Pular para o conteúdo principal

ESTRANHO "FEMINISMO DE RESULTADOS"


Depois que, nos anos 80, cresceu um ativismo feminista que realmente pensava nas reivindicações da mulher moderna, nos últimos dez anos vimos surgirem "correntes feministas" muitíssimo estranhas, mais "pragmáticas" porém contraditórias e equivocadas em muitos princípios.

Esse "feminismo de resultados" que vimos hoje, por mais que se afirme de peito aberto (e nu, como no caso das manifestantes do Fémen), que é a "última palavra em ativismo progressista", contribui mais para a brutalização da mulher brasileira do que para exercer a justiça e a liberdade da mulher brasileira.

Lendo vários artigos do gênero, pude verificar uma série de equívocos que vou ver se exponho em palavras breves, porque detalhar todos eles daria um livro e uma dedicação de tempo que, por enquanto, não tenho para desenvolvê-lo.

Um deles é o enorme disparate que se tem entre a posição das feministas quanto à imagem da mulher de classe média feita pela mídia, e em relação os estereótipos que essa mesma mídia faz da mulher das classes populares.

No primeiro caso, há uma indignação que se considera justa e relevante quanto às caricaturas que a mulher de classe média recebe da mídia, principalmente dos comerciais de televisão, que mostram a mulher ao mesmo tempo bonita e debiloide, submissa e multi-tarefada.

No segundo caso, porém, há uma condescendência dessas mesmas "feministas" quanto à imagem que as mulheres "populares" recebem da mídia, ao mesmo tempo grosseiras, forçadamente sensuais e bastante sobrecarregadas no cotidiano.

Isso soa por demais elitista. Se a mulher de classe média é vista como caricaturalmente sensual, posando de faxineira sexy em comercial de produto de limpeza, a imagem é "repulsiva", expressa "exploração machista". Só que se a mulher das "periferias" posa de enfermeira sexy com seu corpo exagerado pelas doses de silicone, ela é "admirável" e e expressa "discurso direto".

É maravilhoso para as "feministas" de classe média acharem que a mulher de elite não pode se sobrecarregar em tarefas domésticas, como querem os comerciais de detergentes, margarinas, carnes, supermercados etc. Neste ponto, concordo plenamente com elas.

Por outro lado, é estranho que essas "feministas" achem maravilhoso ver a mulher pobre condenada a um celibato forçado, rejeitando homens de sua própria afinidade, enquanto têm muitos filhos para criar sozinha com seu mísero salário que nem diversas profissões - como cozinheira, babá, lavadeira e diarista - conseguem, juntos, permitir deixar as contas em dia e a cesta básica na mesa.

Elas falam em "liberdade do corpo" e reservam à mulher de classe média uma proteção física em que até as paqueras de rua são proibidas. Mas se é a "moça da periferia", ou as siliconadas que simbolicamente representam as jovens pobres, "mostra-se demais" o corpo, estimulando os impulsos sexuais dos homens pobres que não raro estupram e violentam até mesmo crianças.

Fico imaginando se esse "feminismo de resultados" só quer mesmo a mulher certinha dentro da Casa Grande. Na Senzala, pode haver a libertinagem que for, embora a intelectualidade "bacaninha", que é farofafeira, fora-do-eixo, ninja, pró-funqueira e pró-brega etc, ache tudo "positivo", ela deixa as mulheres pobres em situações que variam entre a humilhação e a vulnerabilidade.

Fico preocupado, por exemplo, com todo esse empenho das mulheres que integram a intelectualidade "bacana" em defender a prostituição como "profissão permanente" das mulheres pobres. A classe média quer que as moças pobres sejam prostitutas pelo resto da vida, talvez até os 70 anos de idade, ou no término dos 30 anos de serviço para cálculo previdenciário.

O problema é que as moças pobres não querem ser prostitutas a vida toda. Isso lhes é humilhante. Elas só estão lá porque não tiveram escolaridade suficiente para arrumar outros empregos, mal conseguem ter dinheiro para comprar um traje para uma entrevista de emprego!

As prostitutas querem ser professoras, costureiras, advogadas, economistas, jornalistas, motoristas, servidoras públicas etc. Mas a classe média "bacana" e sua intelectualidade arrogante que pensa ser "mais povo do que o próprio povo" quer que elas sejam prostitutas a troco de uma Carteira de Trabalho e um sindicato próprio.

O "sindicato" foi montado com os "restos" das verbas que George Soros deram para os intelectuais e ativistas "bacanas" e as prostitutas ganharam até rádio comunitária onde se despejam as horripilantes, canções da música brega (incluindo também o não menos medonho "funk"), repletas do mais forte cheiro de esgoto com mofo tóxico.

E quanto à novidade do "Chega de Fiu-Fiu" e da "careta do dentinho" para afastar os assediadores mais grotescos nas ruas e lugares públicos, a mulherada se esquece que eles têm dinheiro o bastante para irem à noite nas boates bares e casas noturnas.

É risível que muitas mulheres que ficam a ver estrelas - à noite não dá para ver navios pela escuridão e nem toda cidade fica à beira do mar - reclamam da "falta de homens" nas noitadas e exageram dizendo que "não existe homem nesse país". As mesmas que dão fora até a homens educados de dia e em locais públicos.

O grande problema é que esses ambientes de bebedeira e besteira são piores para paqueras e os maus assediadores estão lá, porque têm dinheiro de sobra para tomar cerveja e uma boa oportunidade para criar cantadas habilidosas, ainda que grosseiras, que a correria do dia a dia não os permite lançar.

As mulheres se perdem nas noites encharcadas de muita cerveja esperando que os príncipes encantados apareçam de carruagem as pedindo em casamento, sem perceber que os riscos que a mulherada sofre na "náite" contribui para muitos óbitos prematuros e desnecessários que atingiram muitas mulheres ao longo dos anos.

Acidentes de trânsito, latrocínios, doenças sexuais, drogas e outros males, para não dizer os feminicídios cometidos pelos "homens divertidos" que várias mulheres conhecem na vida noturna, traduzem as tragédias de muitas mulheres que poderiam estar ainda aí, tocando a vida em frente, mas que morreram no caminho, no vigor de sua juventude.

Isso o feminismo não quer saber. Elas não sabem o quanto as noitadas, "únicos" lugares para se paquerar ou fazer algum assédio às mulheres, são lugares de altíssimo risco, levando em conta que o consumo de álcool e drogas tira qualquer pessoa de alguma autoconsciência de seus atos. Se não há "Chega de Fiu-Fiu" nas noitadas, boa parte dos feminicídios continuará acontecendo no Brasil.

Em vez de se preocuparem com essa questão, o "feminismo de resultados" reclama da "ditadura da beleza" aqui, da "ditadura da boa forma" acolá, querem ter o "direito" de ficarem fora de forma e correrem risco de infarto ou câncer que ceifará suas vidas na meia-idade, e acham feio a mulher ter físico saudável, ser delicada e sensível.

Essas "feministas" querem ser feias, agressivas, fumantes, alcoolistas e futebosteiras, porque acham que a beleza e a sensibilidade emocional são sinônimo de "burrice" e "submissão" ao machismo. Acham que mulher delicada é sinônimo de idiota, o que não é verdade. Há muitas mulheres delicadas e doces que dão um banho de feminismo em muita manifestante "mais agressiva".

As "feministas de resultados" deveriam olhar para si mesmas. Muitas delas são sustentadas por um homem, o especulador George Soros que tenta amestrar as esquerdas brasileiras (mas é ligado à CIA e sócio da Monsanto, megacorporação da agricultura no mundo inteiro), e as funqueiras e outras "musas populares" são controladas por empresários, homens e machistas convictos.

Por isso não dá para acreditar nesse "feminismo de resultados" que no fundo compactua com o machismo e apenas estabelece uma "guerra fria" entre homens e mulheres, diferente do feminismo que Emma Watson defende lá fora. O "feminismo" brasileiro precisa se reavaliar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BRASIL TÓXICO

O Brasil vive um momento tóxico, em que uma elite relativamente flexível, a elite do bom atraso - na verdade, a mesma elite do atraso ressignificada para o contexto "democrático" atual - , se acha dona de tudo, seja do mundo, da verdade, do povo pobre, do bom senso, do futuro, da espécie humana e até do dinheiro público para financiar seus trabalhos e liberar suas granas pessoais para a diversão. Controlando as narrativas que têm que ser aceitas como a "verdade indiscutível", pouco importando os fatos e a realidade, essa elite brasileira que se acha "a espécie humana por excelência", a "classe social mais legal do planeta", se diz "defensora da liberdade e do humanismo" mas age como se fosse radicalmente contra isso. Embora essa elite, hoje, se acha "tão democrática" que pretende reeleger Lula, de preferência, por dez vezes seguidas, pouco importando as restrições previstas pela Constituição Federal, sob o pretexto de que some

A GAFE MUNDIAL DE GUILHERME FIÚZA

Há praticamente dez anos morreu Bussunda, um dos mais talentosos humoristas do país. Mas seu biógrafo, Guilherme Fiúza, passou a atrair as gargalhadas que antes eram dadas ao falecido membro do Casseta & Planeta. Fiúza é membro-fundador do Instituto Millenium, junto com Pedro Bial, Rodrigo Constantino, Gustavo Franco e companhia. Gustavo Franco, com sua pinta de falso nerd (a turma do "cervejão-ão-ão" iria adorar), é uma espécie de "padrinho" de Guilherme Fiúza. O valente Fiúza foi namorado da socialite Narcisa Tamborindeguy, que foi mulher de um empresário do grupo Gerdau, Caco Gerdau Johannpeter. Não por acaso, o grupo Gerdau patrocina o Instituto Millenium. Guilherme Fiúza escreveu um texto na sua coluna da revista Época em que lançou uma tese debiloide. A de que o New York Times é um jornal patrocinado pelo PT. Nossa, que imaginação possuem os reaças da nossa mídia, que põem seus cérebros a serviço de seus umbigos! Imagine, um jornal bas

POR QUE A GERAÇÃO NASCIDA NOS ANOS 1950 NO BRASIL É CONSIDERADA "PERDIDA"?

CRIANÇA NASCIDA NOS ANOS 1950 SE INTROMETENDO NA CONVERSA DOS PAIS. Lendo as notícias acerca do casal Bianca Rinaldi e Eduardo Menga, este com 70 anos, ou seja, nascido em 1954, e observando também os setentões com quem telefono no meu trabalho de telemarketing , meu atual emprego, fico refletindo sobre quem nasceu nos anos 1950 no Brasil. Da parte dos bem de vida, o empresário Eduardo Menga havia sido, há 20 anos, um daqueles "coroas" que apareciam na revista Caras junto a esposas lindas e mais jovens, a exemplo de outros como Almir Ghiaroni, Malcolm Montgomery, Walter Mundell e Roberto Justus. Eles eram os antigos "mauricinhos" dos anos 1970 que simbolizavam a "nata" dos que nasceram nos anos 1950 e que, nos tempos do "milagre brasileiro", eram instruídos a apenas correr atrás do "bom dinheiro", como a própria ditadura militar recomendava aos jovens da época: usar os estudos superiores apenas como meio de buscar um status profissional

ADORAÇÃO AO FUTEBOL É UM FENÔMENO CUJO MENOS BENEFICIADO É O TORCEDOR

Sabe-se que soa divertido, em muitos ambientes de trabalho, conversar sobre futebol, interagir até com o patrão, combinando um encontro em algum restaurante de rua ou algum bar bastante badalado para assistir a um dito "clássico" do futebol brasileiro durante a tarde de domingo. Sabe-se que isso agrega socialmente, distrai a população e o futebol se torna um assunto para se falar para quem vive de falta de assunto. Mas vamos combinar que o futebol, apesar desse clima de alegria, é um dos símbolos de paixões tóxicas que contaminam o Brasil, e cujo fanatismo supera até mesmo o fanatismo que já existe e se torna violento em países como Argentina, Inglaterra, França e Itália. Mesmo o Uruguai, que não costuma ter essa fama, contou com a "contribuição" violenta dos torcedores do Peñarol, que no Rio de Janeiro causaram confusão, vandalismo e saques, assustando os moradores. A toxicidade do futebol é tamanha que o esporte é uma verdadeira usina de super-ricos, com dirigente

A LUTA CONTRA A ESCALA 6X1

Devemos admitir que uma parcela das esquerdas identitárias, pelo menos da parte da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), se preocupa com as pautas trabalhistas, num contexto em que grande parte das chamadas "esquerdas médias" (nome que eu defino como esquerdismo mainstream ) passam pano no legado da "Ponte para o Futuro" de Michel Temer, restringindo a oposição ao golpe de 2016 a um derivado, o circo do "fascismo-pastelão" de Jair Bolsonaro. Os protestos contra a escala 6x1, que determina uma jornada de trabalho de seis dias por semana e um de descanso, ocorreram em várias capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, e tiveram uma repercussão dividida, mesmo dentro das esquerdas e da direita moderada. Os protestos foram realizados pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT). A escala 6x1, junto ao salário 100% comissionado de profissões como corretor de imóveis - que transformam a remuneração em algo tão

"BALADA": UMA GÍRIA CAFONA QUE NÃO ACEITA SUA TRANSITORIEDADE

A gíria "balada" é, de longe, a pior de todas que foram criadas na língua portuguesa e que tem a aberrante condição de ter seu próprio esquema de marketing . É a gíria da Faria Lima, da Jovem Pan, de Luciano Huck, mas se impõe como a gíria do Terceiro Reich. É uma gíria arrogante, que não aceita o caráter transitório e grupal das gírias. Uma gíria voltada à dance music , a jovens riquinhos da Zona Sul paulistana e confinada nos anos 1990. Uma gíria cafona, portanto, que já deveria ter caído em desuso há mais de 20 anos e que é falada quase que cuspindo na cara de outrem. Para piorar, é uma gíria ligada ao consumo de drogas, pois "balada" se refere a um rodízio de ecstasy, a droga alucinógena da virada dos anos 1980 para os 1990. Ecstasy é uma pílula, ou seja, é a tal "bala" na linguagem coloquial da "gente bonita" de Pinheiros e Jardins que frequentava as festas noturnas da Zona Sul de São Paulo.  A gíria "balada", originalmente, era o

DERROTA DAS ESQUERDAS É O GRITO DOS EXCLUÍDOS ABANDONADOS POR LULA

POPULAÇÃO DE RUA MOSTRA O LADO OBSCURO DO BRASIL QUE NÃO APARECE NA FESTA IDENTITÁRIA DO LULISMO. A derrota das esquerdas nas recentes eleições para prefeitos em todo o Brasil está sendo abastada pelas esquerdas médias, que agora tentam investir nos mesmos apelos de sempre, os "relatórios" que mostram supostos "recordes históricos" do governo Lula e, também, supostas pesquisas de opinião alegando 60% de aprovação do atual presidente da República. Por sorte, a burguesia de chinelos que apoia Lula tenta convencer, através de sua canastrice ideológica expressa nas redes sociais, de que, só porque tem dinheiro e conseguem lacrar na Internet, está sempre com a razão, e tudo que não corresponder à sua atrofiada visão de mundo não tem sentido. A realidade não importa, os fatos não têm valor, e a visão realista do cotidiano nas ruas vale muito menos do que as narrativas distorcidas compartilhadas nas redes sociais. Por isso, não faz sentido Lula ter 60% de aprovação conform

SAI O FALSO PROFETA, ENTRA O FALSO DRAMATURGO

Enquanto muitos se preocupam com pastores com camisas de colarinho e gravatas pedindo, aos berros, para que os fiéis ofereçam até seus eletrodomésticos para as igrejas neopentecostais, o perigo maior simplesmente não é sentido por conta do gosto de mel e do aparato de falsa humildade e suposta simplicidade. Nosso Brasil está atrasado, apesar de uma elite de abastados, tomada de profundo complexo de superioridade em níveis psicologicamente preocupantes, jurar de pés juntos que o país irá se tornar uma nação desenvolvida no final de 2026. Nem em sonhos e muito menos em nenhum esforço de transformar os mais dourados sonhos lulistas em realidade. Uma prova do atraso brasileiro é que há uma dificuldade em níveis preocupantes de compreender que o pior do obscurantismo religioso não se limita a extorsões da fé manipuladora nos meios de comunicação. E vamos combinar que, embora sejam verídicas das denúncias, o obscurantismo neopentecostal anda sendo superestimado como se nele encerrassem as ma

SOCIEDADE COMEÇA A SE PREOCUPAR COM A "SERVIDÃO DIGITAL" DOS ALUNOS

No último fim de semana, a professora e filósofa Marilena Chauí comparou o telefone celular a um objeto de servidão, fazendo um contundente comentário a respeito do vício das pessoas verem as redes sociais. Ela comparou a hiperconectividade a um mecanismo de controle, dentro de um processo perigoso de formação da subjetividade na era digital, marcada pela necessidade de "ser visto" pelos outros internautas, o que constantemente leva a frustrações que geram narcisismos, depressão e suicídios. A dependência do reconhecimento externo faz com que as redes sociais encontrem no Brasil um ambiente propício dessa servidão digital, que já ocorria desde os tempos do Orkut, em 2005, onde havia até mesmo os "tribunais de Internet", processos de humilhação de quem discorda do que "está na moda". Noto essa obsessão das pessoas em brincarem de serem famosas. Há uma paranoia de publicar coisas no Instagram. Eu tenho um perfil "clandestino" no Instagram, no qual

JOO TODDYNHO NOS LEMBRA QUE O "FUNK CARIOCA" É "IRMÃO" DE JAIR BOLSONARO

A postura direitista que a funqueira Jojo Toddynho assumiu, apoiando Jair Bolsonaro, esbanjando reacionarismo e tudo, pode causar grande surpresa e até decepção por parte daqueles que acreditam na ingênua, equivocada porém dominante ideia de que o "funk" é um movimento culturalmente progressista. Vendo que Jojo Toddynho, a one-hit wonder  brasileira do sucesso "Que Tiro é Esse?" - que, nos últimos momentos da "campanha contra o preconceito" da intelligentzia  do nosso país, chegou a ser comparada, tendenciosamente, com "Gaúcho (Corta-Jaca)", de Chiquinha Gonzaga - , tornou-se garota-propaganda da pavorosa rede de lojas Havan, as pessoas dormem tranquilas achando que a funqueira é uma "estranha no ninho", ao lado de nomes como Nego do Borel, Pepê e Nenem e o "divertido" Buchecha. E aí o pessoal vai acreditando na narrativa, carregada de muito coitadismo, de que o "funk" é ideologicamente "de esquerda", que o