HOJE VIVEMOS A HEGEMONIA DA ESQUERDA CHAPEUZINHO VERMELHO.
Vejamos alguns fatos ocorridos nos últimos dias:
- Um discurso do pastor bolsonarista André Valadão, da Igreja da Lagoinha, fez um discurso reacionário no qual pedia aos fiéis matarem pessoas da causa LGBTQIA+, em clara demonstração de ódio homofóbico e, acima de tudo, sem um pingo de humanidade;
- Neymar, não bastasse as confusões de traição amorosa contra sua namorada grávida Bruna Biancardi e os problemas de crime ambiental por conta de um lago artificial construído no quintal de sua mansão, ainda e envolveu numa briga durante um evento do projeto Tardezinha, do cantor de sambrega Thiaghinho;
- Um grupo de torcedores do Corinthians, revoltados com as sucessivas derrotas que o time paulistano sofreu e que o coloca perto da zona de rebaixamento no Brasileirão, invadiram um motel na capital paulista para agredir o artilheiro do time, Luan Guilherme;
- Em entrevista ao Roda Viva, o humorista Carlos Alberto da Nóbrega, do programa A Praça é Nossa, esculhambou o presidente Lula por ele não possuir diploma, e, em contrapartida, o comediante fez elogios ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A situação está muito complicada e difícil neste Brasil cada vez mais complexo. É certo que vários episódios apontam para o ressentimento bolsonarista, depois que seu ídolo e ex-presidente da nossa nação tornou-se inelegível para cargos políticos durante oito anos. Mas devemos lembrar que o Brasil foi devastado e, portanto, não é clima para festa.
Lembremos, também, que Lula tem que ser criticado pelos erros reais, e não por preconceitos. O fato de Lula não ter diploma universitário nem influi muito na sua capacidade ou não de governar. Capacidade Lula até tem, mas hoje o seu governo tornou-se uma caricatura dos mandatos anteriores, com o presidente mais preocupado em se exibir para o mundo do que em realmente reconstruir o Brasil.
Me assusta a indisposição e o medo da sociedade em ler textos e livros com notável senso crítico. As pessoas não querem saber de ouvir que algo está errado. E está. E aí vemos o quanto nossa sociedade, em maioria, anda infantilizada, vide as esquerdas festivas, as esquerdas "chapeuzinho vermelho" que só querem andar pela estrada afora tao contentes.
Temos o risco bolsonarista, que precisa ser vigiado por nossas instituições, porque senão os extremo-direitistas voltam. E temos também demonstrações de como o futebol é irrecuperavelmente um esporte tóxico, de paixões doentias, movida por uma mídia mercenária, um mercado esportivo ganancioso e toda uma mística futebolística que produz sentimentos de puro fanatismo, embora seus propagandistas lavem as mãos e fingem que não estão influindo no fanatismo violento dos torcedores mais radicais.
Neste caso, nos esquecemos que a tal "doutrina da emoção", como a mídia futebolística define a "religião" do futebol, produz sentimentos tóxicos até em quem, aparentemente, não reage co desequilíbrio à derrota de um time. Pessoas chegam a se comportar como zumbis diante de uma TV mostrando um gramado verde com duas dezenas de homens correndo com um objeto redondo. Poucas pessoas fogem do fanatismo, enquanto, por outro lado, no Rio de Janeiro futebol é visto como uma rígida obrigação social a ponto de quem não aderir sofrer assédio moral e até demissão do trabalho.
Temos um culturalismo viciado que segue padrões herdados da ditadura militar, mas que persistem nas últimas décadas como se fossem valores "acima dos tempos e as ideologias". E isso cria um ambiente sociocultural tóxico no qual quem busca a verdadeira dignidade e se acha no direito de usar o cérebro para raciocinar de maneira mais consistente, todavia, não tem espaço para conquistar namoradas, entrar no mercado de trabalho nem em ter qualquer outra vantagem fundamental na vida.
Fácil ver a realidade brasileira como um conto de fadas, acreditando que Lula pode tudo e que o atual presidente do Brasil "reconstrói o país" até quando toma banho de mar na Bahia. Só que é uma reconstrução que não ocorreu ainda, pelo menos não deu sinais evidentes de que começou ou está em andamento, e muitos já tratam essa reconstrução como "concluída" e entram em clima de festa.
O que assusta é que a má vontade de boa parte dos brasileiros com textos dotados de muito senso crítico. Até o texto deste blogue sobre os malefícios do cigarro e do álcool teve baixa repercussão. Isso é gravíssimo, é algo de fazer um mudo sair de casa e correr pelas ruas desesperado com vontade de berrar.
Quer dizer que, agora, temos que dizer "sim" a tudo? Fala-se mal de modelos lindas que, deitadas numa cadeira espreguiçadeira, durante um passeio de iate, falando em "valorizar as coisas boas da vida". Mas os lulistas fazem a mesma coisa!
E se chegamos ao ponto do pessoal boicotar até textos que advertem sobre os danos mortais do fumo e do álcool, em nome de um hedonismo obsessivo que prefere a audodestruição, como se a positividade tóxica pudesse empurrar com a barriga o risco de sofrer câncer, então a realidade do Brasil continua difícil, muito difícil. E se torna ainda mais difícil quando as pessoas que protagonizam o momento atual são as que justamente ignoram, boicotam ou esnobam essa triste realidade, ocupadas em um clima de curtição que julgam ser eterna, diante do recreio garantido pelo "Papai Noel de Garanhuns".
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