O completo desprezo da nossa sociedade, conduzida por uma classe média provinciana, estúpida e hipócrita, à crise cultural brasileira, atinge níveis vergonhosos e constrangedores. Além de muita gente achar que o Brasil está culturalmente "uma maravilha", se iludindo com a aparente produtividade do entretenimento cultural e das redes sociais, a ideia de "crise cultural", quando é admitida, chega ao nível da piada de tão ridícula. Vi pela busca na Internet o termo "crise cultural", entre aspas, acrescido de "brasileira", e a situação é bastante alarmante. A maioria das referências se refere somente à falta de investimentos financeiros em atividades culturais. Uma visão puramente economicista, diga-se de passagem. Há também a ilusão, de parte de muitos, de que a crise cultural foi inventada por Mário Frias, astro de Malhação que tornou-se secretário de Cultura do (des)governo Jair Bolsonaro. Há a crença ingênua de que a cultura melhora se investir m...