O governo Jair Bolsonaro só está sofrendo crises e mais crises.
E também com gafes.
A futura ministra da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Alves, pode dar as mãos ao colega e futuro titular da pasta de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que de sério só tem o visual barbudo.
Damares, evangélica, disse num congresso realizado em sua igreja que viu Jesus Cristo subindo um pé de goiabeira.
Foi quando tinha dez anos de idade.
"Eu estava em cima do pé de goiaba e aconteceu algo extraordinário. Eu vi Jesus se aproximando".
Ela teria aconselhado a Jesus, na época, a não subir na goiabeira pois "ele não sabia" e "poderia se machucar".
A declaração gerou gozações nas redes sociais. Um meme mostrava uma pintura medieval com o rosto de Jesus e a frase, em fonte Impact: "Tenho mais o que fazer".
Enquanto isso, mais uma briga ocorre no PSL, apesar de Jair Bolsonaro apelar para seus membros se manterem unidos.
Dois deputados, um de São Paulo e outro de Minas Gerais, trocaram farpas.
O de São Paulo todo mundo conhece: o ex-ator Alexandre Frota, que acusou o colega Marcelo Álvaro Antônio, cotado para o Ministério do Turismo, de abrigar o lobista do setor farmacêutico, Saulo Meira, na equipe de transição dos governos Temer e Bolsonaro.
"Nunca tive qualquer tipo de informação que o ligasse a tal área. Até porque todos os membros da transição do Turismo fiz questão de submeter ao crivo da Advocacia-Geral da União (AGU)", afirmou o futuro ministro.
Mais ironia. Eu tenho um irmão chamado Marcelo e nos damos muito bem. Tanto que votamos em Fernando Haddad com as consciências tranquilas, pois não nos responsabilizaremos por esse desastre político que vem por aí.
A briga anterior, sabe-se, foi entre Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro, ambos deputados federais eleitos por São Paulo.
E falando em Eduardo, ele viajou à Indonésia para visitar uma prisão onde dois brasileiros presos por tráfico haviam sido condenados à morte. A Indonésia é um país onde se permite a pena de morte para traficantes de drogas.
Eduardo, voltando ao Brasil, declarou que defende a pena de morte para o crime de tráfico de drogas. Mas sabemos que isso é maneira de dizer. Pena de morte, no Brasil, se volta para as classes trabalhadoras e os pequenos ladrões.
Além do mais, os feminicídios, a pistolagem e as execuções nos subúrbios já fazem a função das penas de morte em todo o Brasil.
Sorte que não é Eduardo o presidente da República, mas seu pai, Jair, que, às vezes, tenta tomar cautela.
Ele repreendeu o filho, dizendo que a Constituição não defende a pena de morte.
Só um parêntese. A pena de morte, no Brasil, existe, mas somente para chefes do Executivo federal que declararem guerra a um outro país.
Fora isso, a pena de morte é proibida, e essa determinação está entre as cláusulas pétreas da Carta Magna, ou seja, não podem ser alteradas por emenda constitucional.
Jair enfatizou esse detalhe da cláusula pétrea, disse que a pena de morte não estava em suas promessas de campanha e afirmou que o assunto está "encerrado".
E isso com Jair Bolsonaro encrencado com o amigo e policial Fabrício José Carlos de Queiroz, que fez movimentações financeiras estranhas em benefício aos familiares do "mito".
Além disso, Jair anda comprando briga com a mídia hegemônica, ameaçando cortar verbas para a Folha de São Paulo, além de criticar Estadão e Globo.
Isso sinaliza com os sociopatas, que vivem uma relação ambígua com a mídia hegemônica que os educou, uma relação de amor e ódio.
Jair Bolsonaro esta semana fez apenas um flerte com o SBT, e foi ao aniversário de 88 anos de Sílvio Santos.
Enquanto isso, a pesquisa do Ibope mostrou que 75% dos brasileiros acham que Jair Bolsonaro "está no caminho certo" e 64% afirmaram que seu governo será "melhor para o país".
Foram ouvidas duas mil pessoas em 127 municípios, insuficiente para dar uma noção exata do que pensa o conjunto do povo brasileiro.
Mas a ditadura das pesquisas é que influiu nesse favoritismo todo, juntamente com as fake news do WhatsApp.
Ainda assim, é gente que parece acreditar em contos de fadas. Se o PT está fora do poder e a "ameaça comunista" deixa de existir, esses idiotas passam a querer caçar não comunistas, mas borboletas.
O nosso país ainda precisa largar de muitas ilusões.
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