Um neoliberalismo com preocupação social mais relevante. É o que sinaliza o governo Lula que começa seus trabalhos de transição, já planejando o que será feito em janeiro de 2023. Com um rombo deixado, vergonhosamente, pelos quatro anos de governo Jair Bolsonaro, no valor de R$ 400 bilhões, é difícil Lula realizar suas ousadias políticas, preferindo investir em propostas de interesse social mediante negociação e nos limites de políticas econômicas neoliberais.
O vice-presidente da chapa presidencial eleita, Geraldo Alckmin, está articulando a transição, e começou a reunir com a equipe de transição para discutir o Orçamento de 1923 e como serão implantadas medidas como o aumento do salário mínimo e as condições para manter o Auxílio Brasil (a ser rebatizado de Bolsa Família) no valor de R$ 600.
Estiveram presentes, entre outros, na reunião: Marcelo Castro, senador (MDB-PI), Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta do PT; Aloizio Mercadante (PT-SP), ex-ministro e coordenador do plano de governo de Lula; Wellington Dias (PT), ex-governador do Piauí e senador eleito; Paulo Rocha, líder do PT no Senado; Jean Paul Prates (PT), líder da Minoria no Senado; Confúcio Moura (MDB-RO), senador; Reginaldo Lopes, líder do PT na Câmara; Enio Verri (PT-PR), deputado federal; Paulo Pimenta (PT-RS), deputado federal; e Rui Falcão (PT-SP), deputado federal.
Já se fala não em ruptura de teto de gastos, mas em flexibilização, embora se discuta um aumento que permita investimentos em Saúde (que necessita de investimentos de R$ 15 bilhões), Educação, Infraestrutura e outros setores estratégicos. Através da PEC da Transição, que é o nome da proposta em flexibilizar o teto dos gastos públicos, podendo ultrapassar R$ 100 bilhões, embora se preveja um limite de gastos.
O presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva sinalizou que irá aumentar o salário mínimo de R$ 1.212, valor deste ano, para R$ 1.319, valor de 2023. Lula considera esse valor como um aumento real acima da inflação, e, além dos R$ 600 do Bolsa Família, pretende-se conceder um auxílio de R$ 150 para cada filho de até seis anos de idade que fizer parte de uma família pobre, seja essa criança gerada ou adotada.
Contrariando expectativas exageradamente emocionais, trazidas por setores das esquerdas, o governo Lula tende a ser bastante moderado. As medidas sociais serão consideradas e terão destaque, mas tudo indica que não haverá as tão esperadas ousadias políticas. O governo Lula será um governo de coalizão ainda mais moderado do que o de 2003.
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