O jornalista Pedro Bial deu uma amostra de neurótico reacionarismo, durante uma entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, de Porto Alegre.
Ele fez críticas grosseiras e jocosas ao documentário Democracia Em Vertigem, de Petra Costa, que fala sobre o golpe político de 2016.
Bial classificou o filme como "insuportável" e que caiu nas gargalhadas ao vê-lo.
Ele classificou a voz de Petra, também narradora do filme, de "miada", e ridicularizou a sua narrativa, dizendo que "chora o tempo todo no filme".
"É um filme de uma menina dizendo para mamãe dela que fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens e a inspiração de mamãe, somos da esquerda, somos bons, não fizemos nada, não temos que fazer autocrítica", disse Bial.
Ele acrescentou com uma ironia: "Foram os maus do mercado, essa gente feia, homens brancos que nos machucaram e nos tiraram do poder, porque o PT sempre foi maravilhoso e Lula é incrível".
Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, comparou Pedro Bial a Alexandre Garcia, este um bolsonarista assumido. Mas Bial, aparentemente, joga no time dos centro-direitistas, da direita "civilizada" que sonha com Luciano Huck na Presidência da República.
Aliás, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, sob o (des)governo de Jair Bolsonaro, cujo titular, Fábio Wajngarten, está encrencado na Justiça, fez campanha contra Petra no perfil oficial do órgão.
Violentamente, a SECOM acusou Petra de "ser militante anti-Brasil" e "prejudicar a imagem do país no exterior".
Pedro Bial tentou soprar depois de morder e disse que Petra "é uma ótima cineasta" mas "pisou feio" por ter feito uma "ficção alucinada".
O apresentador do Conversa Com Bial e membro-fundador do Instituto Millenium, chegou a fazer parte da instituição conservadora que lutou pela queda de Dilma Rousseff.
Bial também escreveu uma biografia elogiosa do patrão Roberto Marinho.
Durante anos, Bial também apresentou o Big Brother Brasil, que se define como um reality show.
Ficção alucinada é o BBB que Bial se orgulha em ter apresentado. E que tem mais uma edição, com os factoides e os escândalos fabricados de sempre.
Fica minha solidariedade à Petra e que espero que o documentário vença o Oscar, para dar uma lição a esse umbiguismo que prevalece no Brasil.
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