Não sou Fabíola Reipert, Léo Dias nem similares, mas vou tentar falar do mundo pantanoso do show business, evidentemente sem falar nomes, mas narrando coisas estranhas que eu juntei ao montar o quebra-cabeças, passatempo apropriado de um jornalista de verdade.
Vamos lá. Uma conhecida dançarina de um conjunto baiano viveu um casamento feliz com um esportista, até pouco tempo atrás. Chegaram a viajar em clima de segundas núpcias. Mas, da noite para o dia, o casamento, pouco depois, acabou, sem razão aparente, mas de forma "amigável". Durante um tempo, a moça teve que arrumar um namorado (bolsonarista) para dizer que "está mesmo solteira".
Nos últimos dias, ela e o ex-marido retomaram contato. Mas aí foi plantada uma "notícia" sobre flerte nas redes sociais que frustraram a famosa e o factoide, lançado como "exclusividade" do portal Quem Acontece, foi reproduzido pelo UOL e pelo portal Terra, que manteve a nota até a manhã de domingo.
É muito, muito estranho. E dizem que a dançarina, que sempre teve uma rotina de namoradeira - no passado, ela sempre engatou um namoro atrás de outro e tendia para ter um casamento bastante sólido e estável - , está forçando a barra com celibato e "encalhe" para promover uma imagem de "sensual" e "desejada" nas redes sociais, focalizando o público "punheteiro" que vê Internet.
Desconfia-se de que o showbiz brasileiro é tão perverso quanto os mercados pop mais rasteiros, dos quais se proíbe a vida amorosa de seus ídolos. No pop sul-coreano, o k-pop, o celibato forçado, mesmo com garantias de sucesso nas carreiras dos ídolos, entre atores e cantores ídolos do público adolescente, o número de suicídios é enorme e preocupante, porque muitos ídolos não aguentam tanta pressão e desejariam alternar os compromissos profissionais da fama com uma vida pessoal próxima da normal.
Consta-se que aqui o Brasil se compra até divórcio, e tem até funqueira suspeita de forjar uma solteirice fake, num mercado em que existem até mulheres que vivem EXCLUSIVAMENTE de mostrar o corpo, o que dá o tom do machismo estrutural em que vive o Brasil. E um cantor de outro conjunto baiano revelou que chegaram a lhe oferecer dinheiro para se separar da mulher, porque "solteiro vende mais".
A imagem do (a) solteiro (a) no Brasil já é promovida como um idiota ou como uma pessoa repulsiva, supostamente derrotada. Aqui no Brasil a solteirofobia é motivada por um hedonismo autoritário, que está a serviço da diversão frenética das Big Techs e da festividade noturna dos empresários de boates, bares e clubes noturnos que escravizam a busca da vida amorosa à badalação noturna, unindo casais sem afinidade que, anos depois, terminam de forma trágica, através do feminicídio.
Sem trazer algo conclusivo, são essas as estranhezas que fazem com que o meio popularesco brasileiro se torne um dos cenários de entretenimento mais bizarros do mundo. E o único a contar com uma blindagem intelectual e acadêmica bastante articulada.
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