Nos últimos dias, o Brasil vive momentos de tensão, no seu cenário político, o que exige das esquerdas festivas muita cautela antes de qualquer comemoração nas redes sociais.
Anteontem o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes - que, felizmente, mudou muito e hoje atua de forma técnica - , incluiu o presidente Jair Bolsonaro entre os que serão investigados no inquérito sobre as fake news.
Bolsonaro, também considerado suspeito pela CPI da Covid, ficou furioso e, fazendo ameaças ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), respondeu para Moraes que "a hora dele vai chegar".
A reação de Bolsonaro foi de tal forma arrogante, desrespeitosa e ameaçadora que o encontro que ele teria com representantes do STF, Luiz Fux, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente os presidentes Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, foi cancelado ontem.
Jair Bolsonaro está prepotente e as esquerdas ainda gracejando como se fosse um palhaço mal-humorado.
Não é assim.
Votações antipopulares na Câmara Federal, como o PL da Grilagem, que permitirá o desmatamento e a concentração de terra sob o guarda-chuva da lei, tiveram a participação entusiasmada do principal (e mais perigoso) filho do presidente, Eduardo Bolsonaro.
O resultado é praticamente o mesmo quanto à privatização dos Correios, uma das estatais em risco, ao lado da Eletrobras e do que restou da Petrobras.
E tudo indica que há pressa no Legislativo liberar a venda dessas estatais, para assim cumprir a missão golpista e poderem "dispensar" Bolsonaro assim que for de sua vontade.
Tivemos também a votação da Comissão Especial, na Câmara dos Deputados, que por 23 votos contra 11, rejeitaram a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso, ontem.
O fracasso do voto impresso, causa atual dos bolsonaristas, gerou a expressão #ChoroImpresso nas hashtags do Twitter, da qual eu caí na maior gargalhada. Imagine, imprimir choradeira!!
Mas isso não significa que o bolsonarismo está derrotado. Ele não está.
Vejo uma lentidão nos processos contra Jair Bolsonaro, enquanto, em contrapartida, ele tenta ganhar tempo fazendo ameaças e interagindo com seus seguidores.
A ameaça do golpe é visível, e o pior é que há gente, mesmo nas esquerdas, que não quer muito o Fora Bolsonaro, como também não quis, para valer, o Fora Temer.
Acham que podem cozinhar Bolsonaro em banho-maria para o espetáculo do duelo eleitoral com Lula.
As esquerdas festivas são muito lunáticas.
Elas acham que Lula está dominando o jogo, e pensam que as eleições em primeiro turno serão só com Bolsonaro e Lula.
Errado. O primeiro turno será com vários candidatos e Bolsonaro, faltando ao debate, "correrá por fora" sendo entrevistado em outros programas ou fazendo palestras nas redes sociais, como se observa nas quintas-feiras.
O golpe é uma ameaça plausível e tudo o que se deve fazer são as instituições agirem rapidamente para tirar Bolsonaro do poder.
Não basta apenas dizer que ele pode ser considerado inelegível para 2022. Tem que garantir para que Bolsonaro SEJA MESMO inelegível para 2022 e perca seus direitos políticos.
É preciso acabar com muito papo e ir logo para a ação concreta. Caso contrário, estaremos perdidos.
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