SÉRGIO MORO E JAIR BOLSONARO - FALSOS HERÓIS EM DECADÊNCIA.
Os protestos contra Jair Bolsonaro do último dia 19 foram bem sucedidos. Milhares de pessoas foram às ruas e conseguiram fazer um evento ao mesmo tempo consistente e diversificado.
Foram centenas de manifestações em todo o país e São Paulo atingiu o clímax, com a Avenida Paulista lotada de manifestantes.
Mas agora é hora, também, de pensar como não só levar adiante esses protestos, como também fazer com que as instituições comecem a desmontar, de forma rápida e eficiente, o governo Bolsonaro, preparando para o impeachment.
O golpe político de 2016 fara cinco anos no final de agosto próximo e, se é para reverter os seus efeitos, que acabaram sendo nefastos para a população, que se faça de maneira integral e efetiva.
A propósito, o "herói" pioneiro desse golpe, o ex-juiz Sérgio Moro, esteve envolvido em três situações.
Na semana passada, a jornalista Patrícia Lélis estava nos EUA, em Washington, quando perto dela estava Moro. Ela então falou, no seu vídeo pelo celular: "Aqui está o homem que destruiu o Brasil".
Moro, atrás dela, contrariado, falou: "Pode parar, mocinha". Em tempo: segundo o DIEESE, Moro destruiu 4,4 milhões de empregos com as ações da Operação Lava Jato.
A imagem de Moro está tão desgastada que ele teve que ser desconvidado de um seminário sobre ética promovido pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (CONPEDI), após protestos da comunidade jurídica.
Enquanto isso, um grupo de empresários, liderado pelo paranaense Fábio Aguayo, presidente do Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (SINDIABRABAR), quer lançar Moro candidato à Presidência da República para 2022.
É uma tentativa de forjar uma "terceira via" diante da polarização entre Lula e Bolsonaro.
Isso mostra o quanto o nosso cenário está complexo, porque um dos artífices do golpe de 2016, agora dissociado de Bolsonaro, do qual chegou a ser ministro da Justiça, poderá concorrer à sucessão presidencial.
E como se deverá agir para tirar Bolsonaro do poder? A pressão tem que continuar, e, de preferência, fora das bolhas das redes sociais.
Pessoalmente, eu não tenho ideia profunda de como fazer para não só tirar Bolsonaro do poder e evitar que ele possa reagir com um golpe.
O que sei que deve haver uma série de ações, seja do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e das Forças Armadas - que deveriam romper com Bolsonaro - para tirá-lo do poder e prendê-lo.
Sim, porque Jair Bolsonaro cometeu um crime gravíssimo de sonegar a necessidade de vacinar a população contra a Covid-19, de acordo com as normas da Organização Mundial de Saúde.
Ele deveria ter submetido às diretrizes da OMS e ter comprado as vacinas, se tivesse um pingo de humanidade. Mas Jair queria improvisar, recomendando a duvidosa cloroquina, o que se descobriu haver um lobby dessa substância, formado por empresários da chamada Big Pharma.
Juridicamente falando, podemos atribuir a Jair Bolsonaro o crime de homicídio doloso, porque ele sabia dos riscos de deixar a população morrer contaminada pelo Coronavírus e nada fez, como governante, para prevenir os brasileiros e minimizar os efeitos da pandemia.
Só o ator Paulo Gustavo, por exemplo, continuaria vivo e já houvessem medidas preventivas e vacinação já no ano passado.
Bolsonaro ainda riu das mortes e, em vários momentos, fez ironias com a ideia de que "todos vamos morrer um dia".
E tudo isso com um cinismo horripilante, uma falta de sensibilidade e uma hipocrisia sem tamanho.
Por isso, por incrível que pareça, o momento é de cautela.
Não é por Bolsonaro ser ruim em todos os aspectos que acharemos que ele é facilmente derrubável.
Devemos agir unindo prudência, perseverança, espírito de pressão e cautela, para evitar que ele reaja de alguma maneira.
Bolsonaro tem os milicianos ao seu lado, o que é extremamente perigoso.
É por isso que se devam pensar em ações combativas e preventivas, diversificadas e autônomas, porém integradas a um interesse comum: livrar o Brasil da ameaça fascista.
Seria melhor que haja novos protestos de rua e que eles possam ser mais intensos.
Da mesma forma, é necessário também a ação institucional, parar criar meios de dar fim a esse governo catastrófico.
Tudo deverá ser feito com calma, sem perder a cabeça. Devemos agir menos na emoção e mais na inteligência e na estratégia.
O que fez a ditadura militar se endurecer em vez de se encerrar, em 1968, foi porque aconteceram ocasiões onde se perdeu demais a cabeça, como o confronto estudantil na Rua Maria Antônia, aqui em São Paulo, e o discurso inflamado de Márcio Moreira Alves.
Com um pouco mais de logística social, política e institucional, poderemos recuperar a democracia com menos riscos.
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