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A VELHA AXÉ-MUSIC TEMPERA A ONDA DO BREGA-VINTAGE

LÉO SANTANA, ASTRO DA AXÉ-MUSIC HOJE CONHECIDO PELO SUCESSO "ZONA DE PERIGO", HIT DO CARNAVAL BAIANO DESTE ANO.

Na sua apresentação durante uma micareta em Juazeiro, no interior da Bahia - por sinal a terra natal de Ivete Sangalo - , o cantor Luís Caldas, pioneiro da axé-music, foi chamado de "velho" por um homem da plateia. Caldas, que completou 60 anos de idade no ano passado, deu uma invertida, dizendo que "está bem de saúde" na sua idade.

Até admitimos que Luís Caldas está bem, já que existe gente com aparência mais velha e decadente, como no caso do Bell Marques, o velho e velhaco cantor de axé-music que não consegue fazer sequer um jingle, como na campanha recente de uma rede de supermercados.

Mas a verdade é que, independente de seus intérpretes estarem ou não envelhecidos, o que se deve reconhecer é que a axé-music, como uma categoria musical que inclui pastiches de ritmos caribenhos e o "pagodão" baiano, está velha e mofada. Apesar disso, o gênero tenta dar uma reoxigenada aproveitando as verbas públicas adiantadas pela ministra da Cultura e ela mesma integrante do cenário musical carnavalesco, a cantora e compositora Margareth Menezes.

Cidade onde morei entre 1990 e 2008, Salvador tem até um potencial de ser uma cidade moderna, social e culturalmente. O problema é que o quadro sociocultural não ajuda e, do contrário que alegou o deputado gaúcho Maurício Marcon (PODEMOS), a culpa não é do povo negro baiano, pois este é o que mais colaboraria para um progresso mais efetivo e consistente da capital da Bahia. Quem impede esse progresso é uma elite que toma conta da Economia, da Cultura, do Entretenimento e até de Transportes e Esportes.

Salvador é a cidade onde o sistema de ônibus teima em operar com empresas mastodônticas e a farsa das "frotas reguladoras", que em outros tempos eram desculpa para a corrupção das empresas de ônibus atuar com uma empresa se intrometendo em linha de outra. Falsos "carros extras" de um sistema famoso por haver poucos ônibus em circulação, pois se espera até uma hora para a chegada do ônibus desejado para ir a um lugar na cidade.

Com apenas duas empresas-consórcios, Salvador chegou a ter uma terceira, quando deveria ter, pelo menos, quatro. As duas empresas operadoras, Ótima (verde) e Plataforma (amarela) estão sobrecarregadas de linhas, e por isso acabam fornecendo poucos carros, obrigando os passageiros a ter paciência de budista para aguardar por um ônibus. E isso quando o sindicato patronal dos ônibus criou uma leitura estúpida da sigla SETPS: "setépis", com o "e" agudo e um "i" surgidos do nada.

É a cidade do coronelismo midiático, de "coronéis" do rádio FM que alugam suas programações para blocos de Carnaval e dirigentes de futebol, neste caso com "jornadas esportivas" que, de tão chatas e horríveis, têm baixa audiência. Daí que o setor promíscuo entre futebol e rádio FM em Salvador, reduto da mais podre corrupção no meio, chega ao ponto de "comprar" audiência de estabelecimentos comerciais, de postos de gasolina a lojas de shopping center, passando por bares, táxis e Uber.

A coisa é tão surreal que, a título de comparação, em Salvador um programa de rock alternativo no rádio FM sai do ar após três meses de transmissão, com audiência atingindo 3% ou mais. Com traços de audiência mais vergonhosos, programas de debates de futebol, em vez de saírem do ar, ficam migrando de um horário para outro para cumprir contratos de períodos longos, de pelo menos dois anos. 

E os anunciantes são enganados de graça pensando ser a "grande audiência" a poluição sonora dos bares e postos de gasolina durante as transmissões de partidas do Bahia ou Vitória por essas emissoras, muitas vezes perturbando o sono e o descanso das pessoas que precisam de um pouco de sossego depois de uma semana de trabalho duro.

No âmbito religioso, o malefício de Salvador não vem do respeitável candomblé, de incalculável benefício cultural e social para o Brasil. Vem de dois "médiuns espíritas", um deles bem idoso e até pouco tempo atrás apoiador de Jair Bolsonaro, e que atuava como "turista" de sua própria casa assistencial no Pau da Lima, tão ocupado em fazer desnecessárias viagens ao exterior usando parte do dinheiro da caridade somado à lavagem de dinheiro da burguesia soteropolitana.

Já outro, velho mas nem tão idoso assim, estabeleceu sua casa assistencial de maneira ilegal, se apropriando de um terreno sem obter autorização da Prefeitura de Salvador e alojando menores carentes tratados de maneira desumana - eles são trancados nos quartos durante as "palestras" do "médium", temperada com piadas contra gordos, sogras e louras - , e que se tornam flanelinhas e cuidadores de carros quando se tornam mais crescidos. O "médium" é famoso por ser farsante na pintura, artes plásticas e na obra "psicográfica", que vende caro para a alta sociedade, que se deixa enganar de graça.

Salvador é cheia de problemas. Até sutilmente raciais. A cidade, que num Brasil que vê o número de mulheres reduzir pela grande onda de feminicídios em todo o território nacional, desconfia-se ter maioria masculina na sua população. Oficialmente, a população de Salvador tem "maioria feminina", algo que excita a libido dos machistas e a sororidade das feministas identitárias, mas é só ir para os bairros populares e ver os ônibus superlotados para ver que a maioria do povo soteropolitano é masculina.

A gigantesca quantidade de homens que vivem em Salvador é negra e pobre, vinda do interior, e por isso sem dinheiro para regularizar os documentos, e portanto vive "invisível" enquanto a capital baiana vende a falsa imagem de "cidade das mulheres" para favorecer o turismo sexual que ocorre paralelamente ao mercado carnavalesco e turístico. Como nos velhos tempos escravocratas, o negro pobre não tem "lugar" nem "identidade", vivendo "incógnito" na capital baiana.

É uma pena, porque Salvador já foi um polo de modernidade entre 1950 e 1964, com o modernismo cultural tardiamente introduzido, mas brilhantemente adaptado através de uma linhagem que veio de Dorival Caymmi e Jorge Amado e foi até os tropicalistas e cineastas como Glauber Rocha.

Com o populismo conservador de Antônio Carlos Magalhães, Salvador melhorou de "corpo" e piorou de "alma". A cidade se urbanizou, copiando muitos entornos urbanos da cidade de São Paulo - conforme eu pude conferir, morando agora na capital paulista - , mas culturalmente despencou, quando o bom cenário do Carnaval de Salvador com o Trio Elétrico Dodô e Osmar e os blocos afro deu lugar a um pop comercial de pastiches de sons caribenhos que deram início à chamada axé-music.

Hoje temos a domesticação cultural, trazida pela ação pioneira do velho Toninho Malvadeza, que fez do Carnaval de Salvador um processo de manipulação de corações e mentes, através de uma música comercial feita para alimentar o mercado turístico e transformar o simples sentimento de alegria ou um simples ato de beijar na boca em "mercadorias".

Sucessos de axé-music perecem rapidamente, e depois do encontro de trios que fecha o Carnaval de Salvador, essas músicas perecem. Tocadas depois desse período, elas soam velhas e mofadas, só parecendo "renovadas" pelo gosto musical idiota de uma sociedade que monopoliza o senso comum, sobretudo nas redes sociais.

É através desse público culturalmente subordinado a à mídia oligárquica - da Globo e do SBT à Folha de São Paulo, passando pela Jovem Pan, Record e Rede TV! - , que esse processo de imbecilização cultural ocorre, e a axé-music é apenas uma vitrine desse culturalismo vira-lata que inventou uma farsa que é o "brega-vintage".

Trata-se de uma gourmetização do velho lixo musical brega-popularesco que é reciclado para ganhar uns bons trocados. Todo o brega dos anos 1970, 1980 e 1990, com nomes tipo Chitãozinho & Xororó, Odair José, Ovelha, Benito di Paula, Michael Sullivan e Raça Negra, é vendido agora como falsamente cult, alimentando um "saudosismo de resultados", uma nostalgia forçada pelas impressões pessoais dos internautas, coisas do tipo "Essa música é um clássico porque a ouvi quando trepei com três minas de uma só vez, há trinta anos".

E a isso se juntam as falsas relíquias da axé-music, das quais É O Tchan e Bell Marques, mas também Psirico, Xanddy Harmonia, Léo Santana (destaque do ano com o sucesso "Zona de Perigo") e a pedante e canastrona Ivete Sangalo são nomes mais conhecidos.

Todo esse comercialismo enrustido é preocupante, já que o terraplanismo cultural de muitos internautas arrogantes e pretensamente "donos da verdade" invertem os sentidos de música comercial e não-comercial conforme seus julgamentos de valor claramente enviesados. Para eles, o comercialíssimo É O Tchan, por exemplo, é "não-comercial", enquanto o não-comercial Legião Urbana é "comercial", por uma simples questão de interpretação distorcida: o É O Tchan é ouvido no cotidiano dessa patota, enquanto o extinto grupo vive disputas judiciais supostamente pelo uso "comercial" do nome da banda.

Vivemos tempos de devastação cultural séria. O Brasil está culturalmente pior do que em 1963, e tudo indica que o nosso país viverá esse cenário por muito, muito tempo. Se a história do nosso país foi marcada por uma resistência de quase 400 anos em abolir a escravidão, a bregalização que trata o povo pobre como caricatura de si mesmo resiste sob uma blindagem que vai desde intelectuais e acadêmicos até a fúria sociopata ou psicopata do "gado digital" das redes sociais.

Não será um Lula que nem começou a governar para valer, perdido em negociações, viagens, reuniões, propostas e opiniões, e abraçado aos magnatas da Faria Lima - com os quais o atual presidente ensaia uma falsa rivalidade do nível Marlene x Emilinha Borba - , que irá resolver a crise cultural no Brasil. 

Aumentar os investimentos para a Cultura não fará os medíocres que dominam o entretenimento "popular" ficarem mais talentosos. Dar mais dinheiro apenas os faz mais ricos e reembalados para o consumo de pessoas mais ricas. Dinheiro pode fazer a cosmética, disfarçando a mediocridade de um ídolo popularesco, mas dinheiro não produz talento. Tudo fica medíocre como antes, apenas com um aparato mais organizado. Vide a velha axé-music embalsamada pelas verbas federais.

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