"Tatuagens são divertidas até deixar de serem", escreveu Tallulah Willis, uma das filhas de Demi Moore e Bruce Willis, que resolveu remover as tatuagens de seu corpo.
Ela fez uma cirurgia a lazer para remover sua primeira tatuagem no braço esquerdo.
Segundo Tallulah, tatuar o corpo foi uma imaturidade. Atualmente com 26 anos, ela disse a um fã que, na época em que começou a tatuar, tinha 20 anos e era "impulsiva", além de não compreender o que significava a palavra "permanente" naquele tempo.
A irmã Rumer Willis, conhecida pelo filme Casa das Coelhinhas (House Bunny), também havia removido uma tatuagem de leão em seu braço. A etapa da remoção ainda deixou vestígios da antiga tatuagem, conforme se vê em foto publicada pelo portal Just Jared.
Rumer comentou a respeito do seu caso:
"É horrível, é horrível. Tenho muita sorte que muitas das minhas tatuagens enormes eram super leves - mas quando as pessoas disseram que (a cirurgia de remoção) doía, eu simplesmente não fazia ideia. Eu meio que tive um momento em que, você sabe, eu consegui muitas tatuagens quando era muito jovem e tenho sorte de viver em um tempo que é muito acessível poder retirá-las. No entanto, isso (tatuagens) não me fazia mais sentir eu mesma, então eu pensei em mudar isso".
As duas estão começando o trabalho de remover tatuagens, o que deve se concluir dentro de algum tempo, incluindo o desaparecimento de cicatrizes.
No Brasil, a remoção de tatuagens ocorre timidamente entre os famosos.
A cantora e musa fitness Kelly Key anunciou apenas que removeu algumas tatuagens.
O caso mais convicto, até agora, foi da ex-vice-Miss Bumbum, Andressa Urach, hoje evangélica, que está, aos poucos, removendo as inúmeras tatuagens de seu corpo.
No entanto, a onda de hedonismo trash que ocorre no Brasil, sob a desculpa da "liberdade do corpo", mantém a supremacia dos corpos tatuados como suposta autoafirmação pessoal.
Tatuar o corpo nunca foi exatamente uma forma de transgressão. Era apenas uma "transgressão" na imaginação da pessoa narcisista que achava que iria mudar o mundo pintando o próprio corpo.
Mas a banalização das tatuagens faz com que seu caráter conservador, no fundo sempre latente, se tornasse cada vez mais explícito.
É ilustrativo que as pessoas se tatuam mais em cenários políticos conservadores.
Pelo menos é o que indica a comparação dos tempos do Macartismo e do golpe político de 2016.
Será que as pessoas que se tatuam são ressentidas? Ou são incapazes de manifestar pela alma o que preferem manifestar pelo corpo, como afeições e ideias compartilhadas.
Em todo caso, o que mais se vê de gente cheia de tatuagens não é lá de alto nível: subcelebridades, milicianos, bolsomínions, ou alguns esquerdistas festivos e pouco conscientizados.
Há também alguns esquerdistas esforçados que se tatuam muito, mas são exceções à regra.
No grosso, tatuar o corpo é uma coisa cafona, brega, antiquada.
Mas andaram falando que "moderno" é ser cafona, como a sagrada intelligentzia retratada no meu novo livro, ESSES INTELECTUAIS PERTINENTES....
Eu prefiro ver preconceito em pessoas que apelam para o "mau gosto" para incomodar hipotéticas patrulhas estéticas.
Afinal, o preconceito dessas pessoas "hedonistas" está nelas mesmas, no suposto prazer de ficarem fora de forma, fumar, consumir maconha, ouvir músicas ruins etc.
É um falso prazer, que só serve para incomodar o outro, e faz com que até certas militantes "identitaristas" tidas como "de esquerda" gritem histericamente com sotaque bolsomínion: "Eu sou livre! Meu corpo, minhas regras!".
E isso se nota com as tatuagens, em que a coragem de tatuar muito o corpo é proporcionalmente inversa ao medo de removê-las, quando a onda do corpo tatuado passar.
E a onda do corpo tatuado está passando, e 2020 trará muitas surpresas aqui no Brasil.
Não vai dar para a pessoa usar a desculpa do vitimismo, se dizer "atingida pelo preconceito", para proteger zonas de conforto.
O pior preconceito é a falta de autocrítica que certas pessoas têm em relação a si mesmas.
É fácil acusar a sociedade de preconceituosa, mas a pessoa que clama pelo fim do preconceito é que é a mais preconceituosa, e, o que é pior, contra si própria.
O que é o prazer? O que é a liberdade? O que é o empoderamento?
Pelo menos vemos que, lá fora, surgem exemplos, como o caso impressionante das irmãs Tallulah e Rumer Willis, que decidiram remover as tatuagens quando cada uma passou a se conhcer melhor, individualmente.
E aí elas aderiram ao verdadeiro Corpo Livre. A meta de um corpo livre de tatuagens.
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