Ultimamente, com os erros de Lula e seus seguidores, a mídia progressista em geral passou a ser altamente criticável, por ter trocado o verdadeiro jornalismo por um panfletarismo cego em prol do petista, até por ser o ex-sindicalista o único com interesse para financiar a mídia alternativa, a exemplo do que Getúlio Vargas fez com a Última Hora de Samuel Wainer, em 1951.
No entanto, nada justifica a censura que o portal de vídeos YouTube fez ao remover vários vídeos do portal Brasil 247, sob a desculpa de que expressavam um hipotético "discurso de ódio". Foram cerca de 15 vídeos removidos pela plataforma.
Desconfia-se de que o YouTube tenha acolhido denúncias plantadas por algum bolsonarista, mas a própria plataforma é desigual e muito falha na avaliação de mérito moral dos vídeos que devem ser mantidos no ar ou removidos. Essa é uma grande falha do YouTube, que precisa aprender muito a respeito do que realmente é ofensivo ou não.
Eu mesmo tenho uma batalha na Internet - não acionei formalmente a Justiça, porque isso me tomaria tempo e dinheiro - contra dois vídeos ofensivos que agridem a admirável atriz, cantora e produtora Miranda Cosgrove, que está detalhado em um blogue que escrevi num inglês mais ou menos. Peço par que visitem essa página e divulguem para tudo quanto é gente, pois Respect Miranda Cosgrove precisa ser uma das páginas mais vistas na Internet.
Para quem não sabe, um canal chamado Músicos Cínicos. que usa língua espanhola, publicou duas postagens que agridem Miranda, baseados numa comparação bastante pejorativa de seu rosto com a aparência andrógina de Michael Jackson.
Embora não concordasse com a necessidade de ofender Michael, faria sentido que as ofensas fossem dirigidas a ele, pela obsessão em ser branco que o forçou a ser pseudo-roqueiro, a ter um visual andrógino, a ter uma personalidade pitoresca (certa vez ele parecia que iria jogar seu bebê pela janela), e a morrer pela fragilidade física por conta de um excesso de remédios.
Mesmo assim, eu respeito Michael, embora não visse o "gênio" que o viralatismo brasileiro insiste em fazer dele, seu trabalho era mais irregular que se pensa e, no conjunto da obra, ele era aquém de muito soulman que fez história na música dos EUA ou mesmo do Reino Unido. Apenas lamento Michael forçar a barra como falso roqueiro, fazer músicas lentas piegas, ter muito pretensiosismo e tornar-se um cantor e compositor medíocre já a partir de Thriller, mais mediano do que a maioria dos brasileiros pensa.
O alvo das ofensas é a coitada da Miranda Cosgrove, por conta de sua personalidade pacata que desagrada gente como os tais "músicos cínicos", que como todo calhorda têm apetite em idolatrar subcelebridades problemáticas, porque a falta de caráter digno desses caras prefere cultuar escândalos e polêmicas baratas, por não gostar dos verdadeiros valores humanos. Se fossem brasileiros, com toda a certeza os Músicos Cínicos seriam bolsonaristas.
Devemos lembrar que as ofensas contra Miranda Cosgrove são PESADAS. A atriz é dada como morta, enquanto hipoteticamente é Michael Jackson que estaria vivendo sob a identidade dela. A ofensa é claramente agressiva, o humor trabalhado é sem graça, mas os Músicos Cínicos têm a sorte de se manterem impunes. Por que será? Tem algum pistolão poderoso financiando eles?
O que assusta nesse tratamento desigual do YouTube é que a plataforma mantém os dois vídeos ofensivos: um com a imagem de Miranda cantando no estúdio, mas com o som de voz de Michael Jackson, em mixagem a capella, cantando "Billie Jeean". Outro é paródia da abertura do primeiro iCarly, editado de forma grosseira com imagens de Michael Jackson.
Isso porque o YouTube tem um método de "dois pesos, duas medidas". Os membros do YouTube se esquecem que, além de ofender Miranda Cosgrove, os Músicos Cínicos desobedecem as diretrizes do Termo de Serviço da plataforma. Afinal, os Músicos Cínicos utilizam, de forma ilegal, material de propriedade da CBS Viacom, através de imagens de Miranda Cosgrove e da estrutura original da abertura de iCarly. A CBS Viacom é dona do canal Nickelodeon, da MTV e da Paramount.
Vídeos mais respeitosos que usam material de propriedade autoral determinada são facilmente removidos pelo YouTube. Eu mesmo tentei mandar, no canal que eu faço correspondente ao perfil Brittany Murphy's Tribute, o vídeo de uma entrevista com Brittany Murphy, que o Showbiz Junkies cometeu a besteira de manter o vídeo com apenas um canal de áudio, só que corrigido por mim, com os dois canais (através do aplicativo Audacity). O YouTube removeu imediatamente.
Já houve acusações de muita gente que o YouTube mantém mensagens realmente ofensivas e caluniosas sob a desculpa de "liberdade de expressão", o que já gerou, em certos casos, verdadeiras batalhas judiciais de anos. E isso mostra o quanto a Big Tech, mesmo a que permite que nós mesmos usemos seus serviços, cometem erros muitíssimo grandes na avaliação do que deve ou não ser veiculado.
Não creio que o Brasil 247 publique mensagens de ódio aqui e ali. Os seus erros residem apenas num fanatismo quanto ao apoio de Lula e ao desprezo e até à desqualificação da Terceira Via, que chega, sim, a ser humilhada. Mas não se trata de uma "campanha de ódio" no sentido que se conhece do bolsonarismo, porque este apela para a defesa do armamento e para a apologia clara da violência física e dos danos morais.
Manifesto minha solidariedade com o Brasil 247, apesar de eu ter desistido de votar em Lula, pelos erros conhecidos neste blogue. Apesar de eu criticar os erros do 247, eles não justificam a censura do YouTube e deveriam ser todos mantidos, porque, mesmo com esses equívocos, a atividade do 247 tem um mínimo de responsabilidade e dignidade que agem de acordo com a liberdade de expressão. Por isso defendo que liberem os vídeos censurados do portal 247.
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