MC GUIMÊ APUNHALOU AS ESQUERDAS PELAS COSTAS.
A intelectualidade de esquerda perdeu uma boa oportunidade de debater a cultura brasileira, Tinha um grande projeto de reformas sociais nas mãos, e uma multidão de grandes intelectuais que nos alertaram sob os abusos cometidos pelo poderio midiático.
No entanto, as esquerdas voltaram a ficarem num quase isolamento, restritas a falar para um público que até agora aderiu ao seu apoio. Mas elas não puderam ter força suficiente para reverter o poderio do baronato midiático e parecem até mesmo adiar a falência de Veja, que acabou se reabilitando pelo escândalo causado pela corrupção da Petrobras.
No plano político, há o erro do Partido dos Trabalhadores se aliar com forças nada confiáveis para buscar vantagens rápidas e imediatas, e hoje sua aliança com o PMDB tem o preço de contar com a atuação do líder do partido na Câmara dos Deputados, o carioca Eduardo Cunha, em franca oposição ao Governo Federal, apesar de ser de um partido não só aliado, mas que detém a vice-presidência da própria República.
As mídias sociais agora voltaram ao direitismo explícito, contando até mesmo com a adesão da maioria dos pseudo-esquerdistas de dez anos atrás, gente que antes acreditava num "marx-cartismo", uma espécie de macartismo mal-disfarçado de marxismo de fachada. E, como sabemos, com direito a um delirante direitismo tomado de pontos de vista totalmente fora da realidade.
A presidenta Dilma Rousseff, em pesquisa do Datafolha, sofreu uma queda para 23% no índice de popularidade. Embora tendenciosa e oportunista, pelo fato do Datafolha ser de propriedade da Folha de São Paulo, que faz oposição ao governo, coincide com a indignação da sociedade com os descaminhos do governo federal e sua política agora voltada a medidas conservadoras.
Dilma, mesmo nos "melhores momentos", já havia sinalizado que não iria fazer regulação da mídia nem reforma agrária, e rumou para políticas mais conservadoras e anti-esquerdistas, não bastasse o caráter brando dos dois governos de Luís Inácio Lula da Silva.
E se a chamada Era Lula era comparável a João Goulart governando num Brasil da Era Geisel - projetos reformistas diante de um quadro social brega e desgradado - , o de Dilma corresponde a João Goulart na fase parlamentarista, com Tancredo Neves (o mesmo das Diretas Já) como primeiro-ministro.
A crise do governo petista se deu e se dá por diversos fatores. Mas na sua base de respaldo, a intelectualidade esquerdista, ela se deu sobretudo pela falta de firmeza e vigilância diante de certas situações, sobretudo quando se discutia o âmbito cultural, base de todo o comportamento e procedimento vital das classes populares.
"ALIENÍGENAS"
O que os intelectuais e ativistas de esquerda pouco estavam preparados era para a atividade traiçoeira de supostos aliados da chamada intelectualidade cultural, vindos dos bastidores do tucanato acadêmico ou da velha mídia reacionária, posando de "amigos das esquerdas" e pregando, de maneira tendenciosa, a pior degradação cultural do país.
Foram vários intelectuais "alienígenas" (surgidos fora do meio esquerdista), que definimos como "bacanas" mas que hoje uns chamam até de "masturbadores intelectuais", entre eles um oportunista Pedro Alexandre Sanches que nem de longe lembra um intelectual sinceramente identificado com a causa esquerdista.
Ele, como eu já havia descrito no Mingau de Aço, foi um dos alunos exemplares do Projeto Folha, aquele projeto do Otávio Frias Filho que buscava expulsar profissionais de esquerda da Folha de São Paulo (só admitia alguns outros para o caderno Mais!, depois extinto) e criar uma linha editorial claramente neoliberal.
Sanches foi um dos maiores colaboradores. Juntemos o quebra-cabeças. Ele entrou na Folha em 1995. quando o Projeto Folha já tinha "limpado a área" e o periódico paulista fazia sua defesa apaixonada a Fernando Henrique Cardoso. Sanches foi um dos artífices do projeto de Otávio Frias Filho de transformar o "funk carioca" num "movimeno folclórico e ativista".
Frias fazia isso ao lado dos descendentes de Roberto Marinho, que já administravam as Organizações Globo quando o pai já estava doente e reduzia suas atividades nos negócios da empresa. Antes que muitos pensassem que defender o "funk carioca" fosse coisa de esquerdista (o que sempre foi um equívoco), todo o seu discurso foi originalmente lançado por O Globo, Rede Globo e pela Folha.
O "funk carioca" era dotado de empresários poderosos, uns ligados ao latifúndio fluminense (cujo poderio é subestimado pela mídia, mas influi até na Região dos Lagos e na Baixada Fluminense), outros a traficantes e contraventores, que encomendaram aos barões da grande mídia a trabalharem um discurso "positivo" para o "funk", marcado por suas baixarias e pela mediocridade artística.
A intelectualidade "bacaninha" queria bregalizar o país como um todo. Muito dinheiro por trás estava em jogo, dos banqueiros do jogo-do-bicho até o especulador George Soros, e o "funk" era só um dos carros-chefes de toda essa pasmaceira discursiva. E o que estava por trás disso?
Simples. Havia um projeto de desmobilizar, imbecilizar e alienar culturalmente as classes populares. Para isso, os intelectuais faziam beicinho. Reagiram chorosos quando havia acusação de que a bregalização cultural alienava, desmobilizava, imbecilizava, infantilizava. Achavam que isso era "queixa de gente preconceituosa", e trabalhavam isso num discurso confuso mas engenhoso.
Pedro Alexandre Sanches foi o mais festivo deles. Ele era partidário de uma visão neoliberal, de verniz "modernista", mas que não diferia muito da visão do pessoal da Veja e do Instituto Millenium. Seu esquerdismo político era tosco e falso, ele até criou um blogue "político" que não deu certo, pois, na verdade, nem a ele próprio convencia.
Afinal, ele só era "esquerdista" visando uns trocados do Ministério da Cultura, já que Sanches estava associado ao Coletivo Fora do Eixo, o grupo "ativista" brasileiro que recebe mesadas de George Soros. Sanches era discípulo (não-assumido, mas explícito) de Francis Fukuyama e pregava que o futuro da cultura brasileira estava na sua submissão ao livre-mercado.
Sua retórica era recheada de alegações pseudo-ativistas, pseudo-libertárias e pseudo-modernistas. Tudo para defender a bregalização dentro de uma perspectiva falsamente democrática, forçadamente associada a movimentos de vanguarda na MPB (o extremo-oposto dos bregas), e criar um cenário cultural até pior do que o que havia nos tempos do milagre brasileiro.
Sanches era tão enrustido em seu neoliberalismo que defendia uma "reforma agrária para a MPB" com um vigor supostamente militante, mas que ideologicamente correspondia a um tipo de "reforma agrária" que a direita queria, com prévia indenização aos latifundiários. No caso, uma "reforma cultural" que não se opusesse ao coronelismo midiático regional que produziu "funk", "forró eletrônico", "sertanejo", tecnobrega, brega dos anos 70 etc.
E essa campanha toda, não só do fukuyamiano Pedro Alexandre Sanches mas de uma zaralhada de intelectuais similares (há também o "deus" Paulo César de Araújo, lá do alto do pedestal, não esqueçamos), que não só na música mas também no comportamento, queriam um Brasil mais cafona e um povo mais imbecilizado. Vide as chamadas "popozudas", tidas erroneamente como "feministas".
A intelectualidade despejava seus piores preconceitos elitistas, paternalistas, mitificadores, mistificadores, e as esquerdas ficavam felizes, sem perceber as armadilhas criadas. Os "bacanas" pregavam que o povo pobre deveria ficar imbecilizado e se comportar de maneira submissa porque isso era a "melhor forma de expressão" das classes populares, reduzidas "bons selvagens".
Os intelectuais criaram uma "periferia" de contos-de-fadas e os esquerdistas, que limitaram o melhor de seus debates a assuntos de cunho político e sindical - houve até uma época em que as esquerdas se perdiam em discutir o Oriente Médio e se esquecerem do próprio Brasil - , acreditaram.
E eu, com o Mingau de Aço, o "patinho feio" da mídia esquerdista, passei escrevendo textos denunciando essas manobras intelectuais e apresentando argumentos, e sofria o preço da baixa visibilidade quando, dependendo da abordagem, em vez de ganhar muitos seguidores no Google Friend Connect, chegava a perder alguns pelo caminho.
As esquerdas só perceberam a besteira quando vieram aqueles constrangedores atos de professores de escola pública que classificaram certos ídolos da imbecilização cultural como "pensadores contemporâneos", algo que forçou a barra demais, apesar da solidariedade de alguns esquerdistas.
E aí esse processo de imbecilização cultural impediu que se efetivasse o debate sobre cultura brasileira, regulação da mídia, reforma agrária, melhorias na Educação pública, e isolou as forças progressistas a um debate só apreciado por eles e pelo que eles conquistaram de seguidores e adeptos.
Enquanto isso, a decadência da mídia reacionária teve seus efeitos minimizados. A Veja, ainda com a cabeça a prêmio por causa da crise da Editora Abril, teve sua falência adiada por uma momentânea reabilitação, já que mesmo suas piores mentiras anti-petistas acabam empolgando a moçada "coxinha" que vai correndo nas bancas comprar a revista para alimentar sua catarse anti-PT.
Com isso o debate esquerdista virou coisa de "sindicalista". Os intelectuais pró-brega apedrejaram a janela e fugiram. "Heróis" da intelligentzia como Zezé di Camargo & Luciano, Odair José, Raça Negra, Banda Calypso, Mr. Catra e MC Guimê apunhalaram as esquerdas pelas costas e foram comemorar o sucesso abraçados aos barões da grande mídia.
Pedro Alexandre Sanches foi jogado por um projeto de reportagem sindical do PT, sendo por enquanto um "esquerdista por conveniência", até o dia (não se sabe quando, mas certamente um dia) em que surtar como Lobão e Reinaldo Azevedo, antigos petistas, surtaram.
Com um grandioso projeto nas mãos, as esquerdas ainda terão que aprender a reavaliar seu projeto de reformismo social na condição de oposição, diante do retorno do reacionarismo de direita e seus sórdidos e alucinados pontos de vista. O Brasil continuará brega e atrasado.
A intelectualidade de esquerda perdeu uma boa oportunidade de debater a cultura brasileira, Tinha um grande projeto de reformas sociais nas mãos, e uma multidão de grandes intelectuais que nos alertaram sob os abusos cometidos pelo poderio midiático.
No entanto, as esquerdas voltaram a ficarem num quase isolamento, restritas a falar para um público que até agora aderiu ao seu apoio. Mas elas não puderam ter força suficiente para reverter o poderio do baronato midiático e parecem até mesmo adiar a falência de Veja, que acabou se reabilitando pelo escândalo causado pela corrupção da Petrobras.
No plano político, há o erro do Partido dos Trabalhadores se aliar com forças nada confiáveis para buscar vantagens rápidas e imediatas, e hoje sua aliança com o PMDB tem o preço de contar com a atuação do líder do partido na Câmara dos Deputados, o carioca Eduardo Cunha, em franca oposição ao Governo Federal, apesar de ser de um partido não só aliado, mas que detém a vice-presidência da própria República.
As mídias sociais agora voltaram ao direitismo explícito, contando até mesmo com a adesão da maioria dos pseudo-esquerdistas de dez anos atrás, gente que antes acreditava num "marx-cartismo", uma espécie de macartismo mal-disfarçado de marxismo de fachada. E, como sabemos, com direito a um delirante direitismo tomado de pontos de vista totalmente fora da realidade.
A presidenta Dilma Rousseff, em pesquisa do Datafolha, sofreu uma queda para 23% no índice de popularidade. Embora tendenciosa e oportunista, pelo fato do Datafolha ser de propriedade da Folha de São Paulo, que faz oposição ao governo, coincide com a indignação da sociedade com os descaminhos do governo federal e sua política agora voltada a medidas conservadoras.
Dilma, mesmo nos "melhores momentos", já havia sinalizado que não iria fazer regulação da mídia nem reforma agrária, e rumou para políticas mais conservadoras e anti-esquerdistas, não bastasse o caráter brando dos dois governos de Luís Inácio Lula da Silva.
E se a chamada Era Lula era comparável a João Goulart governando num Brasil da Era Geisel - projetos reformistas diante de um quadro social brega e desgradado - , o de Dilma corresponde a João Goulart na fase parlamentarista, com Tancredo Neves (o mesmo das Diretas Já) como primeiro-ministro.
A crise do governo petista se deu e se dá por diversos fatores. Mas na sua base de respaldo, a intelectualidade esquerdista, ela se deu sobretudo pela falta de firmeza e vigilância diante de certas situações, sobretudo quando se discutia o âmbito cultural, base de todo o comportamento e procedimento vital das classes populares.
"ALIENÍGENAS"
O que os intelectuais e ativistas de esquerda pouco estavam preparados era para a atividade traiçoeira de supostos aliados da chamada intelectualidade cultural, vindos dos bastidores do tucanato acadêmico ou da velha mídia reacionária, posando de "amigos das esquerdas" e pregando, de maneira tendenciosa, a pior degradação cultural do país.
Foram vários intelectuais "alienígenas" (surgidos fora do meio esquerdista), que definimos como "bacanas" mas que hoje uns chamam até de "masturbadores intelectuais", entre eles um oportunista Pedro Alexandre Sanches que nem de longe lembra um intelectual sinceramente identificado com a causa esquerdista.
Ele, como eu já havia descrito no Mingau de Aço, foi um dos alunos exemplares do Projeto Folha, aquele projeto do Otávio Frias Filho que buscava expulsar profissionais de esquerda da Folha de São Paulo (só admitia alguns outros para o caderno Mais!, depois extinto) e criar uma linha editorial claramente neoliberal.
Sanches foi um dos maiores colaboradores. Juntemos o quebra-cabeças. Ele entrou na Folha em 1995. quando o Projeto Folha já tinha "limpado a área" e o periódico paulista fazia sua defesa apaixonada a Fernando Henrique Cardoso. Sanches foi um dos artífices do projeto de Otávio Frias Filho de transformar o "funk carioca" num "movimeno folclórico e ativista".
Frias fazia isso ao lado dos descendentes de Roberto Marinho, que já administravam as Organizações Globo quando o pai já estava doente e reduzia suas atividades nos negócios da empresa. Antes que muitos pensassem que defender o "funk carioca" fosse coisa de esquerdista (o que sempre foi um equívoco), todo o seu discurso foi originalmente lançado por O Globo, Rede Globo e pela Folha.
O "funk carioca" era dotado de empresários poderosos, uns ligados ao latifúndio fluminense (cujo poderio é subestimado pela mídia, mas influi até na Região dos Lagos e na Baixada Fluminense), outros a traficantes e contraventores, que encomendaram aos barões da grande mídia a trabalharem um discurso "positivo" para o "funk", marcado por suas baixarias e pela mediocridade artística.
A intelectualidade "bacaninha" queria bregalizar o país como um todo. Muito dinheiro por trás estava em jogo, dos banqueiros do jogo-do-bicho até o especulador George Soros, e o "funk" era só um dos carros-chefes de toda essa pasmaceira discursiva. E o que estava por trás disso?
Simples. Havia um projeto de desmobilizar, imbecilizar e alienar culturalmente as classes populares. Para isso, os intelectuais faziam beicinho. Reagiram chorosos quando havia acusação de que a bregalização cultural alienava, desmobilizava, imbecilizava, infantilizava. Achavam que isso era "queixa de gente preconceituosa", e trabalhavam isso num discurso confuso mas engenhoso.
Pedro Alexandre Sanches foi o mais festivo deles. Ele era partidário de uma visão neoliberal, de verniz "modernista", mas que não diferia muito da visão do pessoal da Veja e do Instituto Millenium. Seu esquerdismo político era tosco e falso, ele até criou um blogue "político" que não deu certo, pois, na verdade, nem a ele próprio convencia.
Afinal, ele só era "esquerdista" visando uns trocados do Ministério da Cultura, já que Sanches estava associado ao Coletivo Fora do Eixo, o grupo "ativista" brasileiro que recebe mesadas de George Soros. Sanches era discípulo (não-assumido, mas explícito) de Francis Fukuyama e pregava que o futuro da cultura brasileira estava na sua submissão ao livre-mercado.
Sua retórica era recheada de alegações pseudo-ativistas, pseudo-libertárias e pseudo-modernistas. Tudo para defender a bregalização dentro de uma perspectiva falsamente democrática, forçadamente associada a movimentos de vanguarda na MPB (o extremo-oposto dos bregas), e criar um cenário cultural até pior do que o que havia nos tempos do milagre brasileiro.
Sanches era tão enrustido em seu neoliberalismo que defendia uma "reforma agrária para a MPB" com um vigor supostamente militante, mas que ideologicamente correspondia a um tipo de "reforma agrária" que a direita queria, com prévia indenização aos latifundiários. No caso, uma "reforma cultural" que não se opusesse ao coronelismo midiático regional que produziu "funk", "forró eletrônico", "sertanejo", tecnobrega, brega dos anos 70 etc.
E essa campanha toda, não só do fukuyamiano Pedro Alexandre Sanches mas de uma zaralhada de intelectuais similares (há também o "deus" Paulo César de Araújo, lá do alto do pedestal, não esqueçamos), que não só na música mas também no comportamento, queriam um Brasil mais cafona e um povo mais imbecilizado. Vide as chamadas "popozudas", tidas erroneamente como "feministas".
A intelectualidade despejava seus piores preconceitos elitistas, paternalistas, mitificadores, mistificadores, e as esquerdas ficavam felizes, sem perceber as armadilhas criadas. Os "bacanas" pregavam que o povo pobre deveria ficar imbecilizado e se comportar de maneira submissa porque isso era a "melhor forma de expressão" das classes populares, reduzidas "bons selvagens".
Os intelectuais criaram uma "periferia" de contos-de-fadas e os esquerdistas, que limitaram o melhor de seus debates a assuntos de cunho político e sindical - houve até uma época em que as esquerdas se perdiam em discutir o Oriente Médio e se esquecerem do próprio Brasil - , acreditaram.
E eu, com o Mingau de Aço, o "patinho feio" da mídia esquerdista, passei escrevendo textos denunciando essas manobras intelectuais e apresentando argumentos, e sofria o preço da baixa visibilidade quando, dependendo da abordagem, em vez de ganhar muitos seguidores no Google Friend Connect, chegava a perder alguns pelo caminho.
As esquerdas só perceberam a besteira quando vieram aqueles constrangedores atos de professores de escola pública que classificaram certos ídolos da imbecilização cultural como "pensadores contemporâneos", algo que forçou a barra demais, apesar da solidariedade de alguns esquerdistas.
E aí esse processo de imbecilização cultural impediu que se efetivasse o debate sobre cultura brasileira, regulação da mídia, reforma agrária, melhorias na Educação pública, e isolou as forças progressistas a um debate só apreciado por eles e pelo que eles conquistaram de seguidores e adeptos.
Enquanto isso, a decadência da mídia reacionária teve seus efeitos minimizados. A Veja, ainda com a cabeça a prêmio por causa da crise da Editora Abril, teve sua falência adiada por uma momentânea reabilitação, já que mesmo suas piores mentiras anti-petistas acabam empolgando a moçada "coxinha" que vai correndo nas bancas comprar a revista para alimentar sua catarse anti-PT.
Com isso o debate esquerdista virou coisa de "sindicalista". Os intelectuais pró-brega apedrejaram a janela e fugiram. "Heróis" da intelligentzia como Zezé di Camargo & Luciano, Odair José, Raça Negra, Banda Calypso, Mr. Catra e MC Guimê apunhalaram as esquerdas pelas costas e foram comemorar o sucesso abraçados aos barões da grande mídia.
Pedro Alexandre Sanches foi jogado por um projeto de reportagem sindical do PT, sendo por enquanto um "esquerdista por conveniência", até o dia (não se sabe quando, mas certamente um dia) em que surtar como Lobão e Reinaldo Azevedo, antigos petistas, surtaram.
Com um grandioso projeto nas mãos, as esquerdas ainda terão que aprender a reavaliar seu projeto de reformismo social na condição de oposição, diante do retorno do reacionarismo de direita e seus sórdidos e alucinados pontos de vista. O Brasil continuará brega e atrasado.
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