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ESQUERDAS SE FRAGILIZAM E FAZEM JAIR BOLSONARO GANHAR TEMPO


O triunfalismo das esquerdas é preocupante. Isolados em casa, sob o conforto do lar, os esquerdistas preferem atuar na memecracia, apostando no quixotismo digital.

Acham que, interagindo entre si, com umas centenas de internautas concordando com as mensagens postadas, vão derrubar Jair Bolsonaro sem sair de casa.

Acham demais fazerem protestos de rua nos sábados, e olha que seria necessário fazê-los até em dias de semana, para pressionar o governo Bolsonaro a cair. Só que não.

E o que se vê é o bolsonarismo crescendo e Jair prestes a virar a personificação do Presidente Kill da canção do grupo britânico XTC.

Enquanto os esquerdistas ficam aborrecidos quando cobrados para protestar nas ruas de verdade e com mais frequência, bolsonaristas mostram agora mais espontaneidade.

Eles podem se manifestar em várias partes do país sem a presença do presidente.

Todo domingo, na Avenida Paulista, aqui em Sampa, há dois estandes de vendas de camisetas e utensílios de apoio a Bolsonaro, com gente discursando pelas causas associadas.

Bolsonaro ganha tempo e, no último fim de semana, ele fez motociata na minha terra natal, Florianópolis, e depois foi para Brasília.

A motociata em Floripa foi no sábado, 07 de agosto. No domingo seguinte, 08 de agosto, foi na capital do Brasil.

Detalhe: Bolsonaro não ficou em casa curtindo o Dia dos Pais interagindo com seus quatro filhos homens. Ele foi passear de moto com seus seguidores, produzindo notícia para os meios de comunicação.

As esquerdas já não querem se manifestar de verdade nas ruas e, havendo as Olimpíadas de Tóquio, se achavam com mais motivo para ficar em casa.

Acham que basta um atleta fazer bonito nas competições, como Rebecca Andrade, para achar que eles em si derrubarão Bolsonaro.

Infantilizadas, as esquerdas acham que a "alegria do povo brasileiro" é munição certeira para derrubar Bolsonaro, que Deus está com Lula e, por isso, o golpe de Jair seria "impossível de acontecer".

Já tem esquerdista deslumbrado gritando: "Dá licença, seu Bolsonaro, que Lula quer governar".

Sou de esquerda, mas fico constrangido com esse triunfalismo todo. Não é assim que se age, esnobando Bolsonaro, terceira via e o que vier para confrontar Lula.

As esquerdas estão em casa, com quartinhos bem refrigerados ou com aquecedor, no caso de frio intenso, produzindo memes que dificilmente se tornariam notícias na grande mídia.

Se houvessem os protestos de rua, a Folha de São Paulo mostraria a Avenida Paulista movimentada cheia de manifestantes.

O Jornal Nacional, dependendo do caso, daria uma nota ou faria das manifestações sua manchete e matéria principal, se for do seu interesse derrubar Bolsonaro.

E os memes? Memento histórico não faz notícia. Memes servem para rir em poucos minutos. Nem dão cosquinhas em Bolsonaro.

Memes, curtidas, esquerdistas interagindo uns contra os outros, frases de efeito que parecem "recados duros" contra Bolsonaro, tudo isso não produz notícia.

Não existe esse negócio de, após a entrada no estúdio do Jornal Nacional, o apresentador suplente anunciar "Dia de memes contra Bolsonaro em todo o país", com o (a) parceiro (a) de bancada completando: "De Norte a Sul, Internet foi dominada de protestos contra o presidente".

As esquerdas não estão com o jogo ganho e nosso país está em perigo.

Bolsonaro ganha tempo e produz notícia com muita agilidade, atuando de forma diversificada em suas atividades cotidianas.

Um dia ele está no "cercadinho" de Brasília recebendo a imprensa. Noutro faz um passeio a pé cumprimentando populares. Depois recebe alguma personalidade fascista. Em seguida, algum representante dos EUA. Mais adiante ele passeia de moto com seus seguidores e por aí vai.

Depois das motociatas em Florianópolis e Brasília, Bolsonaro começou a segunda-feira anunciando o Auxílio Brasil, pálido arremedo do Bolsa Família, e um projeto para manter as vozes de extrema-direita livres de censura nas redes sociais.

E ele anunciou para hoje o desfile de tanques militares, como um ensaio para o golpe e demonstração de força de Bolsonaro.

Ele não está preocupado se está agradando ou incomodando. Ele quer alimentar visibilidade para si. Se mantendo em cartaz, ele cria condições para se perpetuar no poder, sob o risco de golpear a democracia sob aplausos ruidosos e gritos de euforia de seus seguidores.

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