No Brasil tóxico, boa parte da elite do bom atraso vive no seu hedonismo abusivo e irresponsável. Curtem noitadas (as tais "baladas", no dialeto da Faria Lima) com tanta arrogância que se acham no direito de rir da cara de quem passa as noites dos fins de semana e feriados em casa, se alimentando de mingaus, bebidas lacteas e biscoitos e vendo desenhos do Snoopy.
Se achando dona da razão, a boa parcela da elite do bom atraso que, nas grandes capitais, adora as "melhores coisas da vida", como curtir noitadas ate as quatro da madrugada, fumar muito cigarro o tempo todo - até nos intervalo do trabalho - e tomar uma cervejinha. Acham que essa combinação é o símbolo e sua superioridade social, quem etiver fora é visto como "mané", "otário" ou, em certos contextos, até "InCel" ou "bolsonarista".
Só que a moçada que acha cool ficar em pé, em algum canto das ruas, para fumar um cigarrinho e passar as tardes de sábado e domingo tomando cerveja, também reservando a diversão noturna para manter esses "hábitos saudáveis", não percebe que hoje esse pessoal estará nas boates e nas casas noturnas mais transadas, mas amanhã eles serão apenas lápides a habitar o silêncio dos cemitérios.
Uma pesquisa realizada desde 2018 pelo Instituto Biobank, no Reino Unido, constatou que pessoas com hábitos noturnos que consomem regularmente álcool e fumo têm mais risco de sofrer doenças graves, como o câncer e os problemas cardíacos, e morrer mais cedo por tais motivos. Isso envolve qualquer pessoa que permaneça acordada durante a noite, o que não significa que a "moçada bonita e legal" dos agitos noturnos esteja livre essa.
Pelo contrário. É justamente esse pessoal é que está nas primeiras posições na fila do corredor da morte do hedonismo notívago e etílico-tabagista. A comunidade científica dos EUA também aponta que um terço das mortes de pessoas entre 20 e 49 anos está relacionada à combinação entre fumo e álcool. A Organização Mundial de Saúde já considera o álcool, mesmo consumido "socialmente", entre os quatro alimentos mais cancerígenos do mundo. Já é consenso que o fumo é cancerígeno.
A arrogância dos festeiros brasileiros e dos cidadãos em geral que adoram ficar à toa na vida fumando um cigarrinho ou papeando bebendo cerveja faz com que eles e achem invulneráveis. No contexto atual em que uma parte da "boa" sociedade acha que pode tudo, num pais governado por um presidente que também acha que pode tudo, o pessoal que fuma e bebe adoidado acha que é "gente legal demais" para morrer cedo. Acham que, só porque sobrevivem hoje, não irão sofrer doenças fatais amanhã.
Nos últimos anos, vários famosos chocaram o mundo morrendo, de repente, por câncer ou infarto, antes dos 70 anos e até na casa dos 40, 50 anos. Atrizes e atores, cantores, jornalistas e modelos que morreram nos últimos dez anos tiveram um pouco conhecido currículo de consumirem muito cigarro e bebida alcoólica. Gente que ninguém imaginava que fumava bastante, e olha que essa estranheza vem, em parte, daqueles que justamente fumam.
Só que não podemos avisar isso, porque no contexto do Brasil atual, do hedonismo progressista sob a marquise política do governo Lula, temos que dizer só "sim", estar de acordo com tudo e evitar questionar e reclamar, como se isso garantisse um país mais saudável e justo e, sobretudo, teoricamente pronto para alcançar o Primeiro Mundo.
Mas as mentes precárias de quem acredita nessa fantasia do Brasil virar país desenvolvido do nada se esquecem que os brasileiros que fumam e bebem muito e, além disso, se divertem em noitadas ou em perturbar a vizinhança com festas e conversas ruidosas e com muitas risadas, terão que se preparar para o momento em que seus corpos não aguentarão tanto abuso desse hedonismo autodestrutivo. A "galera" que se reúne na boate hoje tem sério risco de se reunir lá no reino do além.
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