Assim como temos escândalos envolvendo nomes popularescos dos anos 1990, de denúncias de estupro a canções racistas e machistas e posturas bolsonaristas aqui e ali, lá fora há denúncias de abusos sexuais e morais envolvendo personalidades diversas.
O roqueiro Brian Warner, conhecido como Marilyn Manson, que nunca foi grande coisa e que nunca passou de um subproduto do asqueroso rock barulhento pós-grunge dos anos 1990, agora está sendo alvo de denúncias muito graves.
Elas começaram quando sua ex-noiva, a atriz Evan Rachel Wood, que era adolescente na época, recentemente denunciou que havia sofrido abusos durante a relação, entre 2006 e 2010. Disse a atriz, num dramático desabafo:
"O nome do meu abusador é Brian Warner, também conhecido como Marilyn Manson. Ele começou a me assediar quando eu ainda era uma adolescente e abusou terrivelmente de mim por anos. Eu sofri uma lavagem cerebral e fui manipulada à submissão. Eu cansei de viver com medo da retaliação, difamação ou de chantagens. Eu estou aqui para expor esse homem perigoso e denunciar as indústrias que o permitem atuar, antes que ele arruine outras vidas. Eu estou ao lado das muitas vítimas que não vão mais se silenciar".
A mensagem repercutiu e ganhou solidariedade de outras mulheres. Em seguida, a cineasta e estilista Love Baile trazer um desabafo ainda mais chocante: "Não sou fã da cultura do cancelamento, mas quando alguém como @marilynmanson aponta uma arma para sua cabeça, é hora de falar".
Love estava tentando ajudar uma atriz durante uma sessão de fotos, em 2001.
Ela havia encontrado também, na casa do cantor, desenhos agrupados para tentar abrir "algum portal demoníaco".
Depois ela foi para o quarto onde o cantor e a atriz haviam transado e esta parecia dopada. Quando a estilista tentou ajudar a vítima, Manson apontou a arma para Love, conforme ela descreveu:
"Uma grande Glock, uma Glock de metal, não uma arma de brinquedo. Ele colocou isso direto na minha testa e disse: ‘Eu não gosto de bichas’. Então ele riu, em um tom agressivo".
Como se não bastasse, outra atriz, a britânica Esmé Bianco, que participou do seriado Game of Thrones, fez outra grave denúncia contra Marilyn Manson. Ela se envolveu com ele em 2010, por intermédio da ex-mulher, Dita Von Teese, colega dela dos espetáculos de burlesque.
Esmé participou de um clipe de uma música de Manson que já tem título pavoroso: "I Want to Kill You Like They Do in the Movies".
Bianco definiu Manson como um "predador em série" e que "quase lhe destruiu e quase destruiu várias mulheres" e, embora o cantor tivesse pedido para ela fingir que estava sendo maltratada, os maus tratos eram de verdade.
Ela, que ficou de lingerie nos três dias que esteve com o cantor, era mal alimentada e Manson lhe oferecia cocaína em vez de comida.
Convidada para fazer com ele o filme Phantasmagoria, Esmé foi para a casa do cantor e lá foi torturada durante um ato sexual.
Manson, que chegou a jogar a câmera fora durante suas explosões de irritação, no ato sexual mordeu a atriz, a agrediu causando hematomas e ainda passou uma faca no seu corpo, causando um corte.
Esmé Bianco se sentiu ameaçada e insegura, embora não tivesse reagido na ocasião. Ela denunciou que o cantor controlava sua agenda e, durante uma briga, ele a perseguiu com um machado. Ela teve que fugir da casa dele aproveitando que ele dormia, em 2011.
Não bastasse isso, Manson ainda fazia ironia com os amigos, dizendo que Esmé era "sua namorada" e era uma "vadia" (bitch, em inglês).
Dita Von Teese afirmou que não sofreu abusos nem violência quando foi casada com Manson, mas admite que o casamento terminou por causa da infidelidade dele e do vício do cantor com as drogas.
Apesar disso, Dita se manifestou solidária às vítimas.
Manson, que está sendo investigado e perdeu contatos com gravadora, agência de talentos e programa de TV, desmente as acusações.
Musicalmente, é evidente que o rock alternativo não é um paraíso de santos, mas Marilyn Manson, com toda certeza, nunca fez rock alternativo.
Seu som simplesmente é muito ruim e, numa época em que escandalizar ganha cartaz na mídia, Marilyn Manson tem um apetite pelo mainstream não muito diferente de um BTS ou Luan Santana, descontadas as motivações de cada fenômeno.
Fiquei constrangido quando mencionei, numa página na Internet, que Marilyn Manson não era rock alternativo e, em outra página, um internauta contestava meu parecer.
Mas se a música de Marilyn Manson é, em si, uma calamidade pública até para os parâmetros de rock barulhento, com as denúncias ele se revelou um grande mau caráter.
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