Diferente do que ocorreu nos governos de Juscelino Kubitschek e João Goulart, quando havia debates e esforços de aprimorar a cultura brasileira, os dois governos Lula preferiram preservar o culturalismo conservador vigente desde os tempos do "milagre brasileiro" da ditadura militar, com direito a ideólogos como antropólogos, historiadores, jornalistas culturais e cineastas de documentários que, com uma atuação que lembra os ideólogos dos antigos IPES e IBAD, defenderem a bregalização cultural. Em uma atitude arriscada e constrangedora, as esquerdas, como que num suicídio intelectual, acolheram os chamados "brinquedos culturais" que, postos em conjunto, mostravam um Brasil mais próximo de uma novela do horário nobre da Rede Globo do que de um país em busca de progresso, desenvolvimento e justiça social. Os "brinquedos culturais" combinavam uma visão etnocêntrica do povo pobre, tratado como se fosse um misto de bichinhos domesticados com estereótipos de habi...