Pular para o conteúdo principal

MAURÍCIO VALLADARES, RÁDIO CIDADE E EPISÓDIOS SURREAIS

MAURÍCIO VALLADARES, O FALECIDO ALEX MARIANO E O LOCUTOR POP DEMMY MORALES.

Em 2016, quando a Rádio Cidade "roqueira" enfrentou mais um hiato, o locutor pop Demmy Morales (da mesma escola de Emílio Surita, da Jovem Pan), fez mais um lamento.

Demmy deu aquele mesmo papo, de que a Rádio Cidade "deu duro para fazer sua programação", mas a emissora teve que sair do ar, por crise financeira, queda de audiência etc etc.

E aí Maurício Valladares foi passar pano nesse lamento, como tantos que, desde os anos 1990, passaram a passar pano (quanto verbo "passar") na canastrice da Rádio Cidade no segmento rock.

Eu escrevi uma mensagem para Mau Val, no Facebook, com o seguinte comentário: "melhor do que um roqueiro de jaqueta, é um pseudo-roqueiro de jaqueta".

Está na cara que a Rádio Cidade nunca foi rádio de rock de fato nem de direito e sua equipe, salvo um ou outro, é formada de locutores pop, sem vínculo com rock e, muito provavelmente, nem gostam mesmo do gênero.

É aquilo que Luiz Antônio Mello, que comandou a Fluminense FM, definia como "profissionais de rock". Gente cujo envolvimento com rock é medido pelo cartão de ponto do trabalho.

Demmy Morales veio daquela turma de radialistas e DJs cariocas dos anos 1990 que se dividiu entre derrubar a Fluminense FM e transformar a Rádio Cidade num pastiche (bem pop, diga-se de passagem) de rádio rock.

Temos que chamar atenção para isso.

De um lado, Marcelo Arar, Mário Bittencourt, DJ Orelhinha e DJ Saddam (descobridor de Kelly Key), foram montar a programação da Jovem Pan Rio / Jovem Rio.

De outro, Rhoodes Dantas, Paulo Becker e Demmy Morales foram montar a programação supostamente rock da Rádio Cidade. 

Tudo uma turma só, que achava apostar no "novo" no rádio FM carioca, nos anos 1990.

Lembremos que Rhoodes é suspeito de ter indicado a Fluminense FM para os DJs de pop dançante desmontarem sua programação. Algo como jogar a emissora aos tubarões.

Hoje muita gente pensa que Demmy Morales é roqueirão da pesada, mas ele fazia parte desse grupo de DJs da Zona Sul carioca que se dividiram entre as duas rádios.

E aí Maurício Valladares adotou uma postura incoerente. Lembremos de uma antiga entrevista na qual o radialista que comandou o Rock Alive da Fluminense FM havia espinafrado a emissora, em 1985.

Sabe-se que Mau Val é o pioneiro na cultura do "não-rock" (ver vídeo meu a respeito) e, apesar do nome, Rock Alive tocava não só rock, mas outros gêneros, incluindo soul e reggae. Já ouvi, certa vez, Clementina de Jesus sendo tocada no programa.

E aí, já sem Luiz Antônio Mello na Flu FM - em 1985, a Rádio Cidade comprou o passe de vários profissionais da antiga Maldita - , Mau Val um dia apareceu na rádio niteroiense para produzir mais uma edição do Rock Alive.

Vejamos o que Mau Val disse da Fluminense dessa época:

"Valladares: Isso é uma coisa engraçada. Hoje se você pegar qualquer pessoa no Rio e perguntar: “O que foi a Fluminense?” Ela vai dizer: “Fluminense foi uma rádio do caralho, lançou Paralamas, tocava Gregory Issacs, Lee Perry…Mas não era isso. A Fluminense tocava Supertramp, James Taylor. A excessão se tornou, na história, a imagem da rádio. A Fluminense nunca tocou, por ela, Thompson Twins. Isso era uma briga minha, da Liliane, do Serginho. Outro dia eu ouvi o Barone dizer na MTV: “A Flu era a rádio que tocava Specials”. Tocava entre 500 outras merdas. Aí, em 85, eu disse que a gente precisava de um projeto diferente. E a gente pensou em fazer uma rádio de black music. O caminho era da música negra".

"Valladares: Então a gente pensou em mudar a programação em 70%. De Aretha Franklin a Fela Kuti e música brasileira. Aí um dia eu vejo o Alex Mariano fazendo o que seria a nova programação: Genesis pra lá, James Taylor pra cá, um Issac Hayes no meio, Água Brava, Sangue da Cidade. Eu disse: “Alex, não estou entendendo. Isso não leva a lugar nenhum”. Ele disse que a programação ia ser aquela, rolou uma pancadaria violenta. Depois, quando eu cheguei pra fazer o meu programa ele disse: “Não vai ter programa não”. Então foda-se. Fui embora. Outras pessoas tentaram fazer algumas coisas legais. Mas a rádio entrou naquele espírito de emburecimento das pessoas…ROCK AND ROLLLLLL…que não leva a lugar nenhum".

Certo, certo. Mas o problema é que o pessoal também fala maravilhas do projeto "anti-rádio" da 89 FM de São Paulo e também não foi essa maravilha toda. Não tocava Violeta de Outono, Violent Femmes, Frank Zappa e Akira S o tempo todo.

A 89 FM dos primórdios (1985-1987), a única fase da rádio próxima de alguma dignidade, tocava mesmo era Duran Duran, Depeche Mode, Kid Abelha, Eurythmics.

Era um Akira S para cada 500 Kid Abelha, um Violent Femmes para cada 1000 Duran Duran. A verdade era essa.

Imagine então depois que a 89 FM assumiu a mentalidade pop que a dita "rádio rock" desempenha até hoje, com Zé Luís ensinando sua filha Manu Gavassi a ouvir pop convencional, com o radialista "do balacobaco" se despindo da máscara de pretenso "roqueirão".

E também falam mil maravilhas da Rádio Cidade, que nos anos 1990 não tinha coragem de tocar sequer o Beck Hansen, sucesso na MTV Brasil, enquanto que a Fluminense FM dos anos 1980 tocava os seminais XTC, Teardrop Explodes, Monochrome Set e Weather Prophets.

E aí temos o lado incoerente: quando foi transmitido pela Rádio Cidade, o Ronca Ronca, "neto" do Rock Alive e "filho" do Ronca Tripa, não foi muito além do que um clone do Novas Tendências de José Roberto Mahr.

Não digo que o Mau Val vá brigar com os locutores da Rádio Cidade, mas não dá para forjar cumplicidade com eles.

Se a Fluminense FM cometeu seus pecados, não é a Rádio Cidade que será santificada por ter cometido erros um milhão de vezes piores.

O Brasil tem uma mania terrível de passar pano em oportunistas e canastrões só porque pessoas bem mais talentosas e sinceras cometeram algum deslize.

Ontem o prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella, foi preso por possível esquema de corrupção. Tudo bem. Mas Eduardo Paes também fez horrores e ele é santificado até pelas esquerdas.

Foi com este raciocínio que as esquerdas passaram a demonizar a MPB autêntica - guiados pelo canto-de-sereia dos intelectuais "bacanas' - e apoiar o "funk" que apunhalava as esquerdas pelas costas, ao comemorar seu sucesso abraçados aos barões da mídia.

O próprio Mau Val também passa pano no "funk", mas isso é outra história.

O que vemos aqui é que se reclamava quando a Fluminense FM se reafirmava como rádio de rock, mas quanto à Rádio Cidade, com um desempenho que, descontando alguns programas específicos, sempre foi ruim, o pessoal fica endeusando, passando pano etc.

Será que é por causa do poderoso departamento comercial, por haver "peixes grandes" por trás dessa emissora que, como rádio de rock, nunca foi mais do que uma grande canastrona?

Será que é para abocanhar algum horário no fim de noite para botar um programa de rock autêntico nos 102,9 mhz só para as corujas e os vagalumes ouvirem?

Sinceramente. Ver a jaqueta de couro que não existiu num radialista da Flu FM e botá-la num locutor nada roqueiro da Cidade FM é o suprassumo do surrealismo, com episódios surreais que soam como se Luís Buñuel tivesse dirigido o filme Airheads.

Pior do que um roqueiro de jaqueta, é um pseudo-roqueiro de jaqueta. Simples assim.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

FOMOS TAPEADOS!!!!

Durante cerca de duas décadas, fomos bombardeados pelo discurso do tal "combate ao preconceito", cujo repertório intelectual já foi separado no volume Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , para o pessoal conhecer pagando menos pelo livro. Essa retórica chorosa, que alternava entre o vitimismo e a arrogância de uma elite de intelectuais "bacanas", criou uma narrativa em que os fenômenos popularescos, em boa parte montados pela ditadura militar, eram a "verdadeira cultura popular". Vieram declarações de profunda falsidade, mas com um apelo de convencimento perigosamente eficaz: termos como "MPB com P maiúsculo", "cultura das periferias", "expressão cultural do povo pobre", "expressão da dor e dos desejos da população pobre", "a cultura popular sem corantes ou aromatizantes" vieram para convencer a opinião pública de que o caminho da cultura popular era através da bregalização, partindo d

ALEGRIA TÓXICA DO É O TCHAN É CONSTRANGEDORA

O saudoso Arnaldo Jabor, cineasta, jornalista e um dos fundadores do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC - UNE), era um dos críticos da deterioração da cultura popular nos últimos tempos. Ele acompanhava a lucidez de tanta gente, como Ruy Castro e o também saudoso Mauro Dias que falava do "massacre cultural" da música popularesca. Grandes tempos e últimos em que se destacava um pensamento crítico que, infelizmente, foi deixado para trás por uma geração de intelectuais tucanos que, usando a desculpa do "combate ao preconceito" para defender a deterioração da cultura popular.  O pretenso motivo era promover um "reconhecimento de grande valor" dos sucessos popularescos, com todo aquele papo furado de representar o "espírito de uma época" e "expressar desejos, hábitos e crenças de um povo". Para defender a música popularesca, no fundo visando interesses empresariais e políticos em jogo, vale até apelar para a fal

PUBLICADO 'ESSA ELITE SEM PRECONCEITOS (MAS MUITO PRECONCEITUOSA)'

Está disponível na Amazon o livro Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , uma espécie de "versão de bolso" do livro Esses Intelectuais Pertinentes... , na verdade quase isso. Sem substituir o livro de cerca  de 300 páginas e análises aprofundadas sobre a cultura popularesca e outros problemas envolvendo a cultura do povo pobre, este livro reúne os capítulos dedicados à intelectualidade pró-brega e textos escritos após o fechamento deste livro. Portanto, os dois livros têm suas importâncias específicas, um não substitui o outro, podendo um deles ser uma opção de menor custo, por ter 134 páginas, que é o caso da obra aqui divulgada. É uma forma do público conhecer os intelectuais que se engajaram na degradação cultural brasileira, com um etnocentrismo mal disfarçado de intelectuais burgueses que se proclamavam "desprovidos de qualquer tipo de preconceito". Por trás dessa visão "sem preconceitos", sempre houve na verdade preconceitos de cl

OS CRITÉRIOS VICIADOS DE EMPREGO

De que adianta aumentar as vagas de emprego se os critérios de admissão do mercado de trabalho estão viciados? De que adianta haver mais empregos se as ofertas de emprego não acompanham critérios democráticos? A ditadura militar completou 60 anos de surgimento. O governo Ernesto Geisel, que consolidou o Brasil sonhado pelas elites reacionárias, faz 50 anos de seu início. Até parece que continuamos em 1974, porque nosso Brasil, com seus valores caquéticos e ultrapassados, fede a mofo tóxico misturado com feses de um mês e cadáveres em decomposição.  E ainda muitos se arrogam de ver o Brasil como o país do futuro com passaporte certeiro para ingressar, já em 2026, no banquete das nações desenvolvidas. E isso com filósofos suicidas, agricultores famintos e sobrinhos de "médiuns de peruca" desaparecendo debaixo dos arquivos. Nossos conceitos são velhos. A cultura, cafona e oligárquica, só defendida como "vanguarda" por um bando de intelectuais burgueses, entre jornalist

TRINTA ANOS DE UMA NOVELA DA PESADA

A PRIMEIRA VERSÃO DE A VIAGEM  "PRESENTEOU" OS FUNCIONÁRIOS DA TV TUPI COM A FALÊNCIA DA EMISSORA. Triste país em que executivos de TV e empresários do entretenimento montam uma falsa nostalgia, forjando valores e fenômenos falsamente cult  para enganar as novas gerações, que levam gato por lebre com esse pseudovintage feito para lacrar nas redes sociais. Vide a gourmetização da mediocridade musical com, por exemplo, Michael Sullivan, Chitãozinho e Xororó e É O Tchan, nomes que deveriam cair no esquecimento público, pelas obras deploráveis que fizeram. Na dramaturgia, a coisa não é diferente num país em onde Caio Ribeiro, Luva de Pedreiro e um tal de Manoel Gomes (do sucesso "Caneta Azul") são considerados cult  e hit-parade  é confundido com vanguarda, qualquer coisa pode ser alvo dessa "nostalgia de resultados " que transforma o Brasil no Olimpo da idiotização cultural. A coisa chega ao ponto de uma novela infeliz, com temática mais medieval do que Game

LULA, O MAIOR PELEGO BRASILEIRO

  POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, LULA DE 2022 ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE FERNANDO COLLOR O QUE DO LULA DE 1989. A recente notícia de que o governo Lula decidiu cortar verbas para bolsas de estudo, educação básica e Farmácia Popular faz lembrar o governo Collor em 1991, que estava cortando salários e ameaçando privatizar universidades públicas. Lula, que permitiu privatização de estradas no Paraná, virou um grande pelego político. O Lula de 2022 está mais próximo do Fernando Collor de 1989 do que o próprio Lula naquela época. O Lula de hoje é espetaculoso, demagógico, midiático, marqueteiro e agrada com mais facilidade as elites do poder econômico. Sem falar que o atual presidente brasileiro está mais próximo de um político neoliberal do que um líder realmente popular. Eu estava conversando com um corretor colega de equipe, no meu recém-encerrado estágio de corretagem. Ele é bolsonarista, posição que não compartilho, vale lembrar. Ele havia sido petista na juventude, mas quando decidiu votar em Lul