Jair Bolsonaro sinalizou, na sua campanha presidencial, que vai eliminar os direitos dos trabalhadores.
Com um discurso chantagista, ele fez uma ameaça às classes trabalhadoras: ou aceitam perder direitos, ou aceitam ficar sem emprego.
Ele não consegue ser sequer sutil, e chega a ser bastante grosseiro e bruto com tais declarações.
Tendo sido eleito presidente da República, Jair Bolsonaro adiantou sua intenção de extinguir o Ministério do Trabalho, o que realizou previamente, ao montar sua equipe ministerial.
Agora o Ministério do Trabalho está distribuído em três pastas, como uma área insignificante e sem a necessária interação entre os vários âmbitos do emprego.
Se vivo estivesse, um "médium espírita" muitíssimo adorado, que usava peruca, óculos escuros e ternos cafonas, acharia isso bom, porque, para ele, "todo ministério é do Trabalho, porque se dedica a uma ocupação dos brasileiros".
Parte das esquerdas ainda adora esse "médium", já falecido, mas ele defende uma pauta moral muitíssimo conservadora, cujas ideias se identificam, surpreendentemente, com o projeto político de Jair Bolsonaro.
O "médium" adoraria a pauta de Bolsonaro.
Trabalhar mais horas diárias? "O prezado irmão que se conforme, porque ele tem energias de sobra para servir o tempo que lhe couber".
Ter baixa remuneração? "O irmão precisa aprender a moderar seus gastos com o mínimo necessário e, assim, aprender também a se desapegar dos bens da matéria".
Flexibilização dos acordos trabalhistas? "A melhor lei trabalhista é a de Deus e a flexibilização permite um acordo entre irmãos".
E tem gente achando que esse "médium" é "socialista".
Pois é esse contexto todo que faz com que o Brasil se torne conservador e eventualmente deseje eliminar suas próprias conquistas históricas.
Jair Bolsonaro havia mencionado que os patrões "têm uma vida difícil".
Lembra aquele discurso da Cristiane Brasil meses antes, com o patronato reclamando porque os trabalhadores "têm direitos demais".
Os patrões, sugere o golpe político em vigor desde 2016, "estão loucos para dar emprego", mas dizem que "precisam reduzir encargos e outras condições de trabalho".
O presidente eleito quer ajudar o patronato e diz que pretende aproximar os trabalhadores formais dos padrões de informalidade.
Ou seja, o emprego que, dizem, vai "surgir aos montes" no governo do "mito" é, na verdade, um monte de "bico".
O que vai pegar de surpresa uma boa parcela de bolsonaristas que acha que o emprego seria uma "boa vida" cheia de selfies no Instagram, postagens engraçadas no WhatsApp e a utopia do trabalho-diversão das atividades intermitentes do Vale do Silício.
Até eles vão perder direitos e remunerações. E boa parte dos internautas que arrotavam reacionarismo em atos valentonistas e páginas ofensivas e difamatórias contra desafetos, portanto, terão também que cancelar suas gozações.
Isso porque eles terão que pegar no pesado, e não terão tempo para brincar nas redes sociais.
Quiseram eleger o "mito" e, agora, vão pagar a festa. Apenas uma pequena parcela de patrões viverá feliz, com seus abusos e sua vida nababesca.
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