FALA SÉRIO, VOCÊ DORMIRIA TRANQUILO COM GENTE GRITANDO NO SEU OUVIDO?
A postura complacente e ingênua dos brasileiros nos últimos tempos é tão gritante que essa conduta representa justamente a realização dos objetivos da ditadura militar e, sobretudo, de sua ferramenta mais rigorosa, o AI-5, por ironia objetivos realizados plenamente durante o terceiro governo Lula.
Sim, isso mesmo. Povo mediocrizado, subserviente, dotado de muita resignação e complacência. Uma verdadeira flanelização social, pois o que o pessoal faz é passar pano em quase tudo. Culpa do povo como um todo? Não. Na verdade, é uma multidão desavisada que acaba indo na onda da elite do bom atraso, a "boa" sociedade que um dia pediu um golpe contra João Goulart e hoje aceita Lula de maneira incondicional.
Notemos algumas situações. Uma editora de livros independentes tem sua página e seu perfil no Facebook invadidos por hackers evangélicos e ninguém percebeu coisa alguma. Não há denúncia formal, embora o comportamento da editora tivesse se transformado de maneira estranha, a ponto da conta de um usuário mostrar o perfil da conta de um outro. Apesar disso, as pessoas imaginam que tudo continua normalmente como, segundo o ditado popular, antes do quartel de Abrantes.
Há também o caso de um bairro da Zona Norte de São Paulo em que vizinhos tresloucados passam as madrugadas rindo em volume altíssimo, contando piadas sem graça que só eles acham engraçadas, expondo intimidades aqui e ali e fazendo algazarra na calada da noite. Quando alguém relata esse problema, há quem ache possível dormir tranquilo, mesmo quando o volume das gritarias e gargalhadas desse a impressão de que os vizinhos estão no mesmo quarto do morador incomodado.
Isso é assustador. É um estado de conformismo que não havia sequer nos tempos do AI-5, mas que, ironicamente, existe hoje em dia. Uma complacência, uma vontade de passar pano em tudo, de funqueiro comprando mansão até "médium" impostor que, de tão farsante, chegou a usar peruca enquanto se promovia com miseráveis humilhados enfrentando longas filas para receber a "maravilhosa caridade" de uns poucos mantimentos distribuídos por mês e que acabam em dois dias.
Com o comportamento que essas pessoas, em maioria, estão tendo, a ponto de abominar o senso crítico enquanto se esforça para aceitar qualquer barbaridade, transformando cada "novo normal" que o Brasil acumulou desde abril de 1964 numa espécie de Frankenstein fenomenológico, os generais de pijama podem dormir tranquilos.
Em outras palavras: com uma multidão tendo uma conduta tão passiva, alienada e complacente assim, até o DOI-CODI, se existisse hoje, piraria de tão entusiasmado, com Lula realizando os propósitos do AI-5 sem promover um ato repressivo ou torturador.
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