Pular para o conteúdo principal

JORNALISTA MUSICAL CRITICA RICK BONADIO E PASSA PANO NO "FUNK"


Admiro o jornalista Mauro Ferreira, de O Globo / G1, nos textos muito bem informativos a respeito da MPB autêntica.

No entanto, quando o assunto é música brega-popularesca, ele, a pretexto da imparcialidade jornalística, pisa na bola.

Acaba passando pano na mediocridade musical de hoje, mediocridade que não pode ser vista como um juízo de valor.

Um caso recente foi a respeito do caso de Rick Bonadio, criticando a presença do "funk" no Grammy, e que fez o famoso produtor musical virar vidraça.

Mauro escreveu um artigo no qual apela para os mesmos clichês do "funk", que está no mainstream há mais de 30 anos e finge que nunca está.

"Gênero musical marginalizado pela sociedade brasileira, por ter sido gerado nas favelas e consumido por público ignorado pelas elites e pelo poder oficial, o funk continua sendo alvo de forte preconceito, mesmo depois de ter extrapolado as fronteiras nacionais", inicia a matéria.

Sempre a mesma choradeira, dentro de uma narrativa que é incoerente a um jornalista musical dotado de competência e profissionalismo.

Afinal, essa narrativa do "funk" como um suposto movimento popular, como uma suposta cultura das favelas, estas agora transformadas em paisagens de consumo, safáris humanos e cenários pós-modernos, é sempre alimentada e realimentada por alguma polêmica.

É uma narrativa falsa. Afinal, quem inventou o "funk", da forma como conhecemos, o "pancadão", de uma única batida e apenas uns MCs fetichizados para disfarçar a mesmice artística, foram empresários muito bem gananciosos e ambiciosos.

Não é um ritmo surgido nas comunidades. Elas aparecem como consumidoras, mas o consumo tornou-se tão contínuo que virou um pretenso protagonismo.

A narrativa tornou-se tão agressiva que quem contesta ganha sempre imagem de "preconceituoso".

Na verdade, é o PRECONCEITO verdadeiro que desqualifica quem critica o "funk" e outros estilos popularescos. 

Não podemos criticar sequer as letras sexualizadas, a objetificação do corpo feminino etc. Chegam os partidários do "funk" e arrumam sempre uma desculpa, sempre fundamentada no vitimismo.

O "funk" é um gênero que tem no coitadismo o seu marketing, o tal "marketing da exclusão" que garante a choradeira que há muito tempo torra o saco de qualquer um.

A narrativa de que o "funk" é "cultura popular e movimento" é postiça, falsa, plantada pela mídia venal, sobretudo as Organizações Globo e a Folha de São Paulo, que forjaram essa visão que hoje prevalece.

Quem quer entender eu aconselho leitura do livro Esses Intelectuais Pertinentes..., esse sim vítima do verdadeiro preconceito. A nossa cultura está em crise, e os leitores médios preferem ler mistérios fictícios de medíocres aventuras medievais.

Claro que falar do meu livro chateia as pessoas. Mas é que o nosso establishment está muito doentio.

O "funk" foi business (tenho que usar termo em inglês para enfatizar) desde 1990. E essa narrativa "socializante", essa falácia de "cultura das periferias", "movimento popular" etc, é apenas uma propaganda enganosa que tenta sustentar de forma permanente o gênero.

Tanto que agora virou cool gostar de "funk" no Brasil. Uma deturpação do termo cool, um "tomar no cool" desse mainstream enrustido que movimenta as redes sociais.

E aí vemos Mauro Ferreira repetindo essa narrativa que cansa a paciência, fazendo coro para essa choradeira incessante de funqueiros malcriados, é triste.

Sim, o "funk" soa indigesto para ouvidos acostumados com MPB e rock, mas o problema é a baixa educação das pessoas, mas aí não é só a sociedade a culpada, o próprio "funk" é culpado pelo rigor estético e sonoro que sempre impôs e nunca admitiu um milésimo de segundo sequer.

O "funk" espetaculariza a pobreza e passa pano nos baixos valores sociais. O "funk" faz mais CONTRA os pobres do que a favor deles.

É como no futebol. Ninguém nas classes populares foi beneficiado pelo "funk", nem mesmo os sentimentos de alegria paliativa da diversão momentânea sugerem alguma justificativa.

No futebol, jogadores, equipe técnica e, principalmente, dirigentes, é que lucram com o espetáculo esportivo do qual os pobres aparecem como meros espectadores e consumidores.

No "funk", quem lucra são os ídolos do gênero e os empresários diversos que investem neles, além dos barões da mídia que patrocinam com gosto, enquanto se faz vista grossa disso.

Quanto à crítica musical, devemos lembrar que a verdadeira objetividade não prescinde de senso crítico.

Achar que tudo é bom, que uma tolice musical tipo o "funk" tem o mesmo valor que a Bossa Nova, aí sim é preconceito.

Na verdade, os defensores do "funk" fora das chamadas periferias nem ouvem o gênero. Apenas embarcam no discurso vitimista do gênero e saem em defesa.

Falta um senso crítico como se vê no Lord Vinheteiro, um especializado em música clássica. Ou o senso crítico de um Régis Tadeu, injustamente enquadrado na galeria dos "críticos-elitistas". De que lado está o preconceito, aliás, diante da demonização de quem toca o dedo na ferida?

Agora se demonizam os estudiosos em música. Se desqualifica a classe dos músicos. O instrumento musical deixou de ser a ferramenta importante para a concepção musical.

Tudo é robotizado, é um membro da produção fazendo um som sintetizado e desocupados bancando os vocalistas cantando mal e não tocando instrumentos.

O "funk" reclama que é discriminado, mas ele foi o primeiro a discriminar, quando renegou a figura do músico e surgiu como um karaokê tosco em que o DJ manda e o MC obedece.

O "funk" reclama do "rigor estético" dos outros, em fictícias atribuições de elitismo higienista em que críticos musicais que não gostam do que é "sucesso" são vistos como se fossem dragões da floresta.

Rigor estético teve o "funk" quando baniu as guitarras, baixos e baterias, os metais e cordas, os bons vocais.

O favelado é louco para tocar um instrumento. Mas se ele, em 1990, tivesse se oferecido para ser MC e tocar violão, o DJ não deixaria.

A título de comparação, gosto sempre de citar que, no rock dos anos 1950, uma das vocalistas de apoio de Bo Diddley era também guitarrista.

Alguém já ouviu falar de um guitarrista de "funk"? Não.

E aí vem essa choradeira toda. E para ser "objetivo" como crítico musical, tem-se que aceitar o ritmo, passar pano, ainda que não se declarasse fã do mesmo? Não.

Questionar é bom, contestar é ótimo. Quando há algo de errado, o jeito é contestar e não ficar passando pano. Passar pano pode manter as relações entre envolvidos - show business, crítica musical, intérpretes musicais - em bons termos, mas nada contribui para a evolução cultural.

O "funk" até teve chance de ser bom, se não tivesse que transformar as vertentes eletrônicas do funk autêntico lá fora na palhaçada vergonhosa que vemos de 1990 para cá.

Mas é como em todo arrivismo: ninguém quer fazer, ninguém quer melhorar, ninguém quer escolher isso e aquilo até que surge um oportunismo e o que não se desejava fazer vira uma obsessão.

A Rádio Cidade (RJ), por exemplo, nunca explorou o rock, a Eldo Pop foi extinta e tudo o mais e só em 1995, quando viu a mina de ouro, passou a ter o rock como sua obsessão, cobrindo o gênero da pior forma possível.

O "funk" nunca quis valorizar os músicos e agora quer se equiparar ao samba, à Bossa Nova, ao mangue beat. Um horror.

É por isso que a objetividade na crítica musical não pode ser um passar de panos para agradar todo mundo.

Se os patrões de Mauro Ferreira patrocinam o "funk", não significa que seja função do crítico musical mais objetivo ficar passando pano na mediocridade aberrante do "funk".

E não podemos falar em clichês tipo "mas é o que o povo gosta e sabe fazer". Será que o povo pobre gosta mesmo de "funk"? Será que as famílias de nossos jovens pobres veem dignidade artístico-cultural nesse gênero?

Está tudo errado no "funk" e essa é uma visão realmente objetiva.

Não tenho ouvidos velhos, desses que, em tese, julgam um estilo visto com estranheza que vai ser considerado genial mais adiante.

Pelo contrário, minhas análises críticas à música popularesca são novas e mal compreendidas.

E, além disso, o "funk" já é mainstream e establishment há muito tempo. O problema é que o ritmo é dotado de uma arrogância vitimista que ilude até mesmo quem deveria ter cuidado em não se deixar enganar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

SIMBOLOGIA IRÔNICA

  ACIMA, A REVOLTA DE OITO DE JANEIRO EM 2023, E, ABAIXO, O MOVIMENTO DIRETAS JÁ EM 1984. Nos últimos tempos, o Brasil vive um período surreal. Uma democracia nas mãos de um único homem, o futuro de nosso país nas mãos de um idoso de 80 anos. Uma reconstrução em que se festeja antes de trabalhar. Muita gente dormindo tranquila com isso tudo e os negacionistas factuais pedindo boicote ao pensamento crítico. Duas simbologias irônicas vêm à tona para ilustraresse país surrealista onde a pobreza deixou de ser vista como um problema para ser vista como identidade sociocultural. Uma dessas simbologias está no governo Lula, que representa o ideal do “milagre brasileiro” de 1969-1974, mas em um contexto formalmente democrático, no sentido de ninguém ser punido por discordar do governo, em que pese a pressão dos negacionistas factuais nas redes sociais. Outra é a simbologia do vandalismo do Oito de Janeiro, em 2023, em que a presença de uma multidão nos edifícios da Praça dos Três Poderes, ...

A PRISÃO DE MC POZE E O VELHO VITIMISMO DO “FUNK”

A prisão do funqueiro e um dos precursores do trap brasileiro, o carioca MC Poze do Rodo, na madrugada de ontem no Rio de Janeiro, reativou mais uma vez o discurso vitimista que o “funk” utiliza para se promover. O funqueiro, cujo nome de batismo é Marlon Brandon Coelho Couto Silva, e que já deixou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes para ir a um presídio no bairro carioca de Benfica, tem entre o público da Geração Z e das esquerdas identitárias a reputação que Renato Russo teve entre o público de rock dos anos 1980, embora o MC não tenha 0,000001% do talento, pois se envolve em um ritmo marcado pela mais profunda precarização artístico-cultural. No entanto, MC Poze do Rodo foi detido por acusações de apologia ao crime organizado, ao porte ilegal de armas e à violência. Em várias vezes, Poze aparecia com armas nas fotos das redes sociais, o que poderia sugerir um funqueiro bolsonarista em potencial. A polícia do Rio de Janeiro enviou o seguinte comunicado:: “De acordo com as inves...

LÉO LINS E A DECADÊNCIA DE HUMORISTAS E INFLUENCIADORES

LÉO LINS, CONDENADO A OITO ANOS DE PRISÃO E MULTA DE MAIS DE R$ 300 MIL POR CONTA DE PIADAS OFENSIVAS. Na semana passada, a Justiça Federal, através da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, condenou o humorista Léo Lins a oito anos de prisão, três deles em regime inicialmente fechado, e multa no valor de R$ 306 mil por fazer piadas ofensivas contra grupos minoritários.  Só para sentir a gravidade do caso, uma das piadas sugere uma sutil apologia ao feminicídio: "Feminista boa é feminista calada. Ou morta". Em outra piada machista, Léo disse: "Às vezes, a mulher só entende no tapa. E se não entender, é porque apanhou pouco". Léo também fez piadas agredindo negros, a comunidade LGBTQIA+, pessoas com HIV, indígenas, evangélicos, pessoas com deficiência, obesos e nordestinos, entre outros. O vídeo que inspirou a elaboração da sentença foi o espetáculo Perturbador, um vídeo gravado em 2022 no qual Léo faz uma série de comentários ofensivos. Os defensores de Léo dizem qu...

O ATRASO CULTURAL OCULTO DA GERAÇÃO Z

Fico pasmo quando leio pessoas passando pano no culturalismo pós-1989, em maioria confuso e extremamente pragmático, como se alguém pudesse ver uma espessa cabeleira em uma casca de um ovo. Não me considero careta e, apesar dos meus 54 anos de idade, prefiro ir a um Lollapalooza do que a um baile de gala. Tenho uma bagagem cultural maior do que mimha idade sugere, pelas visões de mundo que tenho, até parece que sou um cidadão mediano de 66 anos. Mas minha jovialidade, por incrível que pareça, está mais para um rapazinho de 26 anos. Dito isso, me preocupa a existência de ídolos musicais confusos, que atiram para todos os lados, entre um roquinho mais pop e um som dançante mais eroticamente provocativo, e no meio do caminho entre guitarras elétricas e sintetizadores, há momentos pretensamente acústicos. Nem preciso dizer nomes, mas a atual cena pop é confusa, pois é feita por uma geração que ouviu ao mesmo tempo Madonna e AC/DC, Britney Spears e Nirvana, Backstreet Boys e Soundgarden. Da...

ELITE DO BOM ATRASO PIROU NAS REDES SOCIAIS

A BURGUESIA DE CHINELOS NÃO QUER OUTRO CANDIDATO EM 2026. SÓ QUER LULA. A elite do bom atraso, a “frente ampla” social que vai do “pobre de novela” - tipo que explicaremos em outra postagem - ao famoso muito rico, mas que inclui também a pequena burguesia e a parcela “legal” da alta burguesia, enlouqueceu nas redes sociais, exaltando o medíocre governo Lula e somente desejando ele para a Presidência da República na próxima eleição. Preso a estereótipos que deixaram de fazer sentido na realidade, como governar para os pobres e deixar a classe média abastada em segundo plano, Lula na prática expressa um peleguismo que é facilmente reconhecido por proletários, camponeses, sem-teto e servidores públicos, que veem o quanto o presidente “quer, mas não quer muito” trabalhar para o bem-estar dos brasileiros. Lula tem como o maior de seus inúmeros erros o de tratar a reconstrução do Brasil como se fosse uma festa. Esse problema, é claro, não é percebido pela delirante elite do bom atraso que, h...

GOVERNO LULA AGRAVA SUA CRISE

INDICADO POR LULA PARA O BANCO CENTRAL, GABRIEL GALÍPOLO PREFERIU MANTER OS JUROS ALTOS "POR MUITO TEMPO". Enquanto o governo Lula limita gastos mensais com universidades federais, a farra das ONGs nas ditas “emendas parlamentares” é de R$ 274 milhões. Na viagem para a China, Lula é acusado de gastar café com valor equivalente a R$ 56 e de conprar um terno no valor equivalente a R$ 850. Quanto às universidades públicas, a renomada Academia Brasileira de Ciências acusa o governo Lula de desmontar as instituições de ensino superior público através desses cortes financeiros. Lulistas blindam Janja quando ela quebrou o protocolo da conversa entre o marido e o presidente chinês Xi Jinping, para falar de sua preocupação com o Tik Tok. Em compensação, Lula não cumpriu a promessa de implantar o Plano Nacional de Transição Energética, que iria tirar o Brasil da dependência de combustível fóssil. Mas o presidente ainda quer devastar a Amazônia Equatorial para extrair mais petróleo. Lul...

QUANDO A CAPRICHO QUER PARECER A ROCK BRIGADE

Até se admite que o departamento de Jornalismo das rádios comerciais ditas “de rock” é esforçado e tenta mostrar serviço. Mas nem de longe isso pode representar um diferencial para as tais “rádios rock”, por mais que haja alguma competência no trabalho de seus repórteres. A gente vê o contraste que existe nessas rádios. Na programação diária, que ocupa a manhã, a tarde e o começo da noite, elas operam como rádios pop convencionais, por mais que a vinheta estilo “voz de sapo” tente coaxar a palavra “rock”. O repertório é hit-parade, com medalhões ou nomes comerciais, e nem de longe oferecem o básico para o público iniciante de rock. Para piorar, tem aquele papo furado de que as “rádios rock” não tocam só os “clássicos”, mas também as “novidades”. Papo puramente imbecil. É aquela coisa da padaria dizer que não vende somente salgados, mas também os doces. Que diferença isso faz? O endeusamento, ou mesmo as passagens de pano, da imprensa especializada às rádios comerciais “de rock” se deve...

A ILUSÃO DE QUERER PARECER O “MAIS LEGAL DO PLANETA”

Um dos legados do Brasil de Lula 3.0 está na felicidade tóxica de uma parcela de privilegiados. A obsessão de uns poucos bem-nascidos em parecer “gente legal”, em atrair apoio social, os faz até manipular a carteirada para cima e para baixo, entre um sentimento de orgulho aqui e uma falsa modéstia ali, sempre procurando mascarar a hipocrisia que não consegue se ocultar nas mentes dessas pessoas. Com a patrulha dos negacionistas factuais, “isentões” designados para promover o boicote ao pensamento crítico nas redes sociais, a “boa” sociedade que é a elite do bom atraso precisa parecer, aos olhos dos outros, as mais positivas possíveis, daí o esforço desesperado para criar um ambiente de conformidade e até de conformismo, sobretudo pela perigosa ilusão de acreditar que o futuro do Brasil será conduzido por um idoso de 80 anos. Quando ouvimos falar de períodos de supostas regeneração e glorificação do “povo brasileiro”, nos animamos no primeiro momento, achando que agora o Brasil será a n...

APOIO DAS ESQUERDAS AO "FUNK" ABRIU CAMINHO PARA O GOLPE DE 2016

MC POZE DO RODO, COM SEU CARRO LAMBORGHINI AVALIADO EM TRÊS MILHÕES DE REAIS. A choradeira das esquerdas médias diante da prisão de MC Poze do Rodo tenta reviver um hábito contraído há 20 anos, quando o esquerdismo passou a endossar o discurso fabricado pela Rede Globo e pela Folha de São Paulo para "socializar" o "funk", um dos ritmos do comercialismo brega-popularesco que passou a blindar por uma elite de intelectuais sob inspiração do antigo IPES-IBAD, só que sob uma retórica "pós-tropicalista". A revolta contra a prisão do funqueiro e alegações clichês como "criminalização da cultura" e "realidade da favela" feita por parlamentares e jornalistas da mídia esquerdista se tornam bastante vergonhosas e, em muitos casos, descontextualizada com a real preocupação com as classes pobres da vida real, que em nenhum momento são representadas ou se identificam com o "funk" ou o trap. O "funk" e o trap apenas falam sobre o ...