miseráveis, dando-lhes emprego, educação e moradia.
E o que será o governo Lula, com tantas alianças com as elites golpistas que o petista vai fazendo?
Para as esquerdas identitaristas, tanto faz qualquer coisa. Se elas se enlouqueceram com Lula com trajes de banho na praia, é porque elas têm outras preocupações que não sejam resolver de forma imediata o problema da fome, da miséria, do desabrigo e da insegurança.
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