LULA MARQUETEIRO - FORJAR CLIMA DE FESTA É A RECEITA DA PROPAGANDA EFUSIVA DO PRESIDENTE LULA SOBRE SI MESMO.
Diferente dos dois governos anteriores, que até eram bons - embora longe de atingirem a grandeza da Era Vargas ou os promissores anos de Kubitschek - , o atual mandato de Lula é o mais medíocre, lembrando mais um governo neoliberal socialmente correto, com poucos êxitos e muito festejo.
O governo Lula virou o governo do marketing e o Brasil, sob suas mãos, acabou se tornando a "República do Instagram". Não se vê os tão festejados resultados grandiosos de seu governo na realidade, ao menos na forma como se diz por aí. Benefícios há, mas são muito poucos, a talvez até um governo de terceira via teria feito mais, diferente do que se vê no atual governo Lula, em que se espera e são prometidas grandes proezas, mas os resultados se tornam abaixo do desejado.
O que se nota é que Lula capricha nos artifícios que o fazem maior do que realmente é, e tudo isso é uma estratégia de Comunicação bastante habilidosa. Lula conta com a blindagem da mídia progressista, de jornalistas realmente talentosos mas que hoje estão no modo "focas amestradas" ("foca" é um jargão do Jornalismo que quer dizer "iniciante e deslumbrado", aplaudindo tudo como uma foca amestrada) e de internautas que ficam dando invertidas a questionamentos e ataques, como tenistas rebatendo tacadas de adversários.
Lula compra apoio para que as coisas se facilitem e o Destino consiga fazer todos os favores ao presidente da República. Lula é como um menino mimado, que agora quer ver todas as suas vontades atendidas, e isso ocorre sacrificando seus princípios, agradando a direita moderada seja que nome tiver, "frente ampla" ou "centrão".
Lula tornou-se um pelego. As classes trabalhadoras, fora da bolha das redes sociais lulistas, se sentem abandonadas pelo presidente. Eu vejo isso, na realidade concreta. Mas realidade não lacra Internet e o que importa é a ilusão, pois hoje o mundo virtual se impõe à realidade e o que há mais nas redes sociais é gente "isenta" querendo, com seus argumentos, fazer uma negociação entre o realista e o agradável (ao "isento" do plantão e seu bordão do tipo "eu até entendo os pontos apresentados (pelo questionador do momento), mas..."). Tudo para proteger suas impressões agradáveis das decepções do mundo real.
Por isso, Lula, por mais que faça coisas que estariam em desacordo com ele mesmo, se tivessem sido feitas nos tempos das lutas sindicais do ABC Paulista, tem que ser sempre o "mesmo sindicalista", o mesmo "esquerdão" que "só mudou para melhor" e ficou "mais experiente". Por mais que Lula inspire, pelo menos, três ou quatro mitos diferentes ("sindicalista", "governante competente", "ídolo dos identitários" e "neoliberal democrático"), a versão oficial tem que ser a do mesmo "filho de Dona Lindu" que continua "essencialmente o mesmo" de quando era torneiro mecânico, décadas atrás.
Tudo isso é garantido pelo próprio presidente da República, que para maquiar seu mandato medíocre e, seguramente, o mais fraco dos três, embora de todos o mais ambicioso, cria artifícios para forjar uma falsa grandeza, tudo para favorecer a propaganda pessoal de Lula, cada vez mais preocupado em alimentar o culto à sua personalidade, inaugurado por supérfluas viagens ao exterior, com direito ao próprio presidente brincar de ser "grande orador".
Vejamos algumas maquiagens do governo Lula:
1) FALSO HISTORICISMO - Com os jornalistas da mídia progressista agora brincando de serem historiadores, qualquer evento que envolve Lula e alguma atitude espetaculosa por parte dele, é considerado "histórico" sem que se desse tempo ao tempo. Afinal, nada se torna histórico porque ocorreu ontem, anteontem, ano passado ou há pouco tempo atrás. O juízo da História leva tempo e muitas atitudes "históricas" de Lula caíram no esquecimento, o que mostra que elas nada têm de históricas;
2) PROMOÇÕES DE TEMPORADA - Não se vê a real queda de preços no atual governo Lula, da mesma forma que a queda de juros da dívida pública ocorre de modo lento e medíocre (culpa das viagens do presidente, que descuidou da política interna e só cutucou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, da boca para fora). O que se vê é uma queda momentânea que parece promoção de temporada, ou a retomada de preços anteriores ao governo Bolsonaro. A cesta básica só ficou farta para a classe média abastada, a burguesia de chinelos que finge de "pobre" para obter lacração;
3) SUPOSTAS PESQUISAS ESTATÍSTICAS - Na boa, você já foi entrevistado por algum pesquisador de opinião? Quase ninguém, mas temos que fingir que essas pesquisas existem, que cerca de duas mil pessoas que ninguém viu aqui nem acolá responderam as pesquisas e esse punhado de gente seria uma "amostra fiel" de todos os brasileiros. Mas tudo isso é faz-de-conta, mas significa um meio de alimentar a popularidade de Lula, através de supostos levantamentos de aprovação a seu governo, da mesma forma que as supostas pesquisas também alimentaram a vitória eleitoral durante a campanha presidencial;
4) CLIMA DE FESTA - Se reconstrói um país devastado com clima de festa? Não. Mas Lula insiste em forjar esse clima, criando um clima de exaltação de ânimos, principalmente de um público mais jovem e desavisado, tão jovem que nem a Era Collor vivenciou, quanto mais os períodos de Vargas, Kubitschek e Jango. Esse clima de festa Lula trabalha para alimentar sua popularidade e promoção pessoal, para anestesiar o público e dar a falsa impressão de prosperidade já conquistada, mesmo que um discurso vago não consiga afirmar se nosso país foi reconstruído ou está a se reconstruir em breve;
5) CERIMONIALISMO - Os opositores costumam dizer que Lula nunca sai do palanque de campanha. Lula faz discurso, brincando de ser orador, e seleciona "representantes" das classes populares para encenar em eventos, como criancinhas em peças escolares. Desde a posse do atual mandato, em que estranhamente Dilma Rousseff não foi convidada para entregar a faixa presidencial (o que indica fortemente que Lula e Dilma estão brigados), Lula chama negros, indígenas, operários, catadores de lixo, sem-teto para aparecerem em cerimônias, como se isso fosse um espetáculo e um ritual, não a realidade;
6) POLÊMICAS - Lula fala demais, e fala mais do que age. A sabedoria nos diz que quem age mais fala menos, e Lula anda agindo muito pouco no seu atual mandato, ao passo que, nos anteriores, ele ainda mostrava um trabalho de gestor da coisa pública. E aí Lula faz declarações de forte apelo populista, incluindo declarações "capacitistas" e afrontas a nações estrangeiras - como contrariar posições dos EUA durante discursos no exterior - , e causando polêmica na mídia opositora, obtém visibilidade e motiva seus aliados a rebaterem as controvérsias.
7) CANETADAS - Lula também cria um artifício para dizer que está "governando", assinando medidas paliativas ou mesmo as aparentemente grandiosas, mas que não refletem na vida de brasileiros, como os velhos truques do "milagre brasileiro", quando grandes somas de dinheiro são investidas e o superávit financeiro acontece, mas os resultados não chegam nas casas dos mais pobres;
Essas são as principais maquiagens de um governo que se utiliza de muita retórica, propaganda, encenações, dados numéricos e outros truques para forjar uma grandeza que não existe, já que Lula hoje não é sequer a sombra do líder progressista que havia sido. Hoje Lula é apenas uma embalagem, não é mais uma ideia, mas tão somente uma mascote da burguesia brasileira.
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