ROBERTO CAMPOS NETO NÃO SE INTIMIDA E MANTÉM TAXA DE JUROS DE 13,75%, QUE O PRESIDENTE LULA QUER DERRUBAR.
Muito complicada a tal frente ampla. Aliás, muito complicado o governo Lula, que, sem ter um contexto favorável, trata o destino como se fosse um poço de desejos.
É como se Lula, à maneira de um menino pedindo que seu pai lhe desse presentes e fizesse favores, pedisse ao meio neoliberal que lhe atendesse sempre seus desejos.
E não se fala de um governo mais à esquerda que os dois anteriores. Na verdade, Lula nem está tão esquerdista assim, apenas está moldando seu projeto político conforme suas vontades pessoais, por mais que estas sejam, em tese, em prol do povo brasileiro.
Com uma performance mais decepcionante do que nos dois mandatos anteriores, Lula parece mais preocupado com sua propaganda pessoal do que com qualquer compromisso de realização. Muita gente reclama, com razão, que Lula não sai do palanque e, o que é pior, não sai do pedestal.
O agravante é que mesmo governos medíocres cono os de Fernando Collor e José Sarney começaram com alguma ação que tentasse soar positiva para os brasileiros. Lula só começa a agir agora, mas de forma acidentada, sem cumprir o prometido ritmo acelerado de "40 anos em 4".
Mas as pioras não param aí. Entre um choro e outro que, de tão fáceis e repetidos, nos fazem desconfiar de que sejam ensaiados. Lula eventualmente fala o que não deve e acaba até faltando com a palavra.
Foi na entrevista recente ao portal Brasil 247, em 21 de março último. O portal se afirma como o "Diário Oficial" do lulismo e Leonardo Attuch sonha em ser o novo Samuel Wainer.
Lula, ao comentar sobre o tempo em que foi preso por conta da Operação Lava Jato, afirmou que pensava em "f***r com o (Sérgio) Moro" e "se vingar dessa gente".
Neste caso, Lula descumpriu com a palavra. Afinal, durante a campanha presidencial, Lula disse que não queria se vingar dos seus algozes, pois seu governo seria "de amor e de paz". Lula jurava, então, que estava com o coração tranquilo e que só pensava em recuperar a democracia e o progresso econômico e social.
A ênfase exagerada no desmonte do bolsonarismo fez Lula se esquecer da reconstrução do Brasil, fazendo com que janeiro de 2023 fosse um mês desperdiçado. Lula preferiu produzir fatos políticos, com viagens e declarações, dando a falsa impressão de agilidade no governo, enquanto brasileiros morriam de fome naquele começo de ano.
E Lula obteve um problema sério. Em nome da frente ampla, Lula consentiu que o economista Roberto Campos Neto permanecesse na presidência do Banco Central, mas, além de ter que suportar a independência desta instituição, ou seja, uma independência em relação ao Estado, pois virou um "clube de banqueiros", tem também que brigar por causa da taxa de juros.
A taxa de juros do Banco Central é considerada uma das mais altas do mundo, em torno de 13,75%. Esse índice praticamente estrangula e sufoca a Economia brasileira, influindo no mercado em geral, juntamente com a política dos combustíveis, com preços altos e dolarizados. A recente reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) sinaliza a manutenção dos juros altos, e Lula tem que brigar para derrubar isso.
Diante desse quadro, o terceiro governo Lula tende a ser o pior e mais complicado dos três mandatos, com tantos erros e dificuldades existentes. E está muito longe de ser um governo voltado mais para a esquerda, com tantas pressões, compromissos e conflitos com a frente ampla.
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