NETO LX, ÍCONE DO "ARROCHA-OSTENTAÇÃO" - CANTO DO CISNE DA MÚSICA COMERCIAL BAIANA?
A grande mídia tentou abafar, transformando o Carnaval de Salvador deste ano num grande camarote ao ar livre, e seus defensores logo inventaram que a axé-music, que celebra 30 anos, está "se reinventando". No entanto, é clara sua decadência e sua crise que criou até um clima de "bruxa solta" em vários momentos da música comercial baiana.
Acusações de sonegação fiscal e irregularidades trabalhistas envolvendo medalhões do "axé", outras de estímulo às baixarias dos ídolos "menores" - sejam axézeiros antigos e fora do topo das paradas, sejam "pagodeiros" e arrocheiros - , além de quedas de camarotes e gafes de ídolos locais, tudo isso faz com que a era da monocultura do "axé" esteja com os dias contados.
Num carnaval em que Bell Marques perdeu a cabeça por causa de um trio elétrico parado e quando Cláudia Leitte é alvo de vaias, o Psirico voltou a lançar um hit somente local, "Tem Xhenhenhém", depois que tentou o sucesso nacional com a constrangedora "Lepo-Lepo" (que a intelectualidade "bacana" quase usou para sepultar de vez o "Lero-Lero" de Edu Lobo).
"Lepo-Lepo", de andamento cansativo e um vocal preguiçoso de Márcio Victor, mais parecia um réquiem de artista decadente, desses sucessos derradeiros que só mesmo um Brasil tomado de provincianismo do Oiapoque ao Chuí - e, surpreendentemente, sobretudo no Rio de Janeiro, que regressou ao matutismo pré-1905 - consagrou como grande sucesso da música brasileira.
O É O Tchan parecia viver de glórias passadas, com o encontro das Sheilas (Sheila Mello e Scheila Carvalho) com Carla Perez. E o marido de Scheila Carvalho, Toni Salles, fez sua estreia no carnaval como novo vocalista do Parangolé, enquanto Léo Santana segue carreira solo com seu físico por demais "bombado".
Alinne Rosa, ex-cantora da banda Cheiro de Amor, foi processar os empresários, num desses incidentes que o contexto das "bandas com donos", ou seja, lideradas não por qualquer dos músicos, mas pelo respectivo empresário, tenta evitar vazar, já que é um processo trabalhista que volta e meia gera algum escândalo na mídia.
Atores e atrizes de TV estiveram para fazer propaganda do Carnaval de Salvador e fingir que eram fãs de axé-music. Mas se foram os "grandes tempos" em que jovens atores e atrizes ficaram no trio do Chiclete com Banana, com Bell Marques à frente, fingindo que eram chicleteiros enquanto, por trás de seus sorrisos amarelos, achavam a banda chata e Bell um "grande mala".
Claro que tais coisas nem Fabíola Reipert é capaz de divulgar, ela que chega mesmo a apostar na rivalidade de Ivete Sangalo e Cláudia Leitte, mas não pode ir longe nos bastidores do popularesco, que infelizmente possui boa conta em colunas desse tipo. Se fizesse, daria prejuízo e talvez sua coluna saísse do ar.
Há dúvidas que a axé-music permaneça de pé por muito tempo. O desgaste da grande mídia e dos barões do entretenimento em Salvador é grande, com sucessivos escândalos e incidentes. Pode ser que a queda seja adiada, mas a crise aos poucos se revela insustentável.
Não será a cobertura da grande mídia, que descreve uma falsa "democratização" do Carnaval (dos donos de blocos) de Salvador e, contraditoriamente, define o evento como um grande camarote vip, que resolverá essa crise, porque marketing nunca teve a ver com a realidade.
A grande mídia tentou abafar, transformando o Carnaval de Salvador deste ano num grande camarote ao ar livre, e seus defensores logo inventaram que a axé-music, que celebra 30 anos, está "se reinventando". No entanto, é clara sua decadência e sua crise que criou até um clima de "bruxa solta" em vários momentos da música comercial baiana.
Acusações de sonegação fiscal e irregularidades trabalhistas envolvendo medalhões do "axé", outras de estímulo às baixarias dos ídolos "menores" - sejam axézeiros antigos e fora do topo das paradas, sejam "pagodeiros" e arrocheiros - , além de quedas de camarotes e gafes de ídolos locais, tudo isso faz com que a era da monocultura do "axé" esteja com os dias contados.
Num carnaval em que Bell Marques perdeu a cabeça por causa de um trio elétrico parado e quando Cláudia Leitte é alvo de vaias, o Psirico voltou a lançar um hit somente local, "Tem Xhenhenhém", depois que tentou o sucesso nacional com a constrangedora "Lepo-Lepo" (que a intelectualidade "bacana" quase usou para sepultar de vez o "Lero-Lero" de Edu Lobo).
"Lepo-Lepo", de andamento cansativo e um vocal preguiçoso de Márcio Victor, mais parecia um réquiem de artista decadente, desses sucessos derradeiros que só mesmo um Brasil tomado de provincianismo do Oiapoque ao Chuí - e, surpreendentemente, sobretudo no Rio de Janeiro, que regressou ao matutismo pré-1905 - consagrou como grande sucesso da música brasileira.
O É O Tchan parecia viver de glórias passadas, com o encontro das Sheilas (Sheila Mello e Scheila Carvalho) com Carla Perez. E o marido de Scheila Carvalho, Toni Salles, fez sua estreia no carnaval como novo vocalista do Parangolé, enquanto Léo Santana segue carreira solo com seu físico por demais "bombado".
Alinne Rosa, ex-cantora da banda Cheiro de Amor, foi processar os empresários, num desses incidentes que o contexto das "bandas com donos", ou seja, lideradas não por qualquer dos músicos, mas pelo respectivo empresário, tenta evitar vazar, já que é um processo trabalhista que volta e meia gera algum escândalo na mídia.
Atores e atrizes de TV estiveram para fazer propaganda do Carnaval de Salvador e fingir que eram fãs de axé-music. Mas se foram os "grandes tempos" em que jovens atores e atrizes ficaram no trio do Chiclete com Banana, com Bell Marques à frente, fingindo que eram chicleteiros enquanto, por trás de seus sorrisos amarelos, achavam a banda chata e Bell um "grande mala".
Claro que tais coisas nem Fabíola Reipert é capaz de divulgar, ela que chega mesmo a apostar na rivalidade de Ivete Sangalo e Cláudia Leitte, mas não pode ir longe nos bastidores do popularesco, que infelizmente possui boa conta em colunas desse tipo. Se fizesse, daria prejuízo e talvez sua coluna saísse do ar.
Há dúvidas que a axé-music permaneça de pé por muito tempo. O desgaste da grande mídia e dos barões do entretenimento em Salvador é grande, com sucessivos escândalos e incidentes. Pode ser que a queda seja adiada, mas a crise aos poucos se revela insustentável.
Não será a cobertura da grande mídia, que descreve uma falsa "democratização" do Carnaval (dos donos de blocos) de Salvador e, contraditoriamente, define o evento como um grande camarote vip, que resolverá essa crise, porque marketing nunca teve a ver com a realidade.
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