A farinha de mandioca produzida no Rio de Janeiro deixa muito a desejar. Mesmo a farinha fina ainda é grossa, e, desprovida de um sabor agradável, mais parece uma "areia comestível", que não faz diferencial nas mesas dos cidadãos.
Tudo é farinha "qualquer nota", só ganhando da farinha do Sul do país. A farinha de mandioca catarinense costuma parecer uma farinha de trigo ruim que ficou muito torrada, e que também não garante sabor nem tempero agradáveis à nossa mesa.
Experimente fritar uma farofa com a farinha de mandioca fluminense. O sabor fica insosso, uma "areia" com sal e óleo, com algum ranço de coisa queimada, como se quisesse imitar o sabor de um carvão sem ser necessariamente carvão ou alguma outra coisa queimada.
A farinha de mandioca do Nordeste, sobretudo da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, ganham muito em sabor. A forma com que a farinha é produzida nesses Estados é, em muitas vezes, artesanal, e o sabor da mandioca é notado quando se come farinha crua e pura, quando se vai ao mercado e pede ao vendedor que experimentemos sua farinha.
No Rio de Janeiro, com um processo industrial e pouco cuidado de manter as propriedades originais da mandioca, a farinha chega comprometida no mercado. A farinha crua é crua demais, a torrada tem um quê de algo queimado, e em ambos os casos falta sabor.
A farinha do Nordeste já vem semi-cozida, sem parecer queimada. Torna-se saudável, por não ser muito crua nem muito queimada. Mas, até quando, ao fazer uma farofa com farinha nordestina, parte dela se queime, mesmo assim ela fica bastante saborosa.
É preciso que se reveja o modo de fazer farinha no Rio de Janeiro. Deve ser feito um processo menos industrial, e que permitisse que se mantivessem as propriedades e o sabor da mandioca, além de ter um cuidado de, quando fazer uma farinha fina, que seja feita uma farinha realmente fina.
Em todo caso, a farinha fluminense deveria deixar de ser uma areia comestível para ser, de fato, farinha.
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