Eu, pessoalmente, não confio na figura de Geraldo Alckmin como um aparente aspirante a esquerdista. Ele não demonstra um comportamento que sinalizasse alguma mudança, em relação ao tucano neoliberal, privatista e elitista.
É constrangedor ver Geraldo com um discurso repetitivo, dizendo que "um bom governo não se faz com motociata, mas com diálogo". Fica muito chato, além de ser um discurso superficial, sem conhecimento de causa.
Eu leio as notícias sobre Lula, sobre Alckmin, e vejo inúmeros problemas. A campanha lulista é a pior da corrida presidencial por conta desses erros. Os brasileiros que apoiam Lula estão tomados de profunda cegueira emocional, de contagiante positividade tóxica, e por isso não percebem estes problemas e, intolerantes, acham que qualquer crítica a Lula e seus erros diretos e indiretos é "um elogio" a Jair Bolsonaro. Os lulistas só aceitam aquilo que está de acordo com suas fantasias.
Mas vamos dar uma chance e arrancar do ex-governador de São Paulo alguma demonstração de mudança, e eu decidi, com a minha vocação de jornalista, mandar um questionário para o vice da chapa de Lula responder. Estou esperando alguns dias para receber as respostas, e, assim que for feito, eu farei novas postagens e talvez até mude minhas impressões e opiniões, se o contexto permitir.
Aqui estão as perguntas, que enviei para o sítio do PSB, atual partido de Alckmin:
1) Qual o legado que o senhor leva do PSDB, como partido?
2) O senhor apareceu ao lado de Aécio Neves, grande opositor de Lula e Dilma Rousseff. Como lida agora com esse episódio, agora que o senhor se desligou do PSDB?
3) Sobre o perfil neoliberal do PSDB, quais os pontos a serem mantidos na sua tarefa de vice-presidente da República?
4) Quais as ousadias políticas do seu parceiro Lula que o senhor reprovaria?
5) O senhor foi um grande defensor das privatizações e realizou algumas delas como governador de São Paulo. Como o senhor irá encarar a necessidade do seu parceiro Lula em fortalecer o Estado e as empresas públicas?
6) O senhor foi um dos que decidiram pela desocupação do bairro de Pinheirinho, em São José dos Campos. Qual a sua posição autocrítica em relação a esse episódio, cuja natureza social é oposta ao projeto humanitário da atual chapa presidencial?
7) O senhor é ligado a um movimento católico de inspiração neo-medieval, a Opus Dei. Diante dessa condição, como o senhor irá lidar com as políticas referentes às religiões afro-brasileiras e aos cultos indígenas?
8) Que discordâncias entre o senhor e Lula poderão ter dificuldades de serem lidadas num futuro governo do petista?
9) Quando Lula foi preso, o senhor deu uma declaração bem típica da linguagem da Operação Lava Jato: "A justiça é para todos". Agora que tornou-se aliado de Lula, como o senhor vê a Operação Lava Jato e seu principal operador, o ex-juiz Sérgio Moro?
10) Na sua opinião, quais os pontos da reforma trabalhista do governo Michel Temer que devem ser mantidas e quais deveriam ser retiradas?
11) Na ausência de Lula, devido a eventos no exterior, como o senhor irá lidar com possíveis greves e passeatas de trabalhadores em geral, incluindo operários e camponeses? E quanto ao mesmo, em relação ao movimento estudantil?
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