Pular para o conteúdo principal

"CUSTO BOLSONARO" É UMA CILADA PARA AS FORÇAS PROGRESSISTAS

 

Circula um vídeo, patrocinado pelas elites empresariais, intitulado Custo Bolsonaro.

Nele, são criticadas as pautas de costumes, o desprezo aos cuidados da pandemia e outros desastres conhecidos pelo público médio sobre esse governo decadente.

Uma coisa, porém, não é criticada: a pauta econômica.

Se existem críticas nesse sentido, é quanto à baixa eficiência do ministro Paulo Guedes para atender aos anseios dos golpistas de 2016, da reforma previdenciária à privatização da Eletrobras e dos Correios.

E isso fora a venda do que resta da Petrobras.

Aliás, sobre esse caso, ocorreu uma coisa risível.

Consultando o portal G1, li notícias sobre investigações policiais e prisões de envolvidos em furto de petróleo.

A matéria que eu li foi esta. Mas houve outra relacionada ao mesmo assunto.

Tudo bem. Mas é gente dente de leite, uma mera molecada diante do que as empresas estrangeiras fazem com o dinheiro e o petróleo do nosso país.

Levam o petróleo e os lucros obtidos por sua exploração. E só investem uma mixaria para o Brasil.

Quando atuam em projetos culturais ou assistenciais, o fazem sempre calculando o impacto publicitário que terão com isso.

É a "caridade" que muitos acreditam ser maravilhosa mas não é. É quando o benfeitor calcula o impacto de sua suposta filantropia, ele pouco faz pelo próximo e espera, mesmo sem assumir, um número de aplausos muitíssimo maior.

O tal "médium de peruca" do Espiritismo brasileiro - muito falado aqui por causa da ameaça se setores das esquerdas evocarem um picareta desses para "pedir a paz entre irmãos" - foi desse tipo. Só que isso nada difere do que Luciano Huck tenta fazer hoje em dia.

Existe uma suposta caridade na qual o benfeitor faz muito pouco pelos pobres, através de ações que são meramente paliativas.

No entanto, ao pouco que é feito, se espera, mesmo quando não se assume isso no discurso, algo em troca: aplausos, visibilidade, fama, prestígio.

Criam-se caravanas ostensivas, feitas para forjar a comoção pública, na qual, entre donativos comuns, se inserem também roupas rasgadas, mantimentos de marcas ruins e até remédios com prazo de validade vencido.

Não raro, o melhor desses donativos é repassado para mercadinhos de bairros e brechós, enquanto a parte ruim é mantida para distribuir aos pobres, que são tratados como lixo.

E nessa "caridade" espetacularizada, que faz muitas pessoas desperdiçarem lágrimas na masturbação pelos olhos da comoção fácil, os pobres permanecem sempre os mesmos.

É porque a tal "caridade" não adiantou, mostrando que não faz sentido a confusão que muita gente tem entre "transformar vidas" e "aliviar dores". 

Uma coisa não é sinônima de outra. Transformar vidas significa romper com a situação de pobreza, já aliviar as dores mantém a pobreza, mas a ajusta para níveis, em tese, suportáveis.

E, vamos combinar, se os "médiuns" do Espiritismo brasileiro fizeram ou fazem caridade, nossos subúrbios teriam virado bairros prósperos e o Triângulo Mineiro seria a Escandinávia brasileira.

Não tem como fugir dessa ideia.

As esquerdas insistem em endeusar um falecido "médium" que defendeu a ditadura e o AI-5 e foi condecorado por isso, além de suas ideias doutrinárias defenderem a precarização do trabalho e a rejeição radical do aborto, mesmo quando a gestante corre risco de morte.

Esse é o mal. E é isso que minha bronca se repete aqui neste blogue. Se não falar, a esquerda entra com uma mensagem "pacificadora" e o golpe político se radicaliza ainda mais.

Não adianta só evitar falar desse picareta que usou peruca. Silenciar para evitar polêmica, ficar na zona de conforto da dúvida, sobretudo no caso das psicografakes, achando que a pessoa morre para mudar totalmente de personalidade no além-túmulo, é inútil e perigoso.

As esquerdas têm que repudiar, dizer que foram enganadas pelo "médium", ver que a coisa não é tão linda assim e que faz sentido que, se vivo fosse, o falso profeta da "data-limite" seria um bolsonarista doente, desses que acham impeachment de Bolsonaro uma "leviandade" fruto do ódio (!).

Nem tudo é conto de fadas. A esquerda piegas, sentimentaloide e identotária cai muito fácil em mil armadilhas, daí os brinquedos culturais da centro-direita que, infelizmente, se tornou o patrimônio das esquerdas identitárias e infantilizadas.

Recentemente, as esquerdas caíram no conto do "Bumbum Tantã" de MC Fioti.

E aí a imbecilização invadiu um terreno, que são as forças progressistas, que deveria valorizar o talento, a inteligência e a competência, o que não pode ser confundido com meritocracia.

MC Fioti, de graça, virou "ativista de esquerda", "cronista", "cientista", "historiador" e "filósofo", como se não bastasse ele, um artista ruim, ser nivelado, pelas esquerdas iludidas, ao patamar de João Gilberto.

Depois essas esquerdas reclamam que Jair Bolsonaro não sabe governar. Essas esquerdas interagem com ele em tudo, tentam se contrapor ao presidente mas essa contraposição mais parece uma simetria complementar do que uma oposição combativa.

Que diferença tem no presidente que diz que as pessoas estão de "mimimi" ao chorarem as perdas humanas pela Covid-19 e um intérprete medíocre que mudou o tema de seu hit ao ver seu trocadilho com o nome Butantã e fala bobagens do tipo "não quero virar jacaré, me dá superpoderes?"?

E agora a turma que faz o Renova BR vem com o vídeo do Custo Bolsonaro e as esquerdas assinam embaixo.

E isso é ainda mais escancarado, dentro de um contexto em que os golpistas Rodrigo Maia e Fernando Henrique Cardoso (ele mesmo, o da farra da privataria) se "arrependeram" em não terem votado em Fernando Haddad.

Também fico meio desconfiado quando se fala que, agora, o empresariado trocou Bolsonaro por Lula.

Que um empresário ou outro vá apoiar Lula, tudo bem. O contexto permite que alguns dos homens e mulheres de negócios tenham mentalidade progressista.

Tivemos o caso de Mário Wallace Simonsen, xará do conservador Mário Henrique Simonsen. Mas o "Wallace", que foi dono da companhia aérea Panair, da TV Excelsior e tinha fazenda produtora de café, era um sujeito progressista, amigo de João Goulart e Leonel Brizola.

Mário Wallace se suicidou em 1965, quando a ditadura militar pressionou para que suas empresas, que eram bem administradas, tinham lucro estável e respeitavam os trabalhadores, entrassem em forçada falência, uma espécie de assassinato empresarial, de pessoa jurídica.

Ele foi uma das exceções, como é, por exemplo, Luíza Trajano, da Magalu, que resolveu empregar negros para quadros de gerência, criando um mercado para pessoas historicamente rejeitadas por motivos racistas.

José Alencar, o falecido vice de Lula, também foi um dos poucos com mentalidade progressista, daí ter aceito integrar a chapa do petista.

Furar a bolha pelo lado errado não vai fazer as esquerdas retomarem o protagonismo.

As esquerdas têm que ouvir setores da direita? Sim, claro. Faz parte do jogo democrático. Mas temos que tomar cuidado com os aproveitadores, que se demonstram mais efusivos e fazem promessas mirabolantes.

Até um Alexandre Frota, que foi apoiador do "funk", defendeu a objetificação do corpo feminino, virou ator pornô e um direitista ferrenho, merece ser ouvido, porque ele mudou realmente e o contexto permite isso.

O mesmo caso um Reinaldo Azevedo que embarcava no jargão "petralha" para expor sua hidrofobia. Ou o Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, antes um passador de pano do tucanato e que, para defender o fim do diploma de Jornalismo, chamava os jornlistas de "cozinheiros".

Reinaldo Azevedo e Gilmar Mendes andam com atuações mais técnicas. Eles mudaram.

Mas abrir as pernas para direitistas que prometem a paz mundial, pagam a rodada de cerveja e bajulam Lula e Dilma Rousseff é muito perigoso. Há muita gente que dá o "beijo da morte", dando o forte abraço e depois apunhalando pelas costas.

E não dá para confundir a caridade desafiadora praticada pela Teologia da Libertação com a "caridade paliativa" dos chamados "médiuns espíritas".

Uma coisa é um católico ouvir e interagir com os sem-teto e buscar meios de estimular a mobilização popular para defender a moradia e a qualidade de vida.

Outra é assinar papeizinhos doando velhos casarões para instituições "espíritas", sob a desculpa de assistir aos pobres (que não se vê, profundamente, na prática) e criar caravanas ostensivas para um punhado de donativos fajutos.

"Caridade" feita para promover o suposto benfeitor e só traz benefícios paliativos não é caridade.

Até porque ela agrada aos interesses do empresariado e representa, também, um processo de dominação de seitas religiosas sobre a população carente.

Há muita coisa complexa que nossas esquerdas não entendem. E isso é muito ruim. Daí que as elites deitam e rolam com essa esquerda infantilizada e submissa que temos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BRASIL TÓXICO

O Brasil vive um momento tóxico, em que uma elite relativamente flexível, a elite do bom atraso - na verdade, a mesma elite do atraso ressignificada para o contexto "democrático" atual - , se acha dona de tudo, seja do mundo, da verdade, do povo pobre, do bom senso, do futuro, da espécie humana e até do dinheiro público para financiar seus trabalhos e liberar suas granas pessoais para a diversão. Controlando as narrativas que têm que ser aceitas como a "verdade indiscutível", pouco importando os fatos e a realidade, essa elite brasileira que se acha "a espécie humana por excelência", a "classe social mais legal do planeta", se diz "defensora da liberdade e do humanismo" mas age como se fosse radicalmente contra isso. Embora essa elite, hoje, se acha "tão democrática" que pretende reeleger Lula, de preferência, por dez vezes seguidas, pouco importando as restrições previstas pela Constituição Federal, sob o pretexto de que some

A GAFE MUNDIAL DE GUILHERME FIÚZA

Há praticamente dez anos morreu Bussunda, um dos mais talentosos humoristas do país. Mas seu biógrafo, Guilherme Fiúza, passou a atrair as gargalhadas que antes eram dadas ao falecido membro do Casseta & Planeta. Fiúza é membro-fundador do Instituto Millenium, junto com Pedro Bial, Rodrigo Constantino, Gustavo Franco e companhia. Gustavo Franco, com sua pinta de falso nerd (a turma do "cervejão-ão-ão" iria adorar), é uma espécie de "padrinho" de Guilherme Fiúza. O valente Fiúza foi namorado da socialite Narcisa Tamborindeguy, que foi mulher de um empresário do grupo Gerdau, Caco Gerdau Johannpeter. Não por acaso, o grupo Gerdau patrocina o Instituto Millenium. Guilherme Fiúza escreveu um texto na sua coluna da revista Época em que lançou uma tese debiloide. A de que o New York Times é um jornal patrocinado pelo PT. Nossa, que imaginação possuem os reaças da nossa mídia, que põem seus cérebros a serviço de seus umbigos! Imagine, um jornal bas

BRASIL TERRIVELMENTE DOENTE

EMÍLIO SURITA FAZENDO COMENTÁRIOS HOMOFÓBICOS E JOVENS GRITANDO E SE EMBRIAGANDO DE MADRUGADA, PERTURBANDO A VIZINHANÇA. A turma do boicote, que não suporta ver textos questionadores e, mesmo em relação a textos jornalísticos, espera que se conte, em vez de fatos verídicos, estórias da Cinderela - é sério, tem muita gente assim - , não aceita que nosso Brasil esteja em crise e ainda vem com esse papo de "primeiro a gente vira Primeiro Mundo, depois a gente conversa". Vemos que o nosso Brasil está muito doente. Depois da pandemia da Covid-19, temos agora a pandemia do egoísmo, com pessoas cheias de grana consumindo que em animais afoitos, e que, nos dois planos ideológicos, a direita reacionária e a esquerda festiva, há exemplos de pura sociopatia, péssimos exemplos que ofendem e constrangem quem pensa num país com um mínimo de dignidade humana possível. Dias atrás, o radialista e apresentador do programa Pânico da Jovem Pan, Emílio Surita, fez uma atrocidade, ao investir numa

ADORAÇÃO AO FUTEBOL É UM FENÔMENO CUJO MENOS BENEFICIADO É O TORCEDOR

Sabe-se que soa divertido, em muitos ambientes de trabalho, conversar sobre futebol, interagir até com o patrão, combinando um encontro em algum restaurante de rua ou algum bar bastante badalado para assistir a um dito "clássico" do futebol brasileiro durante a tarde de domingo. Sabe-se que isso agrega socialmente, distrai a população e o futebol se torna um assunto para se falar para quem vive de falta de assunto. Mas vamos combinar que o futebol, apesar desse clima de alegria, é um dos símbolos de paixões tóxicas que contaminam o Brasil, e cujo fanatismo supera até mesmo o fanatismo que já existe e se torna violento em países como Argentina, Inglaterra, França e Itália. Mesmo o Uruguai, que não costuma ter essa fama, contou com a "contribuição" violenta dos torcedores do Peñarol, que no Rio de Janeiro causaram confusão, vandalismo e saques, assustando os moradores. A toxicidade do futebol é tamanha que o esporte é uma verdadeira usina de super-ricos, com dirigente

POR QUE A GERAÇÃO NASCIDA NOS ANOS 1950 NO BRASIL É CONSIDERADA "PERDIDA"?

CRIANÇA NASCIDA NOS ANOS 1950 SE INTROMETENDO NA CONVERSA DOS PAIS. Lendo as notícias acerca do casal Bianca Rinaldi e Eduardo Menga, este com 70 anos, ou seja, nascido em 1954, e observando também os setentões com quem telefono no meu trabalho de telemarketing , meu atual emprego, fico refletindo sobre quem nasceu nos anos 1950 no Brasil. Da parte dos bem de vida, o empresário Eduardo Menga havia sido, há 20 anos, um daqueles "coroas" que apareciam na revista Caras junto a esposas lindas e mais jovens, a exemplo de outros como Almir Ghiaroni, Malcolm Montgomery, Walter Mundell e Roberto Justus. Eles eram os antigos "mauricinhos" dos anos 1970 que simbolizavam a "nata" dos que nasceram nos anos 1950 e que, nos tempos do "milagre brasileiro", eram instruídos a apenas correr atrás do "bom dinheiro", como a própria ditadura militar recomendava aos jovens da época: usar os estudos superiores apenas como meio de buscar um status profissional

"BALADA": UMA GÍRIA CAFONA QUE NÃO ACEITA SUA TRANSITORIEDADE

A gíria "balada" é, de longe, a pior de todas que foram criadas na língua portuguesa e que tem a aberrante condição de ter seu próprio esquema de marketing . É a gíria da Faria Lima, da Jovem Pan, de Luciano Huck, mas se impõe como a gíria do Terceiro Reich. É uma gíria arrogante, que não aceita o caráter transitório e grupal das gírias. Uma gíria voltada à dance music , a jovens riquinhos da Zona Sul paulistana e confinada nos anos 1990. Uma gíria cafona, portanto, que já deveria ter caído em desuso há mais de 20 anos e que é falada quase que cuspindo na cara de outrem. Para piorar, é uma gíria ligada ao consumo de drogas, pois "balada" se refere a um rodízio de ecstasy, a droga alucinógena da virada dos anos 1980 para os 1990. Ecstasy é uma pílula, ou seja, é a tal "bala" na linguagem coloquial da "gente bonita" de Pinheiros e Jardins que frequentava as festas noturnas da Zona Sul de São Paulo.  A gíria "balada", originalmente, era o

A LUTA CONTRA A ESCALA 6X1

Devemos admitir que uma parcela das esquerdas identitárias, pelo menos da parte da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), se preocupa com as pautas trabalhistas, num contexto em que grande parte das chamadas "esquerdas médias" (nome que eu defino como esquerdismo mainstream ) passam pano no legado da "Ponte para o Futuro" de Michel Temer, restringindo a oposição ao golpe de 2016 a um derivado, o circo do "fascismo-pastelão" de Jair Bolsonaro. Os protestos contra a escala 6x1, que determina uma jornada de trabalho de seis dias por semana e um de descanso, ocorreram em várias capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, e tiveram uma repercussão dividida, mesmo dentro das esquerdas e da direita moderada. Os protestos foram realizados pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT). A escala 6x1, junto ao salário 100% comissionado de profissões como corretor de imóveis - que transformam a remuneração em algo tão

DERROTA DAS ESQUERDAS É O GRITO DOS EXCLUÍDOS ABANDONADOS POR LULA

POPULAÇÃO DE RUA MOSTRA O LADO OBSCURO DO BRASIL QUE NÃO APARECE NA FESTA IDENTITÁRIA DO LULISMO. A derrota das esquerdas nas recentes eleições para prefeitos em todo o Brasil está sendo abastada pelas esquerdas médias, que agora tentam investir nos mesmos apelos de sempre, os "relatórios" que mostram supostos "recordes históricos" do governo Lula e, também, supostas pesquisas de opinião alegando 60% de aprovação do atual presidente da República. Por sorte, a burguesia de chinelos que apoia Lula tenta convencer, através de sua canastrice ideológica expressa nas redes sociais, de que, só porque tem dinheiro e conseguem lacrar na Internet, está sempre com a razão, e tudo que não corresponder à sua atrofiada visão de mundo não tem sentido. A realidade não importa, os fatos não têm valor, e a visão realista do cotidiano nas ruas vale muito menos do que as narrativas distorcidas compartilhadas nas redes sociais. Por isso, não faz sentido Lula ter 60% de aprovação conform

SUPERESTIMADO, MICHAEL JACKSON É ALVO DE 'FAKE NEWS' NO BRASIL

  O falecido cantor Michael Jackson é um ídolo superestimado no Brasil, quando sabemos que, no seu país de origem, o chamado "Rei do Pop" passou as últimas duas décadas de vida como subcelebridade, só sendo considerado "gênio" pelo viralatismo cultural vigente no nosso país. A supervalorização de Michael no Brasil - comparado, no plano humorístico, ao que se vê no seriado mexicano  Chaves  - chega aos níveis constrangedores de exaltar um repertório que, na verdade, é cheio de altos e baixos e nem de longe representou algo revolucionário ou transformador na música contemporânea. Na verdade, Michael foi um complexado que, por seus traumas familiares, teve vergonha de ser negro, injetando remédios que fragilizaram sua pele e seu organismo, daí ter abreviado sua vida em 2009. E forçou muito a barra em querer ser roqueiro, com resultados igualmente supervalorizados, mas que, observando com muita atenção, soam bastante medíocres, burocráticos e sem conhecimento de causa.

SOCIEDADE COMEÇA A SE PREOCUPAR COM A "SERVIDÃO DIGITAL" DOS ALUNOS

No último fim de semana, a professora e filósofa Marilena Chauí comparou o telefone celular a um objeto de servidão, fazendo um contundente comentário a respeito do vício das pessoas verem as redes sociais. Ela comparou a hiperconectividade a um mecanismo de controle, dentro de um processo perigoso de formação da subjetividade na era digital, marcada pela necessidade de "ser visto" pelos outros internautas, o que constantemente leva a frustrações que geram narcisismos, depressão e suicídios. A dependência do reconhecimento externo faz com que as redes sociais encontrem no Brasil um ambiente propício dessa servidão digital, que já ocorria desde os tempos do Orkut, em 2005, onde havia até mesmo os "tribunais de Internet", processos de humilhação de quem discorda do que "está na moda". Noto essa obsessão das pessoas em brincarem de serem famosas. Há uma paranoia de publicar coisas no Instagram. Eu tenho um perfil "clandestino" no Instagram, no qual