PROTESTO DE CAMINHONEIROS EM RESENDE, NO SUL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Sabe-se que Lula não obteve uma grande vitória sobre Jair Bolsonaro. Além de não ter conseguido vencer no primeiro turno das eleições presidenciais, o petista ainda obteve a vitória final com vantagem menor no segundo turno. Da diferença de seis milhões de votos no primeiro turno, ela diminuiu para um terço no segundo.
A diferença de votos de Lula sobre Bolsonaro é praticamente o número de habitantes da cidade de Manaus, que nem é considerada uma das maiores cidades brasileiras. E o dado mais grave é que Lula tinha uma vantagem maior no primeiro turno diante de vários candidatos enquanto que, no segundo, apenas contra Bolsonaro, o petista só conseguiu somar para si três milhões de votos, enquanto o extremo-direitista somou para si mais do que o dobro do acréscimo, sete milhões de votos.
Bolsonaro perdeu de pé, e é compreensível a organização dos bolsonaristas em promover manifestações contra Lula em várias rodovias do Brasil, atingindo, pelo menos, 16 Estados. Enquanto isso, Lula venceu de maneira apertada por meio de uma campanha cheia de erros, daí que o petista poderia ter obtido uma vantagem maior, não fossem os erros que este blogue já mencionou em várias oportunidades.
A revolta dos caminhoneiros apoiadores de Bolsonaro foi um teste para ver como as instituições reagem a esse ato, já apelidado de "terceiro turno das eleições". E ontem Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em que, aparentemente, condenava os protestos nas rodovias. Depois desse pronunciamento, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin, afirmou que Bolsonaro admitiu a derrota eleitoral. Dois trechos do curto pronunciamento, no Palácio da Alvorada, ontem à tarde:
"Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição".
"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir".
Os protestos dos caminhoneiros prejudicaram o fornecimento de vários produtos e até de medicamentos para hospitais. O trânsito ficou prejudicado. Linhas do Terminal Rodoviário do Tietê tiveram que ser canceladas, assim como voos em aeroportos como Galeão e Guarulhos. Um voo dos EUA que voltaria ao Brasil teve que retornar ao solo estadunidense.
As manifestações dos bolsonaristas são apenas uma amostra do que pode vir por aí. As instituições devem parar de agir da maneira complacente como foi conhecida desde os tempos do governo Michel Temer. Deveriam ser implementadas ações mais enérgicas, pois os atos dos bolsonaristas são muito radicais e não se pode mais passar pano nesses abusos. A situação está complicada e preocupante.
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