Pular para o conteúdo principal

CABO ANSELMO E A DIREITA QUE QUER CONTAMINAR AS ESQUERDAS


Ontem faleceu o sinistro militar José Anselmo dos Santos, antigo sargento da Marinha de 1964 que se autoapelidava "Cabo Anselmo", durante a crise aguda do governo João Goulart, que deu no golpe militar daquele ano, que gerou uma ditadura de pouco mais de duas décadas.

Cabo Anselmo estava com problemas renais e tinha 80 anos. Revelou-se, agora, que ele morava em Jundiaí, no interior paulista, e vivia recluso e sob forte proteção policial.

Ele, um falso esquerdista que mudou de lado alegando "decepção com as esquerdas", foi conhecido também por entregar vários aliados para serem mortos pela repressão militar, inclusive a namorada, a paraguaia Soledad Barrett Viedma, que mesmo grávida também sofreu a violência fatal.

Num momento em que vários fatos do passado se comparam com os fatos recentes, o falecimento de Cabo Anselmo, quase uma semana depois da morte do militar boliviano Mário Terán Salazar, atirador que matou o guerrilheiro Ernesto Che Guevara, nos põe a pensar.

Temos uma espécie de mashup entre Jânio Quadros e Ernesto Geisel, que é Jair Bolsonaro.

Teremos um crossover de João Goulart parlamentarista (1961-1962)com o mesmo Jango prometendo reformas de base (1963-1964), através da aliança de Lula com Geraldo Alckmin.

Alckmin tem como ancestral político o mesmo Tancredo Neves que foi o primeiro dos primeiro-ministros da fase parlamentarista do governo Goulart.

Tancredo apadrinhou Mário Covas que apadrinhou Geraldo Alckmin. 

Além disso, apesar de ter fundado o Partido da Frente Liberal (PFL, atual União Brasil), Tancredo foi uma espécie de patrono informal do PSDB, partido que teve em outro "moderado" envolvido com Jango, André Franco Montoro, um dos fundadores.

Neste contexto, Cabo Anselmo encerra a vida como um exemplo histórico do antigo uso estratégico do hard power através da infiltração de um agente dos EUA (Anselmo se comunicava com a CIA usando o pseudônimo de Agent Kimble), substituído depois por táticas mais sutis e próprias do soft power.

Depois dele, vieram outras estratégias.

Na ditadura, o soft power surgiu tanto pela bregalização pelo artifício de criar uma falsa "diversidade religiosa" para enfraquecer a Igreja Católica, que denunciava a opressão ditatorial para organismos internacionais, preocupando as autoridades da ditadura.

Como não se podia prender e torturar católicos em série - um e outro membro da Igreja Católica era morto pela repressão, mas eram poucos - , tinha-se que patrocinar outras seitas religiosas para enfraquecer as ações dos católicos, sobretudo da Teologia da Libertação.

Daí que tivemos indícios de financiamento para a formação ou o crescimento de religiões como as "neopentecostais" e o "movimento espírita", este através do tal "médium de peruca" que foi uma das personalidades que mais colaborou com a ditadura militar, apesar da vista grossa da opinião pública.

Era uma forma de enfraquecer a Teologia da Libertação por duas frentes: uma abertamente conservadora, os "neopentecostais", e outra falsamente progressista, o Espiritismo brasileiro, que tem a habilidade de mascarar seu conservadorismo medieval com uma retórica "moderna".

Daí que eu chamo o Espiritismo brasileiro de "Catolicismo medieval de botox".

A bregalização inspirou a mudança de estratégia no breve período de redemocratização de 1985-2016.

Quando Lula chegou ao poder, novos "Cabos Anselmos" apareceram, desta vez a serviço do "poder suave" e não mais do "poder duro".

Intelectuais treinados pelo neoliberalismo acadêmico vestiram a fantasia esquerdista e resolveram apelar para uma estranha campanha chamada "combate ao preconceito".

Com vários acadêmicos financiados (de forma nunca oficialmente assumida) por entidades como a Fundação Ford e a Soros Open Society, a "campanha contra o preconceito" (descrita no meu livro Esses Intelectuais Pertinentes...) era um meio de mascarar a decadência cultural com um discurso atraente.

Evocando clichês do vitimismo discursivo, da pretensa provocatividade e alegações de falso caráter libertário, o dito "combate ao preconceito" tinha vários objetivos, além do mais evidente, que é o de aumentar o mercado dos fenômenos popularescos para um público de maior poder aquisitivo.

A ideia de defender a bregalização como uma suposta "causa nobre" da cultura popular, discurso que fez Paulo César de Araújo virar um "deus" nos meios intelectuais, tinha outros objetivos bem mais sutis.

Um era evitar duas ocorrências: a volta dos debates culturais do CPC da UNE e o uso da MPB autêntica como trincheira para conscientização política das classes populares.

Dentro da falácia de que "gosto não se discute", intelectuais pró-brega trabalharam suas ideias confusas e nem sempre providas da aparência de objetividade, se servindo do uso tendencioso de linguagens como a História das Mentalidades (Marc Bloch) e o Novo Jornalismo (Tom Wolfe).

Ídolos veteranos como Waldick Soriano e Odair José e o "funk" como um todo foram os carros-chefes desse think tank que se infiltrou nas esquerdas, contaminando toda a agenda culturalista.

Desta forma, as esquerdas não perceberam os novos "Cabos Anselmos" que não entregavam aliados para a repressão, inexistente nos tempos democráticos de Lula e Dilma, mas abriam caminho para o contraponto de gente reacionária como Rodrigo Constantino dar sua resposta.

A ideia é essa: intelectuais pró-brega expunham as esquerdas para o ridículo, com a falácia de que ativismo popular é pobres rebolarem em festas da periferia. Essa abordagem idiotizada criava uma polarização "circular", que monopolizava a opinião (que se pretende) pública.

Dessa forma, tínhamos a dicotomia de uma intelecualidade pró-brega, tida como "generosa", combatendo com uma outra intelectualidade, reacionária mas "defensora de valores sociais relevantes".

Era estranho ver as esquerdas defendendo a idiotização do povo pobre e a direita reacionária (e apoiadora de nomes do nível de Olavo de Carvalho) criticando essa idiotização.

Ficávamos perdidos nesse maniqueísmo tolo que em nada contribuía para a sociedade, pois as ideias culturalmente progressistas foram sequestradas pela direita e as ideias retrógradas dignas de um culturalismo do "milagre brasileiro" estavam nas pautas esquerdistas.

Isso criou condições para o golpe político de 2016, depois que, no âmbito cultural, escândalos relacionados ao ECAD, as biografias não-autorizadas e a Lei Rouanet desgastaram a intelectualidade pró-brega.

A direita queria contaminar os governos Lula e Dilma Rousseff com o culturalismo brega que, em outros tempos, era associado ao conservadorismo ditatorial. Era um meio de destruir as esquerdas pela pauta cultural, o que, em parte, deu certo.

Meu empenho solitário no extinto blogue Mingau de Aço tentou frear esse processo, denunciando o culturalismo bregalizador da intelectualidade "bacana". Tive que escrever uma grande quantidade de textos, para chamar a atenção na Internet, pois meu blogue era o "patinho feio" da mídia progressista.

Por isso, ao menos, o culturalismo bregalizador da intelectualidade "bacana" passou a ser questionado e desqualificado. 

Por outro lado, a adesão de uma considerável quantidade de ídolos popularescos a Jair Bolsonaro reeducou nossa intelectualidade progressista que quase trocou um esquerdista como Chico Buarque por um direitista "repaginado" como Waldick Soriano.

Também não deu certo a reedição do discurso pseudo-libertário de Cabo Anselmo, através de um Bruno Ramos da Liga do Funk - numa ação mais agressiva do que o discurso articulado de MC Leonardo, da APAFUNK - , diante das contradições que vieram.


São trabalhos jornalísticos que as esquerdas não conseguem fazer, até porque, quando direitistas considerados moderados se infiltram nas esquerdas, é para evitar que o jornalismo investigativo, atividade que passava a ocorrer muito na mídia progressista, desmontasse certas "instituições".

Desse modo, o Espiritismo brasileiro (que hoje se vale do desgaste dos "neopenteques" para tomar o poder) e o "funk" cortejaram as esquerdas, como numa pretensa aliança, como meio de calar as vozes dos jornalistas investigativos que iriam pesquisar o lado obscuro desses fenômenos.

Tudo isso acontece porque o poder que comanda a América Latina, os Estados Unidos da América, fazem de tudo para evitar um Brasil próspero, justo e igualitário.

Daí que investiram, em outros momentos, num Cabo Anselmo oferecendo a isca para João Goulart morder e abrir as portas para o golpismo de 1964, e, depois, investem num Espiritismo brasileiro e na bregalização que pregam que os oprimidos deveriam ficar satisfeitos com sua inferioridade social.

Os Cabos Anselmos de hoje são mais sutis. E, dependendo das circunstâncias, podem ser uma pessoa ou outra.

Pode ser um Pedro Alexandre Sanches jogando os preconceitos culturais da Folha de São Paulo na imprensa de esquerda. Ou pode ser Rômulo Costa, no "baile funk" de 17 de abril de 2016, num artifício de amansar as esquerdas com uma falsa solidariedade a Dilma Rousseff.

Poucos conseguem admitir, mas Rômulo Costa agiu mais em favor dos golpistas do que contra eles. Ele amansou as esquerdas com um entretenimento identitarista e permitiu que a votação do golpe fosse realizada sem grandes protestos.

O Cabo Anselmo original morreu num contexto muito delicado, em que Bolsonaro não está politicamente morto e pode se recuperar a ponto de ser reeleito presidente.

É o mesmo contexto de um Lula domesticado e contraditório, tentando ser fiel ao seu legado político ao mesmo tempo em que se alia com os opositores desse mesmo projeto.

O que temos certeza é que, se a vida das forças progressistas não era fácil em 1964, época da ascensão de Cabo Anselmo, ela está bem mais difícil agora, às vésperas do furacão mundial do necrocapitalismo e da distopia que, por enquanto, acontece na Ucrânia.

Não será um Lula transformado em cachorrinho poodle do tucanato que irá resolver o problema que deve vir muitíssimo mais difícil e complicado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

FOMOS TAPEADOS!!!!

Durante cerca de duas décadas, fomos bombardeados pelo discurso do tal "combate ao preconceito", cujo repertório intelectual já foi separado no volume Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , para o pessoal conhecer pagando menos pelo livro. Essa retórica chorosa, que alternava entre o vitimismo e a arrogância de uma elite de intelectuais "bacanas", criou uma narrativa em que os fenômenos popularescos, em boa parte montados pela ditadura militar, eram a "verdadeira cultura popular". Vieram declarações de profunda falsidade, mas com um apelo de convencimento perigosamente eficaz: termos como "MPB com P maiúsculo", "cultura das periferias", "expressão cultural do povo pobre", "expressão da dor e dos desejos da população pobre", "a cultura popular sem corantes ou aromatizantes" vieram para convencer a opinião pública de que o caminho da cultura popular era através da bregalização, partindo d

ALEGRIA TÓXICA DO É O TCHAN É CONSTRANGEDORA

O saudoso Arnaldo Jabor, cineasta, jornalista e um dos fundadores do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC - UNE), era um dos críticos da deterioração da cultura popular nos últimos tempos. Ele acompanhava a lucidez de tanta gente, como Ruy Castro e o também saudoso Mauro Dias que falava do "massacre cultural" da música popularesca. Grandes tempos e últimos em que se destacava um pensamento crítico que, infelizmente, foi deixado para trás por uma geração de intelectuais tucanos que, usando a desculpa do "combate ao preconceito" para defender a deterioração da cultura popular.  O pretenso motivo era promover um "reconhecimento de grande valor" dos sucessos popularescos, com todo aquele papo furado de representar o "espírito de uma época" e "expressar desejos, hábitos e crenças de um povo". Para defender a música popularesca, no fundo visando interesses empresariais e políticos em jogo, vale até apelar para a fal

FLUMINENSE FM E O RADIALISMO ROCK QUE QUASE NÃO EXISTE MAIS

É vergonhoso ver como a cultura rock e seu mercado radiofônico se reduziram hoje em dia, num verdadeiro lixo que só serve para alimentar fortunas do empresariado do entretenimento, de promotoras de eventos, de anunciantes, da mídia associada, às custas de produtos caros que vendem para jovens desavisados em eventos musicais.  São os novos super-ricos a arrancar cada vez mais o dinheiro, o couro e até os rins de quem consome música em geral, e o rock, hoje reduzido a um teatro de marionetes e um picadeiro da Faria Lima, se tornou uma grande piada, mergulhada na mesmice do hit-parade . Ninguém mais garimpa grandes canções, conformada com os mesmos sucessos de sempre, esperando que Stranger Things e Velozes e Furiosos façam alguma canção obscura se popularizar. Nos anos 1980, houve uma rádio muito brilhante, que até hoje não deixou sucessora à altura, seja pelos critérios de programação, pelo leque amplo de músicas tocadas e pela linguagem própria de seus locutores, seja pelo alcance do s

PUBLICADO 'ESSA ELITE SEM PRECONCEITOS (MAS MUITO PRECONCEITUOSA)'

Está disponível na Amazon o livro Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , uma espécie de "versão de bolso" do livro Esses Intelectuais Pertinentes... , na verdade quase isso. Sem substituir o livro de cerca  de 300 páginas e análises aprofundadas sobre a cultura popularesca e outros problemas envolvendo a cultura do povo pobre, este livro reúne os capítulos dedicados à intelectualidade pró-brega e textos escritos após o fechamento deste livro. Portanto, os dois livros têm suas importâncias específicas, um não substitui o outro, podendo um deles ser uma opção de menor custo, por ter 134 páginas, que é o caso da obra aqui divulgada. É uma forma do público conhecer os intelectuais que se engajaram na degradação cultural brasileira, com um etnocentrismo mal disfarçado de intelectuais burgueses que se proclamavam "desprovidos de qualquer tipo de preconceito". Por trás dessa visão "sem preconceitos", sempre houve na verdade preconceitos de cl

LULA, O MAIOR PELEGO BRASILEIRO

  POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, LULA DE 2022 ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE FERNANDO COLLOR O QUE DO LULA DE 1989. A recente notícia de que o governo Lula decidiu cortar verbas para bolsas de estudo, educação básica e Farmácia Popular faz lembrar o governo Collor em 1991, que estava cortando salários e ameaçando privatizar universidades públicas. Lula, que permitiu privatização de estradas no Paraná, virou um grande pelego político. O Lula de 2022 está mais próximo do Fernando Collor de 1989 do que o próprio Lula naquela época. O Lula de hoje é espetaculoso, demagógico, midiático, marqueteiro e agrada com mais facilidade as elites do poder econômico. Sem falar que o atual presidente brasileiro está mais próximo de um político neoliberal do que um líder realmente popular. Eu estava conversando com um corretor colega de equipe, no meu recém-encerrado estágio de corretagem. Ele é bolsonarista, posição que não compartilho, vale lembrar. Ele havia sido petista na juventude, mas quando decidiu votar em Lul

BRASIL NO APOGEU DO EGOÍSMO HUMANO

A "SOCIEDADE DO AMOR" E SEU APETITE VORAZ DE CONSUMIR O DINHEIRO EM EXCESSO QUE TEM. Nunca o egoísmo esteve tão em moda no Brasil. Pessoas com mão-de-vaca consumindo que nem loucos mas se recusando a ajudar o próximo. Poucos ajudam os miseráveis, poucos dão dinheiro para quem precisa. Muitos, porém, dizem não ter dinheiro para ajudar o próximo, e declaram isso com falsa gentileza, mal escondendo sua irritação. Mas são essas mesmas pessoas que têm muito dinheiro para comprar cigarros e cervejas, esses dois venenos cancerígenos que a "boa" sociedade consome em dimensões bíblicas, achando que vão viver até os 100 anos com essa verdadeira dieta do mal à base de muita nicotina e muito álcool. A dita "sociedade do amor", sem medo e sem amor, que é a elite do bom atraso, a burguesia de chinelos invisível a olho nu, está consumindo feito animais vorazes o que seus instintos veem como algo prazeroso. Pessoas transformadas em bichos, dominadas apenas por seus instin