A Amazon tem um serviço de publicação de livros que é o Kindle, que oferece não só livros digitais como permite a venda de livros impressos.
Meus livros estão sendo publicados na Amazon, mas eu tenho dificuldade de acelerar as vendas.
Um dos motivos é que o serviço de pagamento só inclui cartão de crédito, o que não é lá muito seguro.
Ultimamente, os maiores ataques de hackers envolvem cartões de crédito e redes sociais.
Em muitos casos, informações pessoais são roubadas visando o uso de cartões de crédito das vítimas.
O boleto bancário é uma opção "menos moderna", porém mais garantida.
Eu não canso de descer de minha casa para imprimir o boleto e pagá-lo no banco, enfrentando fila.
Mas me sinto mais tranquilo agindo assim. Terminado o pagamento, fico mais aliviado.
Muita gente me comentou que não compra livros da Amazon porque o portal de vendas não oferece o serviço de pagamento por boleto bancário.
Isso faz a freguesia sumir, e isso não é bom.
Afinal, a Amazon publica trabalhos independentes, como os meus, que não aparecem no mercado de best sellers, no qual existe o círculo vicioso de que um livro só será "mais vendido" se ele comprovadamente for um dos "mais vendidos".
Parece loucura, mas é isso mesmo: para fazer sucesso, tem que ter feito sucesso. Coisas do mainstream.
Se oferecesse o serviço de comprar livros pagando o boleto bancário, a Amazon aceleraria mais as vendas dos livros independentes e novos autores surgiriam para reaquecer esse tão debilitado mercado literário.
Infelizmente, o mercado literário está em crise. Embora isso envolva a queda nas vendas nas livrarias físicas, por si, ela se deve também ao fato de imperar a mediocridade.
A onda dos "livros para colorir", bastante supérflua - com o preço do papel, esse filão poderia ser restrito à impressão por computador caseiro, via pagamento e fora do âmbito dos "livros de não-ficção" - , abateu muito o setor.
A banalização dos youtubers e a ênfase numa literatura analgésica, que passasse longe da missão de transmitir conhecimento, também abateu o mercado literário.
E isso por culpa de uma parcela de leitores conservadores.
No Clube de Autores, por exemplo, onde antes publiquei meus livros, eu via que obras mais supérfluas tinham a preferência dos membros do clube.
Um tal de "Lili e Peteco na Disney" chegou a estar na lista de mais vendidos. E haja livros religiosos prometendo "histórias lindas". Conhecimento, que é bom, nada.
E é isso que anda abatendo o mercado literário, num contexto em que as redes sociais são marcadas pela burrice e pela imbecilização.
Se a Amazon, ao menos, criasse o serviço de compra de livros por pagamento em boleto bancário, se estimulará a projeção de autores independentes que têm dificuldade de entrar nesse mercado marcado de literatura analgésica.
Precisamos renovar a literatura com ideias e não com modismos.
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