A influenciadora digital Mariana Ferrer denunciou um caso ocorrido em 15 de dezembro de 2018 mas que só foi divulgado a partir de 2019.
Ela estava no clube de praia Cafe de La Musique, em Florianópolis, minha terra natal, curtindo uma noitada num local que ela achava ser seguro e tranquilo.
De repente, o jovem empresário André de Camargo Aranha puxou um papo, dopou a garota com drogas e a estuprou.
O ato em si já é abominável, mas a Justiça fez a coisa piorar mais ainda: absolveu o rapaz, por "falta de provas".
André é um ricaço da alta sociedade, filho de Luiz de Camargo Aranha, advogado das Organizações Globo e trabalha com marketing esportivo.
Ele é também visto ao lado de famosos como Gabriel Jesus e Ronaldo Nazário, o "Ronaldinho Fenômeno". Esteve também com Roberto Marinho Neto, herdeiro do grupo Globo.
O juiz Rudson Marcos, tentando dar uma alegação "técnica", explicou a absolvição com uma frase que soou cínica: "melhor absolver cem culpados do que condenar um inocente".
Isso porque exames médicos apontaram vestígio de conjunção carnal entre o rapaz e a garota, além de vestígios de sémen na calcinha dela.
Câmeras de seguranças e arquivos de print screen de conversas entre os dois foram mostrados à Justiça, que no entanto achou as provas "conflituosas". Claro, vai contra o prestígio social do "bom rapaz".
Ou seja, houve provas, sim. O problema é que, como André é muito rico, o juiz acatou as desculpas de que "ele nunca teve contato físico com a jovem".
Mariana não iria brincar mostrando seu rosto abatido. Não iria denunciar à toa. Ela, como toda vítima de estupro, passou a viver um trauma e terá que receber assistência psicológica, porque esse crime é extremamente chocante por atentar contra a integridade física de uma pessoa.
Afinal, as mulheres não estão disponíveis para qualquer homem, principalmente os machistas afoitos como o jovem ricaço.
Também, em ambientes como boates e casas noturnas, não há garantias de que as paqueras resultariam em relações saudáveis e harmoniosas. Esses locais não são paraísos de amor, como a grande mídia tanto alardeou.
Se bem que era direito de Mariana frequentar esses locais para se divertir. Só não é direito de André Aranha ter feito o que fez com ela, ainda mais saindo de fininho.
Devemos levar a sério denúncias desse tipo, porque é evidente o pavor, o horror e a profunda tristeza que mulheres sentem após serem estupradas.
Não raro elas passam a ter medo de andar na rua, até pelas humilhações que pode também sofrer de outros homens por "não levar um assédio na esportiva".
É revoltante, abjeto, repugnante uma atitude dessas de um fanfarrão que acha que pode fazer o que quer, desmentir depois e sair bem nessa, provavelmente pronto para mais um estupro.
Fica a minha solidariedade total e irrestrita à Mariana Ferrer e espero que ela consiga superar o episódio, mesmo com toda a dificuldade para esquecer uma experiência traumatizante como o estupro.
E fica também o repúdio total ao covarde André de Camargo Aranha, um símbolo dessa sociedade golpista e abusiva que se considera empoderada desde 2016.
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