A horda de fascistas digitais que, em janeiro de 2007, tentou fazer valentonismo digital (cyberbullying) contra mim no Orkut, defendia a gíria "balada", objeto dos ataques.
Eu escrevi que a gíria "balada" não era coisa de gente inteligente. Fiquei de explicar que a palavra segue a linha da "novilíngua", a precarização do vocabulário que George Orwell já narrava na sua distopia literária 1984.
Afinal, da gíria "balada" era um jargão clubber dos anos 1980 falada por jovens riquinhos (e hoje bolsonaristas) que contrariava o antigo sentido de música lenta e narrativa triste.
A gíria, na verdade um eufemismo para "rodada de pílulas alucinógenas", passou a ser usada para definir de apresentação de DJ a jantar entre amigos, além de festas noturnas em geral.
Só que a gíria não se popularizou como o ar que respiramos, como muita gente imagina.
Ela foi popularizada por Luciano Huck, então ligado à Jovem Pan FM de Tutinha Carvalho. Huck apresentava o Torpedo da Pan, que tinha outro programa, o Na Balada, divulgando a gíria.
Nos ataques digitais que eu recebi em 2007, percebi o comportamento surpreendentemente semelhante ao do "gabinete de ódio" do gado bolsonarista, embora vários internautas, de forma hipócrita e mentirosa, se autoproclamassem de "centro-esquerda".
Era época em que muitos futuros bolsomínions fingiram apoiar Lula, para atrair o apoio de internautas de esquerda e, chegado o momento oportuno (a partir de 2010), deixariam a máscara cair adotando um discurso de "decepcionado" com o PT que, no fundo, nunca apoiaram de verdade.
Tem gente que não acredita que a gíria "balada" é "patrimônio" de Tutinha e Huck. Mesmo nas esquerdas deslumbradas, acredita-se que a gíria surgiu espalhada pelo oxigênio. Quanta tolice.
Temos a realidade da novilíngua e a gíria "balada" foi apenas um teste para ver o nível de controle que a mídia venal, a partir do "consórcio" Jovem Pan - Rede Globo (e, como em efeito manada, por canais como a Rede TV!, Record e SBT e a Folha de São Paulo), exerce sobre a juventude.
Se essa gíria "balada", que considero estúpida, se propagou por toda a juventude, como uma "gíria do terceiro reich" que recusava a ter a efemeridade e o caráter grupal das gírias de verdade para se vender como "universal" e "acima dos tempos", então o poderio midiático atingiu tal objetivo.
A gíria "balada" tinha até esquema de marketing próprio, era alvo de mershandising nas novelas da TV. E qualquer escritor que quisesse se passar por "moderno" tinha que falar "balada" e não "festa", "galera" e não "turma".
Pois enquanto tem muita gente invocada nas esquerdas médias dizendo "eu falo 'balada' porque minhas amigas falam, minha tia fala, meu personal trainer fala", o poder midiático deita e rola nessa ingenuidade das esquerdas.
O grande mal das esquerdas é achar que o culturalismo conservador só existe no âmbito economicista, moralista e noticioso, quando o entretenimento, não apenas através de humorísticos, é o que mais revela armadilhas da mídia venal.
Pois o "pai" da gíria "balada", Tutinha Carvalho, dono da Jovem Pan, foi se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro e um empresário de rádio de Natal, Ênio Sinedino, para discutir o "futuro do rádio no Brasil".
Tutinha avisou que "não é chapa branca". Assim como os antigos reaças que me atacaram em 2007 eram "contra o imperialismo dos EUA".
E ele apenas "quer ver o Brasil dar certo". Como os milhares de "marx-cartistas" que se dizem "progressistas", mas pensam e agem como reacionários.
E Luciano Huck tendo aniversariado ontem com a certeza que as esquerdas que não o apoiam, ao concordarem com tudo o que ele apoia, acabarão elegendo ele ou o candidato que ele indicar em 2022.
Loucura, loucura, loucura.
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