AS ESQUERDAS MÉDIAS, IDENTITARISTAS E DE CLASSE MÉDIA, QUEREM QUE O BRASIL BRINQUE DE SER "EUROPA" PARA O DIVERTIMENTO DESSA CLASSE.
O Brasil está preparado para se tornar potência de Primeiro Mundo? A resposta é, definitivamente, NÃO. Nosso país está culturalmente deteriorado, pior do que há 60 anos, e, por isso, se fosse nos tempos de Juscelino Kubitschek, talvez tivéssemos uma esperança maior em ver nosso país uma potência mundial.
No entanto, a "boa" sociedade, como um bando de crianças birrentas, malcriadas e teimosas, não quer sequer ler uma vírgula de um texto que fale dessa incapacidade. Com Lula presidindo o país, a "boa" sociedade quer mesmo que o nosso país vire potência de Primeiro Mundo, e por isso também não gostou quando criticamos a precipitada turnê, com etapas divididas para cada mês, do presidente brasileiro no exterior.
Mesmo cometendo gafes, criando polêmicas, tentando chamar a atenção, aparecer para a mídia, se promover e produzir não só fatos políticos como também factoides e simulações - como os tais "discursos históricos" que só falavam coisas óbvias, ainda que na esperança de virarem "frases memoráveis" para a posteridade - , temos que concordar com tudo isso e achar que Lula, mesmo errando, está sempre certo e crer que seu turismo no exterior ajuda a "reconstruir o Brasil".
Pra que discutir com madame? Pra que discutir com a "boa" sociedade identitária, festiva, midiatizada? Temos uma "sociedade do espetáculo" no Brasil que não quer ser reconhecida por este nome, porque, tadinha, ela publica frases de "médium espírita" nas redes sociais, dá moedinhas de cinco centavos para os miseráveis, dá pequenos pacotes de cesta básica para famílias pobres de mais de dez pessoas.
Como a "boa" sociedade, a elite do bom atraso, a "classe média de Zurique" que domina o senso comum e se acha "dona de tudo", já que seu uso contínuo de redes sociais a faz detentora do Diploma de Pós-PhD em Tudismo, temos que achar que esse pessoal "mais legal do mundo" está certo no seu apoio cego ao Lula, que promove "espetáculo de crescimento" até se passear com sua Janja nos bairros chiques de Paris. Para todo efeito, até Lula fazendo caretas nas fotos é "trabalho duro para reconstruir o Brasil".
E é por isso mesmo que tem gente fazendo carinha feia quando falamos que o Brasil não tem condições de alcançar o Primeiro Mundo. Não são poucos os que acreditam ter certeza de que nosso país se tornará desenvolvido já em dezembro, começando janeiro de 2024 já como uma gigantesca potência latino-americana.
Isso é um absurdo, afinal nosso país tem índices ainda catastróficos de pobreza, a mediocridade cultural é gritante, chegando a níveis da mais pura imbecilização, e temos uma inflação de subcelebridades, pseudoartistas e um gosto cultural que nunca vai além da mesmice do mainstream, do hit-parade, do que é "grande sucesso".
E isso ocorre de tal forma que até para curtir música estrangeira os brasileiros não estão sintonizados com o mundo, pois o que se ouve de sucessos musicais gringos é por conta do que os provincianos donos de editoras musicais representantes das editoras estrangeiras (tipo Warner Chappell, por exemplo) liberam para os brasileiros médios ouvirem. Um nome mediano que toca fácil nas rádios brasileiras, como Johnn Rivers, pesa mais do que muito nome seminal que é boicotado no Brasil, tipo Buzzcocks.
E tudo isso considerando que é uma sociedade que olha demais para o seu próprio umbigo, vive de puxar o tapete do outro, gosta de jogar comida fora, é fanática por cerveja e cigarro (para não dizer outros "bauretes"), abomina o senso crítico e defende um mercado de trabalho que alterne entre o rigor meritocrático (tipo exigir, sem necessidade, "muita experiência") e a flexibilidade lúdica, quando se coloca o senso de humor e o gosto por futebol acima do próprio talento em desempenhar uma atividade.
Diante desse quadro, que "Brasil de Primeiro Mundo" essa "boa" sociedade, sobretudo a "nata" dos apoiadores de Lula, quer? Um país de padrões elevados de qualidade de vida? Não necessariamente, pois como essa classe defende "médiuns", que defendem que os aflitos fiquem felizes com sua desgraça, e funqueiros, que acham que é "lindo" ser pobre, isso significa que o nosso país também não tende a ser um país próspero a sério.
Tudo é apenas uma pantomima de "primeiro mundo", com paisagens de consumo, assistencialismo social, consumismo de emoções baratas, ou seja, um "primeiro mundo de brincadeirinha", feito apenas para o gozo privativo daqueles que se acham "a sociedade mais legal do planeta", que tem dinheiro, diploma, passeiam com carros modernos, podem comprar e consumir nos lugares mais bacanas do Brasil e do mundo.
Esse pessoal quer um "primeiro mundo" de mentira, que seja como uma réplica da Europa em território brasileiro e um clima tropical, para que a "boa" sociedade, a elite do bom atraso, a "classe média de Zurique" que vive aqui, não precise passar o Reveillon e o Carnaval em clima de inverno ou tivesse que viver o feriado de verão em curta temporada no meio do ano.
Daí que o projeto é criar réplicas de Barcelona, Paris, Roma, mesclado com o exotismo das praias brasileiras, principalmente as do Nordeste, para que assim dispensasse a nossa "boa" elite de ter que viajar o tempo todo para o exterior, coisa que poderia ser apenas uma eventualidade para o currículo da "carteirada de cada dia" dessa "boa" sociedade. Apenas para dizer que "deu voltas pelo mundo", quando alguém acusar um indivíduo dessa "gente legal" de ser alienado ou ignorante.
Até a desculpa do "combate à desigualdade social" se limita a ações paliativas, mais para evitar a revolta popular do que para dar qualidade de vida ao povo pobre. A causa apenas se reduz a um artifício para permitir que a classe média abastada curta sua madrugada em paz, reduzindo, pelo menos a quase nada, o risco de ser assaltada no caminho de volta para casa.
Vamos resumir então que "Primeiro Mundo" é esse que a "boa" sociedade quer do Brasil:
1) Cidades arrumadinhas, principalmente com centros históricos restaurados e com muitos restaurantes, bares, boates e algumas casas noturnas, além de ruas devidamente sinalizadas e bons hotéis cinco estrelas;
2) Preços de bens e serviços sob controle, para estimular o consumo pleno;
3) Tecnologia quase de ponta, com Internet 5G, ônibus padronizados com o nome da cidade ou do governo estadual, com cabos USB dentro dos veículos, para permitir assim a "mobilidade urbana" e as jornadas infinitas nas redes sociais;
4) Agenda "cultural" farta para garantir o divertimento pleno dessa sociedade, ainda que sob o preço de provocar poluição sonora para perturbar o sono do proletariado;
5) Programas governamentais de assistência social, para deixar o povo pobre em condições suportáveis de pobreza, podendo ter até bens de consumo e seu próprio lazer - dentro dos padrões do "separados mais iguais" importado dos EUA - , mas sem dar para eles o que o status quo dessa burguesia "legal" que apoia Lula julga ser "excessivo" e "tentador" (sic) para os miseráveis.
Esses aspectos são os principais elementos que condicionem o "Primeiro Mundo" desejado por essa pequena burguesia que se acha "a sociedade mais legal do planeta". São os 30% de brasileiros que acham que têm a faca e o queijo nas mãos, que apesar de muitos de seus indivíduos rirem como hienas no cio, querem ser levados a sério no propósito de serem reconhecidos como "a humanidade".
E assim veremos nascer mais uma narrativa duvidosa e apressada, a do "Brasil de Primeiro Mundo", uma farsa tão irreal quanto a "nova classe média" do segundo governo Dilma Rousseff, ou seja, um suposto triunfo socioeconômico que não encontra sentido prático na realidade, embora seja uma obsessão que permaneça de pé dentro dos corações dessa parcela de brasileiros bem de vida e de bem com a vida.
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