JUSCELINO KUBITSCHEK, GUILHERME FONTES E A TV TUPI SOFRERAM INFORTÚNIOS ESTRANHOS DEPOIS QUE SE ENVOLVERAM DE ALGUMA FORMA COM O ESPIRITISMO BRASILEIRO.
Rompi com o Espiritismo brasileiro em 2012, indignado com a hipocrisia da religião que traiu Allan Kardec mas finge fidelidade absoluta e respeito rigoroso ao seu legado.
Eu mesmo estava sofrendo incidentes estranhos, os piores nos meus 28 anos seguindo essa religião, por influência de meus familiares e alguns parentes e compadres.
Eu sofri muito azar nessa época toda. Não vou contar detalhes porque são coisas muito pessoais. Costumo dizer, apenas, que, citando uma metáfora bíblica, eu pedi pão e recebi serpentes.
O incidente em torno de Eduardo Moreira mostra o quanto a "bondosa religião", que busca cooptar as esquerdas identitárias para exercer seu poder, faz as seitas neopentecostais parecerem programa humorístico.
A partir do meu próprio exemplo de batalhar em vão e só conseguir mais problemas em minha vida, vi o quanto o Espiritismo brasileiro é uma grande farsa, uma vergonha religiosa, sendo um Catolicismo medieval de botox com concessões perigosíssimas ao Ocultismo.
Ouvi o vídeo do Régis Tadeu sobre o lado sombrio de Jimmy Page e o quanto seu Ocultismo gerou uma série de azares para seus entes queridos durante o tempo em que o guitarrista comandou o Led Zeppelin.
Foi uma época em que seu parceiro Robert Plant viu morrer seu filho e, em outra ocasião, perdeu parte das cordas vocais (que lhe garantiam os agudos da voz, como em "Black Dog") num acidente de carro em 1975 que quase o deixou paralítico.
Nessa época, também, o superbaterista John Bonham morreu em 1980, com apenas 32 anos.
Outros membros da equipe técnica do Led Zeppelin também faleceram em circunstâncias misteriosas. E o guitarrista e vocalista Keith Relf, ex-Yardbirds (outra banda de Page) e então no Renaissance, morreu eletrocutado quando tocava guitarra em 1976.
Isso lembra muito o Espiritismo brasileiro e os incidentes estranhos que a "doutrina do amor e da bondade" traz a seus seguidores.
O incidente mais antigo envolveu o presidente Juscelino Kubitschek.
Ele concedeu homenagens a um conhecido "médium" e sua instituição associada.
Depois disso, Kubitschek perdeu o controle de seu destino.
Não adiantou ser amigo do "médium', ser um político moderado ou até defender o golpe militar contra Jango, devido ao seu envolvimento com Brizola.
Juscelino perdeu o mandato de senador, cassado pela ditadura militar, tentou liderar uma campanha pela redemocratização do Brasil e não conseguiu, e nem para a Academia Brasileira de Letras pôde entrar.
E, ainda por cima, morreu num estranhíssimo acidente de carro, em 1976.
Muitos outros agouros aconteceram.
Foi o ator Guilherme Fontes fazer um personagem, por sinal um espírito obsessor, numa novela "espírita", A Viagem, da Rede Globo, para que seu grandioso projeto de carreira como cineasta passasse por estranhos infortúnios.
Seu filme Chatô - O Rei do Brasil passou por estranhos impasses, levando vinte anos para ser lançado. Para piorar, Fontes foi acusado de corrupto e, desacreditado, não fez mais outro filme como diretor e voltou apenas à atuação.
Aliás, falando em Chatô, ou seja, Assis Chateaubriand, sua TV Tupi também foi alvo de mau agouro da "doutrina do amor".
Passando pano no mesmo "médium" cortejado por Kubitschek, e transmitindo a primeira versão da mesma novela A Viagem, a TV Tupi foi à falência em 1980, depois de um período de decadência e crise econômica a partir de 1975.
A revista O Cruzeiro, que não passava tanto pano no "médium", foi só passar a passar pano que também decaiu, perdendo sua personalidade editorial em 1975 até sair de circulação de vez em 1981.
E o cético David Nasser, que reportou criticamente o "médium", foi só passar pano nele que depois foi se envolver com o Esquadrão da Morte, no final da vida.
E tem mais.
Roberto Carlos, que era tão conservador quanto o "médium", foi só gravar uma canção em homenagem a ele, que anos depois perdeu sua esposa, Maria Rita Braga, por grave doença.
Personalidades como Augusto César Vannucci, Ana Rosa, Nair Bello e Maurício de Souza perderam seus filhos, prematuramente, depois que manifestaram sua devoção "espírita".
Em compensação, pessoas de baixa credibilidade que cortejam o "médium", mesmo de forma tímida, até parece que passaram a tê-lo como espírito protetor.
Fernando Collor foi apoiado pelo "médium" e, até agora, nunca sofreu um grande infortúnio político. Apenas ficou oito anos sem exercer direitos políticos, mas eles passaram rápido.
Collor chegou a ser considerado um pretenso esquerdista, nos tempos em que o baixo clero político e os sociopatas da Internet manifestavam apoio tendencioso a Lula.
Só depois de 2016 Collor foi desmascarado, dando fim ao "Collor duas caras" que tentou separar, do imaginário esquerdista, o presidente corrupto de 1990-1992 e o senador pretensamente solidário ao antigo rival de 1989, o presidente Lula.
E Jair Bolsonaro? De origem católica como o "médium", mas ligado aos neopentecostais por conta de sua esposa Michelle Bolsonaro, o presidente apareceu em foto publicada na Internet segurando o livro fake de Humberto de Campos que prometia que o Brasil seria uma "pátria do Evangelho".
Apesar da timidez, a sintonia de energias entre "médium" e o ex-capitão era certeira. Se vivo fosse, o "bondoso médium" de Minas Gerais não só seria um apoiador fervoroso de Bolsonaro como pediria aos brasileiros evitar o impeachment e orar para que ele termine o mandato "olhando para os brasileiros".
Invencionice? Leia as ideias do "médium", que defendia até a precarização do trabalho humano como suposta prova de humildade espiritual e pedia para os oprimidos aguentarem o sofrimento calados, visando "bênçãos futuras", que eram mais sofrimentos e desgraças.
Li isso. É o Espiritismo brasileiro profundo, muito diferente das narrativas dóceis que prevalecem nas redes sociais e enganam diariamente até esquerdistas e ateus.
Até o lema bolsonarista "Brasil, Acima de Tudo, Deus, Acima de Todos" é surpreendentemente idêntico ao lema "espírita" ufanista "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho". Não há como fugir disso.
É a falsidade dessa religião, completamente canalha, que não mediu um milímetro de escrúpulo para desviar dos ensinamentos originais de Allan Kardec para abraçar um Roustanguismo cafajeste, e depois fingir fidelidade e respeito a Kardec, numa atitude vergonhosamente mentirosa.
Substituindo a Doutrina Espírita original por um engodo que mistura Catolicismo medieval repaginado e Ocultismo dos mais obscuros, o Espiritismo brasileiro é uma vergonha pior do que as religiões neopentecostais, por piores que elas já fossem.
Aliás, são dois lados de uma mesma moeda: "kardecistas" e neopenteques cresceram sob o patrocínio da ditadura militar para evitar que o Catolicismo progressista da Teologia da Libertação crescesse e derrubasse o regime ditatorial.
Devemos parar de vez com essas fascinações perigosas da fé, conduzidas pelo "bombardeio de amor" e pela mistificação fácil. Em vez de voarmos pelas nuvens junto ao "bondoso médium", devemos romper com tudo isso e botar os pés no chão.
Devemos abrir mão, de vez em quando, ao que parece muito agradável, porque isso pode se tornar uma ilusão perigosa que muitas vezes pode trazer mau agouro e tristezas futuras muito graves.
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