DAMARES ALVES, EX-MINISTRA DE JAIR BOLSONARO, ENTRE OS LÍDERES DA IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR, PAULO (E) E JOSUÉ BENGTSON, RESPECTIVAMENTE PRIMO E TIO DELA.
As duas correntes religiosas que haviam sido patrocinadas pela ditadura militar para enfraquecer a Teologia da Libertação católica (que havia sido uma força poderosa de oposição ao regime fardado), o Evangelismo Neopentecostal e o Espiritismo brasileiro, vieram aprontando das suas.
Conforme artigo publicado no Diário do Centro do Mundo, a família dona de um avião, apreendido no último sábado pela Polícia Federal transportando 290 kg de maconha concentrada (skunk), parente da ex-ministra de Jair Bolsonaro, a hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF), é líder da Igreja do Evangelho Quadrangular, mais uma a entrar no elenco problemático de "neopenteques", que vai da Assembleia de Deus à Renascer em Cristo.
A matéria faz um pequeno histórico da família Bengtson, cujo patriarca, o chefe a IEQ, Josué Bengtson, é tio de Damares e seus herdeiros são os filhos Paulo e Marcos, este acusado de ser o mandante do assassinato de um sem-terra, José Valmeristo Soares, o Caribé, e da tentativa de assassinato de outro, João Batista Galdino.
Marcos Bengtson é beneficiado pela impunidade. Ele administrou a Fazenda Cambará, hoje Acampamento Quintino Lira, e é acusado também de grilagem de terra e de destruir uma demarcação de terra para camponeses determinada pelo INCRA em 2014, sob o governo Dilma Rousseff. Já Josué Bengtson, padrinho político da sobrinha Damares, é acusado de enriquecimento ilícito e de desviar, no Pará, recursos da Secretaria da Saúde, esquema conhecido como "máfia das ambulâncias".
A denúncia do avião transportando a droga vem à tona no momento em que os apoiadores diretos ou indiretos de Jair Bolsonaro sofrem as primeiras condenações. Deltan Dallagnol, um dos líderes da Operação Lava Jato, perdeu o mandato de deputado federal. Fernando Collor, ex-presidente da República, foi condenado a oito anos de prisão e dez meses de prisão em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Há denúncias de que as seitas neopentecostais que apoiam Jair Bolsonaro serviam de lavagem de dinheiro de milicianos. Os neopentecostais são conhecidos também pela extorsão de dinheiro dos fiéis, que, no caso da Igreja Universal do Reino de Deus, fez o bispo Edir Macedo se enriquecer a ponto de poder comprar todo o conglomerado midiático da Rádio e TV Record.
As seitas neopentecostais se tornaram conhecidas por serem a maior base de apoio de Jair Bolsonaro, com sua doutrinação obscurantista que se tornou perigosa no Legislativo brasileiro, forçando os retrocessos sociais, que misturam cristianismo medieval com moralismo armamentista, a serviço de padrões humanos que só faziam sentido nos tempos narrados pelo Velho Testamento da Bíblia.
JOSÉ WILKER, SAUDOSO AUTOR FAMOSO PELO PAPEL DE ROQUE SANTEIRO.
Mas o Espiritismo brasileiro, religião mais blindada do que diamante raro guardado em cofre de magnata, também não fica muito longe de suas traquinagens. A religião "espírita", que ainda engana muita gente com suas psicografakes, com a filantropia fajuta dos níveis de Luciano Huck e usando a dramaturgia como principal meio de doutrinação do público leigo, vem nas redes sociais com mensagens fake de falecidos atores supostamente narrando o fictício mundo do umbral.
Sabemos que o Espiritismo brasileiro, que tem na Folha de São Paulo sua maior trincheira, tenta se passar incólume em relação às denúncias de inúmeras mazelas envolvendo religiões diversas, e busca se ascender às custas da crise das seitas neopentecostais, enganando a sociedade brasileira com um verniz de "inteligência e despretensão", se valendo de um lobby de famosos e de artifícios como promover os "médiuns" que atuam como "donos" dos mortos e dos pobres.
Com um apetite maior por fake news do que os "neopenteques", os "espíritas" usam as redes sociais para assediar novos fiéis, e no YouTube se lançam mão de supostas mensagens "espirituais" em que os pretensos falecidos "aparecem" repetindo as mesmas narrativas da farsante obra Nosso Lar, uma psicografake reconhecida como plágio do livro britânico A Vida Além do Véu (The Life Beyond the Vail).
A Vida Além do Véu é uma obra fictícia, pretensamente paranormal, escrita pelo reverendo protestante George Vale Owen e foi lançada em 1926, e foi lançada no Brasil justamente por uma editora "espírita". A obra britânica foi prefaciada por Arthur Conan Doyle, que pelo jeito dispensou seu Sherlock Holmes de averiguar a veracidade de obra tão suspeita, uma das milhares de tentativas de especular em vez de investigar o mundo espiritual, sempre movido pelas paixões materiais e pelo ressentimento de muitas pessoas não conseguirem ser atendidas em toda sua ganância humana.
Pois no YouTube se proliferam mensagens farsantes ostentando nomes de mortos famosos e ilustres - o que contraria as recomendações do próprio Allan Kardec - , sempre narrando a mesma coisa da obra de ficção científica fajuta e enrustida Nosso Lar: primeiro o morto vai ao umbral, depois é socorrido numa tal colônia espiritual, o morto "conhece melhor" o Evangelho de Jesus e termina a mensagem fazendo um mershandising religioso.
Falsas mensagens atribuídas a Domingos Montagner, Hebe Camargo e até Mamonas Assassinas foram divulgadas em vídeos do YouTube, facilmente enganosos porque, do contrário dos "neopenteques", esse obscurantismo religioso não se conduz pela cosmética da raiva e da intolerância.
Pois agora surgem mensagens mais "ambiciosas". Tem um Cláudio Cavalcânti (ator de Roque Santeiro e Irmãos Coragem) narrando a "surpreendente vida" no "umbral" (espécie de vale cavernoso que os "espíritas" acreditam ser uma zona de espíritos inferiores). Tem um Paulo Gustavo falando em "cura gay", também mencionando a "vida dolorosa no umbral".
Mas agora até o José Wilker, falecido ator e grande ativista cultural, que protagonizou a novela Roque Santeiro, fazendo par romântico com a hoje bolsonarista Regina Duarte, e creditado a uma mensagem farsante, também narrando "com detalhes" a "dolorosa vida no umbral". O que um ator de grande caráter foi fazer num suposto terreno a que se atribui o confinamento prolongado de espíritos faltosos?
Esta farsa com o saudoso ator ocorre num momento em que Danton Mello, depois de trocar o ateísmo pelo Espiritismo brasileiro, teve o azar de ter seu nome envolvido numa propaganda enganosa de um produto "milagroso", indicando charlatanismo, justamente o crime pelo qual os "médiuns espíritas" são acusados e, por isso, eles recorrem à filantropia, que em realidade nunca fazem, como carteirada para se blindarem, a todo custo, de qualquer critica ou acusação.
Também é uma época em que o talentoso ator Guilherme Fontes, ignorando as más energias que o fizeram atrasar o filme Chatô enfrentando incidentes estranhos, foi blindar a novela A Viagem (cujo reprise no canal Viva! tende a repetir, com a Globo, o que a novela original fez com a TV Tupi, ou seja, causar demissões em massa), e quando Regiane Alves, que interpretou o suposto espírito Joana de Angelis, reclamou de censura de um beijo lésbico de sua personagem na novela Vai na Fé, também da Rede Globo.
Para quem não sabe, Joana de Angelis é o suposto espírito a que se atribui, supostamente, ter sido a sóror baiana Joana Angélica. Mas essa atribuição é falsa, diferente da veracidade do mentor do tenebroso "médium da peruca" de Uberaba ter sido o padre Manuel da Nóbrega. Isso porque o temperamento da sóror baiana era diferente da índole autoritária da mentora de outro "médium", um baiano "pacifista" que apoia o belicoso Jair Bolsonaro e os protestos golpistas de Oito de Janeiro.
Joana de Angelis teria sido, em verdade, uma versão transgênero do "máscara de ferro", obsessor do "médium baiano" que atua em Pau da Lima. Isso parece estranho, em se tratando desse "médium pacifista" ter manifesto uma postura agressivamente homofóbica, um aviso para a atriz que tanto reclama da censura ao beijo lésbico e foi escolhida pelo baiano para interpretar a "sóror". Mas se temos um Fernando Holiday da vida, tanto faz espírito "trans" ser homofóbico.
O Espiritismo brasileiro, associado aos "coronéis" do gado zebu, ainda vêm com propaganda enganosa, tentando vender Uberaba como uma cidade "agradável para viver", ao mesmo tempo "barata" e "com boa qualidade de vida". A prefeitura apenas "arruma" o Centro da cidade e faz essa grande mentira, sob o objetivo de atrair os turistas e futuros moradores ao traiçoeiro turismo ao memorial de um charlatão religioso, farsante e reacionário. A realidade, porém, é que Uberaba não vai além dos padrões urbanos comparáveis a uma cidade tipo Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Com esses incidentes, vemos o quanto "neopenteques" e "espiritualistas de chiqueiro", mais de 45 anos depois de suas religiões crescerem sob subsídios ditatoriais para enfraquecer o prestígio dos católicos progressistas, se valem de atos desonestos para obter vantagens.
É a fé religiosa a serviço não só do obscurantismo doutrinário, mas também de muita lavagem de dinheiro (que também ocorre entre os "espíritas", faltando a um investigador corajoso identificar as empresas e os políticos envolvidos) e muita mentira para forçar a "masturbação pelos olhos", a comoção fácil e fútil de pessoas ainda dotadas de muita ingenuidade.
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