É certo que tem gente que não vai ler Esses Intelectuais Pertinentes por questão de escolha. Desses prefiro não falar nesta postagem.
Mas tem gente que não vai ler este livro, disponível na Amazon, por medo.
Preferem ficar nas suas zonas de conforto literárias, best sellers que não trazem Conhecimento, servindo apenas para um entretenimento vazio e analgésico.
Há as florestas para colorir em que leitores se perdem à procura de algum sentido, antes de se darem conta que precisam usar os lápis de cor para colorir as figuras nessas obras supérfluas de "não-ficção" (?!).
Há os cavaleiros medievais atormentados, à procura do enigma da medalha da vovozinha ou do segredo da espada de piroca.
Há os youtubers de quinta categoria que prometem tutoriais de coisa nenhuma.
Há as escolas de vampiros onde Paulo Freire não precisa entrar, porque não há necessidade. A única lição a ser aprendida é morder os pescoços de outras pessoas e como fugir de dentes de alho.
E os livros de auto-ajuda e as "lindas estórias" de "médiuns" que produzem literatura fake e são glorificados por uma caridade tão fajuta quanto a de Luciano Huck.
Enfim, literatura na qual o verbo Saber não dá um único sinal de existência.
A maioria dos best sellers segue, infelizmente, aquele ditado: "Eu não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe".
Há exceções, é claro, mas, infelizmente, por dois motivos: a visibilidade de um escritor competente, ou a exigência da leitura de obras do tipo para concursos públicos e provas do ENEM.
Mas não falo isso por ciúme por não ver Esses Intelectuais Pertinentes sendo vendido.
Escrevo isso com calma. O problema, sim, está num Brasil extremamente confuso, atrasado e acomodado.
O que esperar de um país em que considerável parcela de homens resolve a bala ou facada os problemas conjugais com as mulheres e que pouca gente consegue entender a diferença entre objetificação do corpo feminino e empoderamento feminista?
Ou de um país que acha que o antiquado seriado Chaves-Chapolin é "humor de vanguarda"? Ou acha que o "funk" é o gênero mais genial da música brasileira?
Ou um país em que mulheres acham "liberdade" encher o corpo de tatuagens, apesar disso ser reflexo da obsessão em parecer diferente e do ato de tatuar ser o único contexto aceitável em que outros homens podem interferir nos corpos femininos?
Ou de um país que elegeu Jair Bolsonaro e sente dificuldades em tirar ele do poder?
Para quem fica parado procurando palavras relevantes em livros para colorir e acha os romances de Minecraft a melhor coisa da literatura brasileira desde o Machado de Assis muito bajulado e pouco lido, faz sentido.
Lembremos que mesmo os grandes escritores tinham dificuldades iniciais para vender suas obras. Se bem que o êxito demorava bem menos: não havia a mediocrização cultural que assola o país há, pelo menos, trinta anos.
Lanço livros desde 2014, apesar de vários deles serem coletâneas de escritos que iniciei desde 1987 (poemas) e 1996 (prosas de qualquer natureza).
Meus livros de maior sucesso são Música Brasileira e Cultura Popular em Crise, de 2015, e Anos 90: Modernidade de Cabeça para Baixo, baseado em tese de fim de curso na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia.
Este livro também é de 2015. A tese é de 1999 e alterei drasticamente o texto e a linguagem por duas vezes: 2004 e 2015, inserindo muitas informações que não haviam na tese.
O que o pessoal não sabe é que outros livros podem não ser continuações, como nas séries de ficção medieval, terror estudantil e Minecraft que fazem o leitor comprar caro sem saber.
Esses Intelectuais Pertinentes, por exemplo, sem ser um "segundo volume" de Música Brasileira e Cultura Popular em Crise, complementa o estudo da crise que a música brasileira e a cultura popular estão sofrendo.
Eu enumero os intelectuais que contribuíram para essa crise, que ocorreu porque um bando de ideólogos foi defender a degradação cultural sob a desculpa do "combate ao preconceito".
As pessoas levaram gato por lebre e não querem saber por quê?
Os mascates acadêmicos, que se valiam pela carteirada - antropólogos, jornalistas culturais, cineastas, historiadores etc - para impor a bregalização do Brasil, achando que isso salvaria nosso folclore, nos enganaram e não vamos passar pano nem botar a sujeira sob o tapete.
Eu fiz a minha parte, pesquisei, expus os próprios argumentos desses intelectuais, como um jornalista, e pude analisar de maneira criteriosa.
Não foi fácil. Haja frieza cirúrgica para analisar tantos absurdos. E, além disso, um dos intelectuais, Eugênio Raggi, me esculhambou num texto publicado num antigo fórum, Samba & Choro, e eu botei os ataques todos no livro.
Sei que tem muita gente de direita achando que eu perco tempo analisando tudo isso. Mas tem gente de esquerda com medo, porque eu desconstruo totens sagrados das elites intelectuais do Brasil.
Vocês não têm ideia do que realmente é o livro Esses Intelectuais Pertinentes. Para ter ideia exata do livro, só lendo, indo para o portal da Amazon e clicar no linque acima indicado.
Não se pode achar que não vai ler o livro porque "já o leu" (ou seja, julga saber do que se trata, o que é um erro) através de informações genéricas.
O pessoal nem tem ideia de como são os capítulos, o que pensam os intelectuais pró-brega, de que natureza são seus argumentos.
O que eu faço é uma apresentação superficial, com menções genéricas aqui e ali. Mas só mesmo lendo o livro para o pessoal entender do que se trata.
Não dá para bancar o "intelectual de redes sociais" e ficar dizendo coisas tipo "cara, eu não vou ler esse livro, porque assim e assado", escrevendo isso com ares de isentão pedante e sua pretensa imparcialidade de solipsista.
Tem que ler o livro, mesmo que seja pelo eBook, Kindle etc, para depois sair comentando ou fazendo algum julgamento. Não vale julgar algo que não leu.
De burrice metida a inteligente, já temos demais. Os bolsonaristas já são especialistas nisso, mas as esquerdas-lacração e a direita boazinha também não ficam longe.
Aliás, foi por causa dessa Tríplice Aliança do golpismo de 2016 que repercutiram os intelectuais "bacanas", que tentavam vender a falsa ideia de como era legal ser pobre, cafona e ignorante.
Daí que peço para que percam o medo de ler Esses Intelectuais Pertinentes. Evitar ler o livro bancando o "isentão de Globo News" metido a "esquerdão" é perder tempo e criar vexame.
Também muita gente teve medo de ler Luís Nassif, Jessé Souza e outros pelo mesmo motivo de bancar o "juiz de botequim", fazendo julgamentos "imparciais" com base no achismo.
Só mesmo lendo Esses Intelectuais Pertinentes para entender o livro. Se não ler, não adianta ficar aí bancando o comentarista daquilo que não sabe. Simples assim.
Boas Festas (com muito cuidado, devido à pandemia) e Feliz 2021.
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