É ESSE O PESSOAL QUE VAI VOTAR EM LULA PARA "COMBATER A FOME" NO BRASIL?
Já vi no São Gonçalo Shopping, no Niterói Bay Market, e agora vejo também aqui em São Paulo. De forma vergonhosa, pessoas deixam muita comida nos pratos, em completa demonstração de desrespeito humano e falta mesmo de algum nível de consciência de si mesmos.
Dizem que é "chique" deixar comida no prato, e sair na pressa, enquanto porções de feijão e batata-frita ficam pegando ar até que um funcionário jogue essa comida no lixo, quando ela poderia servir para uma marmita para ser distribuída a algum pobre.
É triste e vexaminoso isso tudo. Gente apressada, almoçando apenas um pouquinho de comida, sem terminar todo o cardápio fornecido. Jogam conversa fora, com as piadinhas de sempre - nunca vi tanto brasileiro querendo bancar o comediante nas ruas das grandes cidades - , talvez mais preocupados em completar seu comentário supérfluo sobre assuntos como o futebol do que em completar a ingestão de alimentos.
É esse o pessoal tido como "gente bem", a classe média variando entre suburbanos emancipados e farialimeiros descolados, que está paranoica em ver Lula vencendo as eleições na marra, de preferência atropelando a concorrência não-bolsonarista, usando como uma das desculpas o "combate à fome".
Que "combate à fome"? Jogam comida fora, enquanto miseráveis, sejam eles localizados na Av. Ernâni do Amaral Peixoto, no Centro de Niterói, ou no mergulhão entre a Rua da Consolação e a Av. Paulista, aqui em São Paulo, ou em qualquer outro lugar, ficam choramingando por falta de comida.
Eu passei recentemente pelos Jardins e um morador de rua vasculhando o lixo chorava muito de desolação. E isso próximo ao restaurante onde fotografei com a comida desperdiçada, embora em situações bastante diferentes e eu sem tempo para socorrer, porque estava a caminho do trabalho.
Essa "gente bem" que nunca sofreu sob Temer e sob Bolsonaro agora fala em Lula como se ele fosse o único a competir à Presidência da República contra o atual presidente. Não, não é. Se Lula é melhor ou não - ultimamente, no entanto, o petista está decepcionando, e muitíssimo - , isso não o faz querer ser o único a vencer. Tem que dar chance a outros candidatos. Quem quer recuperar a democracia que dê seu exemplo, respeitando-a, em vez de fazer a "democracia de cabresto".
Quanto à classe média que fala em "ou Lula ou nada", deveria ter um pingo de humildade e verificar o que elas realmente são, porque elas só pensam em pobre quando a intenção é lacrar na Internet. Essas pessoas nunca sofreram de verdade, nunca sentiram o choro e o berro revoltado de um morador de rua. Nunca sentiram a violência que atinge de favelados cariocas a ativistas do Norte do Brasil, e vivem de memecracia ao som de "Acorda, Pedrinho".
Fica muito fácil viver de lacração, ganhando dinheiro com a vida politicamente correta do Brasil-Instagram, enquanto que, na hora do almoço, pede comida demais para depois jogar boa parte dela fora, com a indiferença de quem vive na pressa de encarar mais horas e horas de mesmice.
Para eles, pouco importa se Bolsonaro vai ser reeleito ou não. Mas pega bem na lacração digital ficar querendo Lula a qualquer preço, ainda que cozido pelo chuchu neoliberal de Geraldo Alckmin. A verdade, porém, é que esse pessoal sempre foi feliz sob Temer e Bolsonaro, no seu mundo cor-de-rosa, enquanto os miseráveis vivem o pesadelo diário do dia a dia. E Lula lá jantando em eventos caros com o empresariado.
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