A FASCISTA MARINE LE PEN E O PRESIDENTE FRANCÊS EMMANUEL MACRON, EM DEBATE TELEVISIVO NA CAMPANHA PRESIDENCIAL.
Ontem o presidente da França, Emmanuel Macron, foi reeleito para o cargo, numa eleição apertada de segundo turno.
Sua rival, a extremo-direitista Marine Le Pen, alcançou 42% dos votos, enquanto Macron obteve 58%.
Le Pen afirmou que se considera "vencedora" porque obteve mais votos do que na campanha anterior, de 2017, quando conquistou 33%.
Com um discurso nacionalista, Marine, filha do político fascista Jean-Marie Le Pen, empolgou uma parcela da sociedade francesa, que se esqueceu do traumático malefício que foi o jugo nazista durante a Segunda Guerra Mundial, quando a França foi dominada pela Alemanha de Adolf Hitler.
Por sorte, a França se sujeitou, por uma diferença de 16%, à extrema-direita, se mantendo no rumo democrático do atual presidente Macron, que continua no cargo.
Para o mundo, isso é um grande alívio, pois uma vitória fascista na França poderia abalar o mundo e fazer o pesadelo da extrema-direita crescer em dimensões assustadoras.
Com Macron no comando, o mundo de certa forma pode respirar, ainda que riscos aqui e ali existam.
E o Brasil?
As esquerdas brasileiras, fantasiosas no seu protagonismo, pois não há contexto real para tanto, ficaram empolgadas com a vitória de Macron de tal forma que caíram num grande equívoco. O de tratar Macron como um político de esquerda.
Embora as esquerdas francesas tenham contribuído para apoiar Macron no segundo turno e ele prometer algumas concessões políticas à esquerda, ele não é um político esquerdista.
Macron corresponde ao que as esquerdas brasileiras que apoiam Lula andam agredindo nos últimos meses: a Terceira Via, de perfil considerado moderado.
O presidente francês foi aliás um dos produtos da retomada conservadora do pós-2016, quando se buscava o "novo" em políticos que resgatavam o velho liberalismo econômico.
No contexto francês, Macron foi um presidente correto e seguirá fazendo o mesmo, pois a França, como um país desenvolvido, é um dos beneficiários do modelo neoliberal da economia, mesmo considerando os mesmos padrões de desigualdade social próprios dessa ideologia.
É porque na França, como em outros países ricos, o número de pessoas prósperas é bem maior do que o que vemos no Brasil (apesar da classe média que temos, iludida com a prosperidade solipsista que se manifesta nas redes sociais).
Macron pode ter recebido Lula com consideração e tom amistoso, com chances até de se tornarem excelentes parceiros comerciais, mas isso não autoriza as pessoas a considerar o presidente francês como um equivalente do petista.
Em comparação aproximada, Macron é um misto de Eduardo Leite com João Dória Jr. e que promete agora fazer concessões dignas de um Ciro Gomes.
Se bem que Lula anda perdido em sua campanha, cometendo todo tipo de contradição.
Afinal, o que é Lula afinal? É um sujeito deslocado da realidade distópica do Brasil de hoje.
Um sujeito que sonha demais e sonha alto demais, prometendo tudo sem observar o cenário devastador do Brasil atual.
Lula quer sonhar alto demais, mas se alia com aqueles que querem fazer desse sonho um pesadelo.
E para que os lulistas permaneçam nesse clima de sonho, até equívocos são permitidos.
Como agora tratar o presidente francês Emmanuel Macron como o "Lula francês", quando está na cara que o político europeu faz parte da Terceira Via.
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