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RÁDIO CIDADE, SEUS FANÁTICOS E O ROCK BOLA

ESTE É O MAIOR ÍDOLO DO ROCK, SEGUNDO A RÁDIO CIDADE E SEUS SEGUIDORES.

A cultura rock naufragou no Rio de Janeiro e ninguém sabe. Com a notícia da volta do programa de besteirol esportivo Rock Bola, a Rádio Cidade retomou rigorosamente todas as caraterísticas que derrubaram a emissora em 2006. Nada de passar a limpo ou de fazer autocrítica, toda a deturpação do radialismo rock feito nos 102,9 mhz voltou literalmente como estava antes.

É preocupante, também, a ação dos xiitas da Rádio Cidade. Se a Jovem Pan FM virou reduto assumido de reacionarismo midiático, a 89 FM tem um DNA administrativo vinculado à ditadura militar, a situação da Rádio Cidade nos últimos 20 anos é um sério alerta para a sociedade no Rio de Janeiro.

Juntemos as peças. A Jovem Pan FM, "lar" radiofônico de Reinaldo Azevedo e Rachel Sheherazade, lançou o estilo de linguagem, mentalidade e até vinhetas que são hoje adotadas pela 89 FM e pela Rádio Cidade.

A 89 FM tem como dono um patriarca que foi político da ARENA paulista, José Camargo, vinculado a Paulo Maluf e amigo de José Maria Marín, hoje presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e que, como deputado, pregou a prisão de Vladimir Herzog, ato que deu origem ao assassinato do jornalista da TV Cultura, em 1975.

Se a Jovem Pan FM forneceu o know-how técnico para a 89 e Cidade, se a 89 foi uma espécie de resposta direitista à Fluminense FM (cujo dono era ligado a Juscelino Kubitschek), então a Rádio Cidade tende a ser o maior reduto de "coxinhas" no Rio de Janeiro.

Posso garantir isso porque vi as mídias sociais e também os fóruns da própria página da Rádio Cidade na Internet. Seus ouvintes, além de não entenderem muito de rock - por exemplo, ouvem só "Smoke on The Water" pela metade e já se acham "fãs" do Deep Purple - , são de um reacionarismo doentio que faz o roqueiro Lobão parecer um humorista do Casseta & Planeta nos bons tempos.

Só para entender o nível de "rebeldia" desse pessoal, eles defendiam o fechamento do Congresso Nacional e o fim do Poder Legislativo como medidas de combate à corrupção. Eles também odeiam ler livros e, quando muito, só gostam de ver filmes de terror, aventura e, sobretudo, pancadaria.

Na comunidade Eu Odeio Acordar Cedo, do extinto Orkut, em janeiro de 2007, soube que um dos reaças que me atacaram com cyberbullying era ouvinte da Rádio Cidade "roqueira" e ele se manifestou uma fúria reacionária que faz Reinaldo Azevedo parecer palhaço de circo mambembe.

Mas mesmo fora do âmbito do valentonismo digital a visão equivocada preocupa. Nas mídias sociais, há pessoas que se irritam com as críticas à Rádio Cidade e que, só por entenderem aspectos técnicos de rádio, acham que entendem também de cultura rock.

Só que existe uma diferença entre aqueles que conhecem bem uma antena e uma aparelhagem de estúdio e nem por isso sejam capazes de saber o que é uma guitarra-baixo. São pessoas que entendem até de departamento comercial de rádio, mas não sabem a diferença entre o som de uma furadeira e uma guitarra distorcida. Nem sempre se pode entender de tudo.

"DANE-SE O MUNDO. O ROCK É MEU UMBIGO"

Mas o problema maior que envolve os seguidores da Rádio Cidade é que eles, além de extremamente reacionários (eu soube de um amigo que um produtor da rádio já era afiliado do PSDB carioca), eles não entendem de rock mas querem impor ao mundo a sua (falta de) visão do rock.

É como se os adeptos da Rádio Cidade dissessem: "Dane-se o que o mundo conhece e vive de rock. Para mim, rock é o que o meu umbigo disser, só vale o que eu penso do que é rock e se urinar em praça pública para mim for roquenrol, então roquenrol é isso e acabou".

O Rio de Janeiro já teve rádios de rock muito melhores e muito mais competentes do que a Rádio Cidade: antes da Fluminense, tivemos a Federal AM e Eldo Pop FM, durante a fase áurea da Flu tivemos a Estácio e após o fim da rádio niteroiense emissoras como a Tribuna FM de Petrópolis e a comunitária Progressiva FM, sintonizada na região da Penha, no Rio de Janeiro.

Atualmente se tem a Kiss FM que opera no dial do Rio de Janeiro em caráter experimental, com eventuais saídas do ar devido a ajustes na antena. Como se trata da mesma Kiss com sinal vindo de São Paulo, está há quase quinze anos no ar por lá, embora o repertório musical ainda lembra, descontados contextos de época, a Fluminense FM dos primeiros três meses, ainda engatinhando.

Só que, para o fanático da Rádio Cidade, isso pouco lhe importa. Ele acha que só a "cultura rock" que ele e seus amiguinhos entendem é que vai prevalecer, um engodo de valores e sons sem pé nem cabeça que só eles querem que seja conhecido como "rock".

NA RÁDIO CIDADE, SÓ O TOCA-CD É REALMENTE ROQUEIRO

Deve-se admitir que a Rádio Cidade, assim como a paulista 89 FM, não são especializadas em rock. Especialização envolve conhecimento de causa, personalidade, identidade, estilo de linguagem. Se você tirar o "vitrolão", o que sobrará são apenas rádios pop da pior qualidade, de segunda divisão, mesmo.

Só o toca-CD da Cidade e, por conseguinte, da 89, é roqueiro, e, no caso da 89, há alguns poucos programas específicos (Andreas Kisser é guitarrista do Sepultura e Roberto Miller Maia entende de rock alternativo; Tatola não conta, porque é o "dinossauro" dos emos).

Na Cidade, pior ainda, o que se vê lá é uma equipe de locutores clubber cuja única noção de rock não vai além do Rocky Balboa de Sylvester Stallone, do Roque que trabalhava com Sílvio Santos e das piadas dos Mamonas Assassinas, mais próximos de Roberto Bolaños do que do Rock Brasil.

A propaganda enganosa na imprensa musical chega a assustar, porque enquanto até jornalistas de rock sérios ficam anunciando como "grande coisa" a volta da 89 FM e da Rádio Cidade - que, nos espaços sérios de rock, tal falha é compensada pelo senso crítico dos internautas que comentam nos fóruns digitais - , o que se ouve nessas emissoras são apenas rádios pop com vitrolão "roqueiro".

A Rádio Cidade, por exemplo, é uma espécie de Zorra Total radiofônico. Se observar bem, só tem programa de piadas, locutores engraçadinhos com dicção enjoada, que parecem estar falando com fãs pré-adolescentes do Justin Bieber. É simplesmente horrível. Mas o cardápio roqueiro, independente de ser contemporâneo ou não, é sofrível, porque se limita aos sucessos comerciais.

E o caso do Rock Bola, então, é aberrante, porque até o mundo mineral sabe que futebol não é esporte rock'n'roll, mas isso é uma obsessão de ouvintes e locutores fanáticos - que se acham roqueiros da pesada, mas que, no fundo, o maior roqueiro, para eles, é o Galvão Bueno - , que em quantidade são incapazes de lotar uma arquibancada de um jogo de várzea, mas se acham os "donos da verdade" por (só eles) pensarem que só se faz gol ao som de solos de guitarra.

Claro que, por trás do Rock Bola, existem interesses de dirigentes esportivos por lá, mas quem desconhece os bastidores do rádio não percebe isso, pensa que não há uma recomendação da CBF de um programa que misturasse futebol e rock para atrair tal parcela de público para os estádios. E aí fica essa visão absurda de uma minoria barulhenta que diz que futebol é "esporte rock'n'roll".

Se fosse realmente rock'n'roll, os jogadores de futebol não estariam promovendo o sucesso de nomes como Michel Teló, João Lucas & Marcelo, Parangolé, MC Federado & Os Lelekes, Valesca Popozuda e Thiaguinho. Eles estariam promovendo bandas de punk ou metal, na mais rasa das hipóteses, sobretudo Neymar, que com todo o penteado punk, nunca se interessou por rock.

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