GEDDEL VIEIRA LIMA, ACUSADO DE TANTOS EPISÓDIOS DE CORRUPÇÃO, MANIFESTA APOIO A LULA PARA A CAMPANHA PRESIDENCIAL DE 2022.
Como já escrevi, Lula está queimando munição com seu clima de "já ganhou", além do fato de que sua frente ampla demais está desgastando a reputação do petista.
Aquele favoritismo que era considerado certo, e que fazia muitos articulistas da mídia progressista afirmarem que "Lula é praticamente vencedor da campanha presidencial de 2022", está ruindo.
A ênfase com que Lula diz que deseja se aliar com políticos divergentes da causa petista causa desconfiança profunda entre as esquerdas, que temem desfechos semelhantes ao que Dilma Rousseff teve quando foi golpeada pelo vice Michel Temer.
Lula não está sendo estratégico nem competitivo nem autocrítico. E torna-se vítima de seus próprios impulsos, sendo obrigado a recuar.
Agora Lula tem que enfatizar os movimentos sociais, adiando os encontros com o empresariado.
Encontros com centrais sindicais, com estudantes e professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com movimentos de sem-teto, com petroleiros.
Lula tem que falar frases de efeito, coo "abrasileirar os preços das coisas", para ver se recupera a vantagem.
Mas outros episódios arranham sua reputação.
Depois que Mônica Bergamo revelou que Lula se encontrou com Abílio Diniz no ano passado, outros episódios da pesada ocorreram recentemente.
O economista do PT Aloísio Mercadante, que atualmente preside a Fundação Perseu Abramo, se encontrou com Pérsio Arida, um dos papas do neoliberalismo no Brasil, para acertar as pautas econômicas da campanha de Lula para 2022.
Arida é conhecido por ter sido o articulador da campanha presidencial de Geraldo Alckmin em 2018.
Deve vir coisa boa aí. Para o empresariado. Para o povo brasileiro, só os projetos de grife de Lula: Bolsa Família, Fome Zero, Mais Médicos, Cotas Universitárias e Minha Casa, Minha Vida, entre outros.
E para piorar, o político baiano Geddel Vieira Lima, que foi ministro de Michel Temer, resolveu apoiar a atual campanha de Lula.
Para quem não sabe, Geddel encomendou a construção de um prédio modernoso que agredia o entorno do Porto da Barra, escândalo que envolveu a 7ª Superintendência Regional do IPHAN (Bahia e Sergipe), que passou pano na construção do efifício La Vue, contrariando normas patrimoniais.
Sabe-se que, em certas áreas onde há prédios históricos, é proibida pelo regulamento do IPHAN a construção de edificações que causassem um contraste paisagístico no local, agredindo a harmonia visual de seu entorno, que seria necessária para representar a memória histórica de um lugar.
Qual o resultado de toda essa frente ampla demais, que Lula tanto faz questão de manter, a partir da escolha de Geraldo Alckmin como vice de sua chapa?
Simples. É a recuperação de Jair Bolsonaro, que aos poucos volta a fortalecer, depois do fiasco da campanha "Fora Bolsonaro" e da zona de conforto dos opositores do "capitão" em limitar seus protestos com a memecracia ou com protestos tendenciosos nas apresentações ao vivo.
É certo que as pesquisas eleitorais são duvidosas, mas elas são usadas como amostras, sabe-se lá quais os critérios a serem utilizados.
De certa maneira, vemos, segundo dados da mais recente pesquisa PoderData, do portal de notícias Poder 360, que Lula está com 41%, contra 32% de Bolsonaro. São apenas 9% de diferença. Em outros meses, a diferença chegava a mais de 20%.
Lula tenta explicar que faz alianças alienígenas com políticos fisiológicos ou apóstolos do Estado Mínimo.
As desculpas envolvem "defender a democracia", "derrubar Bolsonaro", "reconstruir o país" e "garantir a governabilidade".
Lula chegou a cometer uma gafe, dizendo que "contraditório é escolher um vice do PT", afirmando que "não ganharia eleições com uma chapa puro-sangue".
Como assim? Lula não era "o maior líder da América Latina" que "ganhava todas", era "invicto em todas as prévias eleitorais", a "via única", a "certeira via" diante de um Bolsonaro considerado "decadente" e uma Terceira Via considerada "natimorta"?
Como Lula, o candidato que "vence todas", só conseguirá vencer as eleições se tiver como vice um político ruim de votos, que é o nada carismático Geraldo Alckmin?
E como Lula garantirá a sobrevida de seu projeto político, fazendo um governo "mais à esquerda" com aliados "mais à direita"?
Que moral Lula tem de barrar ou reverter privatizações e aumentar o poder do Estado, se seus aliados defendem justamente o contrário, ou seja, as privatizações e a redução do poder estatal?
Diante disso, Lula já começa a se desgastar politicamente. O "candidato invicto", "favorito absoluto", está começando a perder eleitores, e não somente direitistas nem potenciais antipetistas, mas gente dentro das esquerdas, já decepcionadas com as contradições da campanha lulista.
A própria mídia progressista, que pregava o "favoritismo absoluto" de Lula através da desqualificação ofensiva dos adversários, também está perdendo a confiança, com tanto clima de "já ganhou".
Lula não poderia ter feito o que fez, com praia interditada para seu namoro la dolce vita com a Janja, com alianças com a direita gurmê e com sua falta de autocrítica e de prudência.
Se Lula continuar assim, certamente teremos Jair Bolsonaro reeleito, ou talvez Sérgio Moro. Imagine um segundo turno entre Moro e Bolsonaro. E não vai mais haver aquela moleza de memecracia, com o Brasil ainda mais complicado.
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