O presidente Lula insiste em ser o dono da democracia, como se ela fosse uma invenção sua e da qual quer ser o único responsável. Uma democracia em que Lula manda e os brasileiros vão brincar e festejar.
Paciência. A ideia de democracia esbarra na utopia desde que a Grécia, na Antiguidade clássica, criou uma ideia de democracia, o "governo da maioria", com claras intenções de exclusão social. Eram excluídos de ser povo e de participar da Assembleia, a reunião pública para as decisões e reivindicações políticas, mulheres e escravos.
Hoje a democracia de Lula só inclui a frente ampla social que envolve dos pobres remediados aos famosos muito ricos, além de toda a direita moderada e dita "democrática". Uma democracia restrita às forças sociais com algum espaço de expressão desde a ditadura militar, incluindo setores inócuos das classes populares, selecionados para pegar as fatias do bolo do crescimento econômico.
Ficam de fora as pessoas que não fazem o tipo festivo, sejam de um lado os pobres extremos e os endividados crônicos, e as pessoas mais humanas, sejam as sensivelmente emorivas, sejam as pessoas intelectualizadas dotadas de profundo senso crítico. Lula governa mais para as patotas que passam a madrugada fazendo festas barulhentas do que para o trabalhador que precisa dormir cedo para trabalhar no dia seguinte.
Fala-se isso porque Lula manteve suas atitudes viciadas de propaganda. Na entrevista recente com os jornalistas, Lula falou que seu governo foi "o que mais fez programas de inclusão social serem postos em prática". Só que não se vê isso... Na prática.
E aí Lula anunciou, obtem, que pretende liderar uma reunião internacional de "países democráticos" para conter o avanço da extrema-direita no mundo. A causa é até boa, mas Lula quer sua assinatura pessoal, porque ele quer uma democracia só para ele. Os outros só podem recorrer a democracia se for através de seu dono, o presidente Lula.
E é por isso que a extrema-direita, que é desumana, truculenta, violenta, assassina e punitivista, está atraindo o povo pobre porque sabe mascarar seu obscurantismo fascista com um discurso que explore as indignações dos miseráveis, ao passo que a democracia lulista só quer saber de clima de festa, sem esclarecer se o Brasil já foi reconstruído ou ainda vai se reconstruir.
Com esse clima de festa que chega aos níveis da pieguice, o povo revoltado acaba se sentindo seduzido pelo fascismo, ao ver Lula abraçado aos bacanas que só querem saber de festa, futebol e cerveja. Isso é horrível, mas é a realidade.
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