Pular para o conteúdo principal

SOMOS TODOS PRECONCEITUOSOS?

 

O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DE FLÁVIO BOLSONARO TAMBÉM ERA CONSIDERADO "UM ABSURDO" PARA CONSIDERÁVEL PARCELA DOS BRASILEIROS EM 2018.

O desprezo que setores da opinião pública têm do meu livro Esses Intelectuais Pertinentes... revela um preconceito muito maior do que aqueles que os intelectuais pró-brega atribuíam aos opositores da bregalização cultural.

Pessoas que se dizem "isentas", "esclarecidas" e "progressistas" rejeitam o meu livro enumerando mil teses, como se fossem os maiores sabedores dos segredos da humanidade.

Quando falo que o pessoal deveria ler meu livro e não achar que "leu" sem ter lido, não é porque fui eu que escrevi o livro, mas porque o livro apresenta ideias que destoam de narrativas oficiais, dominantes mas cheias de equívocos.

O pessoal tem medo de que esse livro represente, para eles, ataques gratuitos à intelectualidade envolvida na tal campanha "contra o preconceito".

Não é livro de ataques gratuitos. Críticas e questionamentos não são ataques. E nem de longe as revelações negativas são assassinatos de reputações.

Só para se ter uma ideia, a Operação Lava Jato está sendo, hoje, desconstruída. Até parte da mídia venal admite que Sérgio Moro e Deltan Dallagnol cometeram crimes que arrepiariam até mesmo juristas de perfil mais conservador.

Deltan Dallagnol, por exemplo, parecia um valentão da escola, ao lado de seus "caros" - como ele saudava seus parceiros procuradores - , fazendo piadinhas grosseiras contra Lula e comemorando qualquer coisa que ocorresse em desfavor do petista.

Isso vai contra os princípios jurídicos. Assim como a promiscuidade de Sérgio Moro com Dallagnol, um juiz e um procurador, inadmissível pelo Direito brasileiro.

Do mesmo modo, também foi ilegal Moro, sendo juiz de Curitiba, ser responsável de um suposto caso de corrupção cujo raio de ação teria sido em São Paulo.

E os envolvimentos de Moro com o Deep State dos EUA, algo que severamente vai contra a soberania brasileira? Outra ilegalidade.

Mas durante muito tempo as pessoas taparam os ouvidos a essas verdades. Se irritavam quando alguém dizia que essas revelações tinham algum sentido verídico.

O caso de Bolsonaro ensina o quanto muita gente pode tapar os ouvidos para a verdade que lhes soa desagradável.

Não bastasse a fortuna da "familícia", uma aberração diante da aparente condição de agentes políticos dos envolvidos e do passado militar de Jair Bolsonaro, recentemente Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente, comprou uma mansão de R$ 6 milhões numa área nobre de Brasília.

É quatro vezes o valor declarado pelo senador acusado de ser o principal membro dos Bolsonaro a estabelecer contatos com milicianos do Rio de Janeiro.

Com que dinheiro Flávio comprou esse imóvel? Com a grana que ele acumulou há tempos e com o patrimônio que reforçou com o esquema das "rachadinhas" com seu antigo assessor, o miliciano Fabrício Queiroz, aquele que doou R$ 89 mil para Michelle Bolsonaro.

Boa parte dos brasileiros ignorou essa atitude há três anos. Tanto que Jair Bolsonaro acabou sendo eleito, mesmo com outros anti-petistas mais inofensivos na corrida presidencial.

E isso não ocorre só na direita "isenta" ou na extrema-direita que achavam "absurdo" que a família Bolsonaro seria capaz de vergonhosos atos de corrupção.

Na esquerda, pessoas passaram anos e anos tapando os ouvidos quando se falava que o "funk carioca" era aliado das Organizações Globo.

Acusado de americanização? A esquerda etnocêntrica vai lá para 1928 deturpar e descontextualizar os conceitos de antropofagia cultural de Oswald de Andrade para passar pano no "funk".

Pior. Vão usando o samba, "também estrangeiro" (sua origem é africana), para comparações também descontextualizadas em relação à rejeição que o "funk" recebe hoje em dia.

Sim, é pessoal que se diz "esclarecido", "isento" e acredita naquela preguiçosa falácia da "imparcialidade" que passa pano em pessoas ou instituições que despertam alguma suspeita?

Ser "imparcial" e "objetivo", no Brasil, é ser um pouco um flanelinha, prestes a passar pano numa problemática para que ela seja desproblematizada e se torne um patrimônio fenomenológico.

Até o Espiritismo brasileiro tem escândalos de arrepiar: o suposto "maior médium do Brasil" é acusado de contrariar os ensinamentos originais da Doutrina Espírita, promover literatura fake e de ser um dos maiores reacionários da história do país. 

E contra ele - glorificado por uma caridade fajuta tipo a de Luciano Huck - pesa até mesmo suspeitas de assassinato de um sobrinho, envenenado por "queima de arquivo" por provável mando do presidente de uma federação para evitar que fosse denunciado o esquema de fraudes "mediúnicas".

Essas ações criminosas, que abriram precedente para se usar a bel prazer os nomes dos mortos para promover sensacionalismo literário sobrenatural, foram reveladas sem querer pela historiadora Ana Loryn Soares, em livro de 2018.

Mas ela preferiu passar pano em tudo isso, dando uma interpretação e uma narrativa mais complacentes sobre esse aberrante e deplorável esquema fraudulento, que tinha o apoio e a colaboração abertamente assumidos do famoso "médium".

Por muito menos, as pessoas questionam mais no mundo desenvolvido. Charlatães são facilmente desmascarados. Maharishi só teve uns dois ou três anos de prestígio. 

Seu similar identitarista do Triângulo Mineiro, falecido em 2002, por coisas muitíssimo piores é blindado até as moléculas de seus restos mortais.

A sociedade do espetáculo lá é considerada um problema. A overdose de informação, uma ameaça ao Conhecimento. Mas aqui a bregalização é glorificada como a "alegria das periferias" e a sobrecarga informativa, mote principalmente das FMs noticiosas, é visto como "liberdade de expressão".


Só para perceber como são as coisas, muitas sumidades masculinas estão sendo denunciadas uma a uma por conta de erros graves, que o politicamente incorreto dos anos 1990 deixou passar.

O admirável apresentador e entrevistador David Letterman, sinônimo de diversão e humor nos talk shows que fizeram sucesso no mundo inteiro, tem dois pontos sombrios contra ele.

Um é uma cena, numa entrevista de 1998 com a atriz Jennifer Aniston, então estrela do seriado Friends (termo que significa "amigos", vale lembrar, antes que a palavra anglo-saxônica fosse adotada pelo portinglês falado no Brasil), em que Letterman chupa os fios do cabelo da atriz.

Outra é uma das entrevistas que fez com a socialite Paris Hilton no qual foram feitas piadas ofensivas contra ela.

Por incrível que pareça, Paris Hilton, em que pese ser uma ricaça, se revelou uma garota realmente legal nos últimos tempos. Nunca fiz alguma crítica em relação a ela, sempre a vi com uma certa simpatia.

Nos EUA, vemos diretores consagrados, depois do caso Harvey Weinstein - que, antes do escândalo dos abusos sexuais, era visto como um "deus" - , sendo denunciados por assédio sexual, piadas ofensivas etc. 

Vemos também mercados cinematográficos que menosprezam as mulheres, festivais de cinema que desprezam os negros.

Só nos EUA e nas abordagens distópicas da Europa, sobretudo nos países eslavos e escandinavos, é que "médiuns" charlatães são repudiados e até combatidos. Aqui eles viram "símbolos de amor, paz e dedicação ao próximo".

E a bregalização, que é dotada de muito preconceito social, ridicularizando negros, como no "pagodão" baiano, e depreciando a mulher, como em vários gêneros popularescos, reclama de ser "vítima de preconceito".

Na verdade, essas pessoas que falam em "combater o preconceito" são as mais rigida, vergonhosa e preocupantemente preconceituosas. E ficam elaborando teorias para defender suas convicções. E se acham com razão, só porque suas abordagens lacram e monetizam na Internet com muita facilidade.

Se fosse na Europa, Esses Intelectuais Pertinentes... estaria entre os vinte livros mais vendidos. Sem ironia e sem qualquer envaidecimento, porque não falo isso porque fui eu que escrevi o livro, mas porque ele apresenta questionamentos muitíssimo importantes.

Aqui é que o pessoal boicota o livro, porque vai contra aquela "cultura linda" que mostra o povo pobre inofensivo quanto macaquinhos sagui.

O preconceito dos "sem preconceito" é que é pior e mais aberrante. Se o povo se comporta como macaquinhos de realejo, nossos "formadores de opinião" mais influentes vão dormir tranquilos.

Legal, para eles, é ver um velho pobre e banguela balbuciar bobagens num programa de TV. E aí vai o antropólogo adorável dizer "Vejam que sabedoria pop esse velho banguela tem!".

Já li casos de intelectuais passando pano na pedofilia em "bailes funk" e eventos de "pagodão", dizendo que é a "iniciação sexual das jovens das periferias". Infelizmente não tive o cuidado de anotar quem foi que escreveu isso, mas é a mais pura verdade.

E a intelectualidade passando pano na precarização do trabalho do povo pobre, arriscando a vender produtos piratas e contrabandeados em meio a produtos de segunda e terceira mão, achando que isso é fruto da "corajosa criatividade libertária" do povo das "periferias".

Ou então os intelectuais falando que a prostituição é "causa libertária" e expressão de empoderamento e emancipação feminina, enquanto se cala diante de prostitutas agredidas e mortas por seus fregueses e até cafetões.

Tudo isso é mencionado em Esses Intelectuais Pertinentes... só que com mais aprofundamento. Não há como se contentar com o que está escrito neste blogue.

Antes de me definirem como "chato" ou achar meu livro "perda de tempo", as pessoas devem verificar seus valores. Porque hoje essa rejeição, sustentada por mil teorias verossímeis, faz muito sentido, mas chega uma hora em que tudo isso vai se revelar, sim, num grande e vergonhoso preconceito.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FOMOS TAPEADOS!!!!

Durante cerca de duas décadas, fomos bombardeados pelo discurso do tal "combate ao preconceito", cujo repertório intelectual já foi separado no volume Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , para o pessoal conhecer pagando menos pelo livro. Essa retórica chorosa, que alternava entre o vitimismo e a arrogância de uma elite de intelectuais "bacanas", criou uma narrativa em que os fenômenos popularescos, em boa parte montados pela ditadura militar, eram a "verdadeira cultura popular". Vieram declarações de profunda falsidade, mas com um apelo de convencimento perigosamente eficaz: termos como "MPB com P maiúsculo", "cultura das periferias", "expressão cultural do povo pobre", "expressão da dor e dos desejos da população pobre", "a cultura popular sem corantes ou aromatizantes" vieram para convencer a opinião pública de que o caminho da cultura popular era através da bregalização, partindo d

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

ESQUERDAS CORTEJANDO UMA CANTORA IDENTITARISTA... MAS CAPITALISTA

CARTAZ DA BOITEMPO JUNTANDO KARL MARX E MADONNA NO MESMO BALAIO. O Brasil está tendo uma aula gratuita do que é peleguismo, com Lula fazendo duplo jogo político enganando o povo pobre e se aliando com os ricos, e do que é pequena burguesia, com uma elite de classe média abastada que aoosta num esquerdismo infantilizado, identitarista e indiferente aos verdadeiros problemas das classes trabalhadoras. As esquerdas mainstream do Brasil, as esquerdas médias, são a tradução local da pequena burguesia falada pela teoria marxista. Uma esquerda que quer soar pop e que, através dos “brinquedos culturais” que fazem do Brasil a versão vida real da novela das 21 horas da Rede Globo, quer o mundo da direita moderada convertido num pretenso patrimônio esquerdista. Isso faz as esquerdas soarem patéticas em muitos momentos. Como se observa tanto na complacência do jornalista Julinho Bittencourt, da Revista Fórum, com o fato da apresentação de Madonna em Copacabana, no Rio de Janeiro, não ter músicos e

A “BOA” SOCIEDADE CANTANDO UMA CANÇÃO DE UM BOLSONARISTA!!!!

Bizarra a elite do bom atraso, nesse Brasil louco dos anos loucos à brasileira (ou Roaring Twenties pós-tropicalistas). Gente com orgulho de jogar comida fora, que acha futebol sinônimo de civismo, que adora filmes sobre pretensos fenômenos “espíritas” a ponto de botar frases de “médium” picareta defensor da ditadura militar para “alegrar o dia”, que não tem dinheiro para ajudar o próximo mas tem grana de sobra para comprar cervejas (consumidas em dimensões diluvianas) e até cigarros.  Essa gente egoísta metida a generosa ainda será assunto em outra postagem, pois aqui vamos mostrar apenas um aspecto desta burguesia ilustrada que se acha dona de tudo e ainda não se curou da obsessão de dominar o mundo, agora esperançosa de, quem sabe, contar com o apoio da senhorita Ciccone para tamanha ambição planetária. Pois a patota do viralatismo cultural enrustido, que acha que “música vintage” é Odair José, Michael Sullivan e É O Tchan e que acha que a perda do cantor do medíocre grupo Molejo, A

FLUMINENSE FM E O RADIALISMO ROCK QUE QUASE NÃO EXISTE MAIS

É vergonhoso ver como a cultura rock e seu mercado radiofônico se reduziram hoje em dia, num verdadeiro lixo que só serve para alimentar fortunas do empresariado do entretenimento, de promotoras de eventos, de anunciantes, da mídia associada, às custas de produtos caros que vendem para jovens desavisados em eventos musicais.  São os novos super-ricos a arrancar cada vez mais o dinheiro, o couro e até os rins de quem consome música em geral, e o rock, hoje reduzido a um teatro de marionetes e um picadeiro da Faria Lima, se tornou uma grande piada, mergulhada na mesmice do hit-parade . Ninguém mais garimpa grandes canções, conformada com os mesmos sucessos de sempre, esperando que Stranger Things e Velozes e Furiosos façam alguma canção obscura se popularizar. Nos anos 1980, houve uma rádio muito brilhante, que até hoje não deixou sucessora à altura, seja pelos critérios de programação, pelo leque amplo de músicas tocadas e pela linguagem própria de seus locutores, seja pelo alcance do s

O PESADELO GAÚCHO QUE DESAFIA O "SONHO BRASILEIRO"

O CENTRO DE PORTO ALEGRE COM ÁGUA QUE ATINGIU CINCO METROS DE ALAGAMENTO. Não há como sonhar grande. O risco de cair da cama é total. A terrível tragédia do temporal no Rio Grande do Sul é algo que nos faz parar para pensar. Isso é normal para um país próspero? Falta alguma consciência ambiental no nosso país? Até o fechamento deste texto, 56 pessoas morreram e vários estão entre feridos, desabrigados e desaparecidos. Porto Alegre, Caxias do Sul e Gramado estão entre as inúmeras cidades atingidas por chuvas intensas, vendavais, trovoadas e transborda de rios, entre eles o Guaíba. E nós manifestamos pesar sobre essa traumatizante ocorrência e solidariedade às vítimas. A situação é muito triste, mas não deixa de ser lamentável o oportunismo das subcelebridades, aspirantes a super-ricos, de oferecer doações milionárias para as vítimas das enchentes. Uma sociedade que, em condições naturais, quer demais para si e, egoísta, não quer abrir mão do supérfluo para ajudar o próximo a ter o neces

BRASIL NO APOGEU DO EGOÍSMO HUMANO

A "SOCIEDADE DO AMOR" E SEU APETITE VORAZ DE CONSUMIR O DINHEIRO EM EXCESSO QUE TEM. Nunca o egoísmo esteve tão em moda no Brasil. Pessoas com mão-de-vaca consumindo que nem loucos mas se recusando a ajudar o próximo. Poucos ajudam os miseráveis, poucos dão dinheiro para quem precisa. Muitos, porém, dizem não ter dinheiro para ajudar o próximo, e declaram isso com falsa gentileza, mal escondendo sua irritação. Mas são essas mesmas pessoas que têm muito dinheiro para comprar cigarros e cervejas, esses dois venenos cancerígenos que a "boa" sociedade consome em dimensões bíblicas, achando que vão viver até os 100 anos com essa verdadeira dieta do mal à base de muita nicotina e muito álcool. A dita "sociedade do amor", sem medo e sem amor, que é a elite do bom atraso, a burguesia de chinelos invisível a olho nu, está consumindo feito animais vorazes o que seus instintos veem como algo prazeroso. Pessoas transformadas em bichos, dominadas apenas por seus instin