LEGIÃO URBANA, EM 1985.
Notícia das mais tristes no Rock Brasil. Foi encontrado morto, na manhã de hoje, com apenas 53 anos de idade, o ex-baixista da Legião Urbana Renato Rocha, conhecido como Billy ou Negrete, que participou de três álbuns da banda, entre 1984 e 1987.
Ele integrou a banda entre 1982 e 1988, e seu acorde mais conhecido é a introdução que Negrete fazia na música "Ainda é Cedo", um dos maiores sucessos da banda do também saudoso Renato Russo, até hoje tocada com regularidade nas rádios.
O primeiro álbum da Legião Urbana, embora algumas fontes creditem o lançamento a janeiro de 1985, na verdade foi lançado em dezembro de 1984, a data de 1985 corresponde ao início oficial do seu processo de divulgação na mídia.
O grupo não lançou álbum em 1985, se limitando a gravar uma música, "O Senhor da Guerra", só lançada em 1992 no álbum Música para Acampamentos, embora uma versão acelerada tenha sido lançada na trilha sonora do especial A Família Halley, da Rede Globo de Televisão,
O BAIXISTA NOS ÚLTIMOS ANOS.
Eu acompanhei, nas ondas da Fluminense FM, as primeiras demos da Legião Urbana, que surpreendia pela incrível qualidade musical e poética, sem falar do indiscutível vocal e presença de palco de Renato Russo.
Também acompanhei, na mesma Fluminense, o lançamento de "Tempo Perdido" e "Eduardo e Mônica" (cuja letra vai virar filme), duas músicas do então vindouro álbum Dois, que, em que pese a linha crua inicial, prometia o aprimoramento melódico que marcou o grupo após a saída de Negrete.
Renato Rocha continuou tocando em projetos musicais, conta-se que integrou até o Finis Africae por um breve período, mas, sucumbindo às drogas, chegou a ser morador de rua. Ultimamente ele estava internado numa clínica para dependentes químicos no Guarujá, em cujo hotel ele teria sofrido uma parada cardíaca.
É até triste não haver bandas com a qualidade musical da Legião Urbana. Desde os anos 90, o cenário roqueiro virou uma tradução temporal e guitarreira do clientelismo político, com jornalistas elogiando músicos que elogiam radialistas que elogiam promotores de eventos que elogiam jornalistas, enquanto as bandas sofrem de muita pretensão e pouco talento.
Por isso não confio nessa "volta do rock nacional" que a imprensa fala, sempre procurando a "melhor banda de todos os tempos da última semana". Isso porque, com essas "rádios rock" que "estão aí", só vai voltar a cena de bandas medíocres que o jabá obriga os jornalistas musicais a elogiá-las para manter toda a cadeia de troca de favores citadas no parágrafo acima.
A Legião Urbana ainda sofre com a batalha judicial dos dois remanescentes, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, contra o filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, que com toda o amor que tem pelo pai não tem a vivência cultural que tiveram Dado e Marcelo, estes sim envolvidos com Renato Russo em cada segundo de experiência no cotidiano da banda.
Recentemente, houve um tributo de bandas de rock à Legião Urbana, e foi um desastre. Aquelas bandas "anos 90" e posteriores a essa época, formadas por músicos que, em 2001, baixavam a lenha na banda brasiliense, julgando-a "ultrapassada" e xingando Renato Russo de "demodê" por ter gravado música italiana. "Renato Russo não nos representa", bradavam esses músicos que, no estilo morde-e-assopra, hoje se autoproclamam seus discípulos.
Renato Rocha bem que poderia ter se juntado a Dado e Marcelo para reivindicarem o controle da marca Legião Urbana, a exemplo de Craig Gannon no processo que Andy Rourke e Mike Joyce fizeram contra Morrissey e Johnny Marr, polêmico incidente envolvendo ex-membros dos Smiths. Gannon ficou uns meses na banda, mas participou do processo pelos royalties do grupo.
O ex-baixista da Legião já estava recomeçando a carreira, mas com seu histórico de drogas pesadas, sua vida teria acabado num simples ataque cardíaco. Não foram encontradas armas nem drogas e nem sinais de violência no corpo de Negrete. Ele pode simplesmente ter sofrido o efeito de longos anos de vícios, provavelmente.
O que se sabe é que o Brasil perdeu um superbaixista. Um grande músico que poderia estar aí se destacando na música. Mas hoje a música brasileira está contaminada por centenas e centenas de ídolos medíocres, alguns com mais de 30 anos de carreira, sub-celebridades musicais que não nos têm a dizer mas que ficam a todo momento por qualquer coisa, azucrinando até a MPB.
Ficam aqui os pêsames aos familiares e amigos de Negrete e desejo de muita paciência e força de espírito nesse momento difícil.
Notícia das mais tristes no Rock Brasil. Foi encontrado morto, na manhã de hoje, com apenas 53 anos de idade, o ex-baixista da Legião Urbana Renato Rocha, conhecido como Billy ou Negrete, que participou de três álbuns da banda, entre 1984 e 1987.
Ele integrou a banda entre 1982 e 1988, e seu acorde mais conhecido é a introdução que Negrete fazia na música "Ainda é Cedo", um dos maiores sucessos da banda do também saudoso Renato Russo, até hoje tocada com regularidade nas rádios.
O primeiro álbum da Legião Urbana, embora algumas fontes creditem o lançamento a janeiro de 1985, na verdade foi lançado em dezembro de 1984, a data de 1985 corresponde ao início oficial do seu processo de divulgação na mídia.
O grupo não lançou álbum em 1985, se limitando a gravar uma música, "O Senhor da Guerra", só lançada em 1992 no álbum Música para Acampamentos, embora uma versão acelerada tenha sido lançada na trilha sonora do especial A Família Halley, da Rede Globo de Televisão,
O BAIXISTA NOS ÚLTIMOS ANOS.
Eu acompanhei, nas ondas da Fluminense FM, as primeiras demos da Legião Urbana, que surpreendia pela incrível qualidade musical e poética, sem falar do indiscutível vocal e presença de palco de Renato Russo.
Também acompanhei, na mesma Fluminense, o lançamento de "Tempo Perdido" e "Eduardo e Mônica" (cuja letra vai virar filme), duas músicas do então vindouro álbum Dois, que, em que pese a linha crua inicial, prometia o aprimoramento melódico que marcou o grupo após a saída de Negrete.
Renato Rocha continuou tocando em projetos musicais, conta-se que integrou até o Finis Africae por um breve período, mas, sucumbindo às drogas, chegou a ser morador de rua. Ultimamente ele estava internado numa clínica para dependentes químicos no Guarujá, em cujo hotel ele teria sofrido uma parada cardíaca.
É até triste não haver bandas com a qualidade musical da Legião Urbana. Desde os anos 90, o cenário roqueiro virou uma tradução temporal e guitarreira do clientelismo político, com jornalistas elogiando músicos que elogiam radialistas que elogiam promotores de eventos que elogiam jornalistas, enquanto as bandas sofrem de muita pretensão e pouco talento.
Por isso não confio nessa "volta do rock nacional" que a imprensa fala, sempre procurando a "melhor banda de todos os tempos da última semana". Isso porque, com essas "rádios rock" que "estão aí", só vai voltar a cena de bandas medíocres que o jabá obriga os jornalistas musicais a elogiá-las para manter toda a cadeia de troca de favores citadas no parágrafo acima.
A Legião Urbana ainda sofre com a batalha judicial dos dois remanescentes, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, contra o filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, que com toda o amor que tem pelo pai não tem a vivência cultural que tiveram Dado e Marcelo, estes sim envolvidos com Renato Russo em cada segundo de experiência no cotidiano da banda.
Recentemente, houve um tributo de bandas de rock à Legião Urbana, e foi um desastre. Aquelas bandas "anos 90" e posteriores a essa época, formadas por músicos que, em 2001, baixavam a lenha na banda brasiliense, julgando-a "ultrapassada" e xingando Renato Russo de "demodê" por ter gravado música italiana. "Renato Russo não nos representa", bradavam esses músicos que, no estilo morde-e-assopra, hoje se autoproclamam seus discípulos.
Renato Rocha bem que poderia ter se juntado a Dado e Marcelo para reivindicarem o controle da marca Legião Urbana, a exemplo de Craig Gannon no processo que Andy Rourke e Mike Joyce fizeram contra Morrissey e Johnny Marr, polêmico incidente envolvendo ex-membros dos Smiths. Gannon ficou uns meses na banda, mas participou do processo pelos royalties do grupo.
O ex-baixista da Legião já estava recomeçando a carreira, mas com seu histórico de drogas pesadas, sua vida teria acabado num simples ataque cardíaco. Não foram encontradas armas nem drogas e nem sinais de violência no corpo de Negrete. Ele pode simplesmente ter sofrido o efeito de longos anos de vícios, provavelmente.
O que se sabe é que o Brasil perdeu um superbaixista. Um grande músico que poderia estar aí se destacando na música. Mas hoje a música brasileira está contaminada por centenas e centenas de ídolos medíocres, alguns com mais de 30 anos de carreira, sub-celebridades musicais que não nos têm a dizer mas que ficam a todo momento por qualquer coisa, azucrinando até a MPB.
Ficam aqui os pêsames aos familiares e amigos de Negrete e desejo de muita paciência e força de espírito nesse momento difícil.
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